4º dia – Keylong – Killar

Acordei cedo e comecei a organizar a bagagem. Antes de sair para o lanche, abri a cortina da janela do quarto e meu queixo quase caiu, embasbacado com a visão das montanhas. Quando chegamos ontem já era noite não vimos as paisagens pelas quais passávamos.

Depois do café, seguimos viagem. Inicialmente erramos e pegamos a estrada que seguia para Leh. 20 km mais por uma belíssima paisagem, boa estrada asfaltada que exigiu parada para fotos incríveis. Retornamos para o caminho certo e depois pegamos uma estrada estreita e que passava por muitas pequenas vilas. Paisagem de tirar o fôlego.

Na medida em que piorava o piso da estrada, passando de asfalto para cascalho, de cascalho para lama e da lama para o cascalho, a paisagem ficava cada vez mais bonita. Em determinados trechos, o cascalho dava lugar a grandes pedras, de 10 a 20 cm de diâmetro, arredondadas, quadradas, pontiagudas e de todos os formatos, que exigiam uma condução cuidadosa e desconfortável. A moto passava pelos obstáculos com bravura, aguentando os solavancos e pancadas como um trator, mostrando porque é conhecida pela robustez.

Viagem de moto pelo Himalaia

Passávamos a poucos centímetros de abismos que surgiam de um lado e do outro da estrada, enquanto os pneus deslizavam sobre piso escorregadio e perigoso. Muitas rochas sobre a estreita trilha mostravam que a instabilidade geológica da região exigia constante atenção. Em muitos trechos a trilha que percorríamos se transformava em um pequeno rasgo em imensos paredões, dezenas de metros acima de um rio que descia as montanhas em direção aos vales. A viagem mais incrível que já havia feito em minha vida, exigia controle absoluto sobre todos os sentidos, além dos músculos e da moto. Atenção absoluta a tudo que estava ao redor e uma adrenalina tão alta quanto as montanhas que percorríamos.

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A viagem era lenta. O tempo passava rápido e os quilômetros percorridos nem tanto. Desde a manhã cruzamos com pouquíssimos veículos. No fim da tarde tivemos que parar para esperar a liberação de um trecho da estrada que havia sido interrompida por um deslizamento. O trator limpava a estrada, jogando terra e pedras sobre o trecho da estrada que passava abaixo. Tivemos que esperar o serviço nos dois trechos interrompidos.

A noite chegou e havíamos conseguido percorrer pouco mais de 120 km durante mais de 10 horas na estrada. Estávamos no Pangi Valley. Próximo à pequena cidade de Killar, no Pangi Valley, encontramos um hotel. Havia apenas um quarto disponível. Tentamos negociar o preço, mas a situação desfavorável nos obrigava a aceitar os termos impostos. Teimamos e seguimos viagem à busca de um outro hotel que vimos placa indicativa. Já passavam das 20 horas. Como não encontramos o hotel, retornamos e acabamos ficando por ali mesmo, sem água para banho ou para a higiene básica, roupa de cama suja, mas paredes e um teto para proteger do frio que fazia lá fora. Percorremos pouco mais de 130 km nesse dia.

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