3º dia – Manali – Keylong

O escritório onde pegaríamos a autorização para atravessar o Rohtang Pass só abriria às 10 horas, então combinamos de acordar por volta das 9 horas, o que nos daria tempo suficiente para preparar a bagagem e seguir para o lugar, que ficava próximo ao hotel onde estávamos hospedados. Chegando lá, uma fila grande de motoristas e muita falta de informação. Perguntamos para algumas pessoas, que responderam que era aquela fila onde deveríamos pegar a autorização, então deixamos os documentos com o funcionário que atendia e ficamos esperando.

Enquanto isso, a sala onde estivemos no dia anterior para pedir informações abriu. Desconfiamos que aquele seria o local correto onde deveríamos pegar a autorização e onde provavelmente seríamos atendidos com maior rapidez, então pegamos os documentos de volta e fomos para a outra fila. Depois de mais de uma hora, e de olho no nosso lugar na fila, conseguimos a autorização para prosseguir viagem.

Fizemos um lanche rápido e voltamos para o hotel onde já havíamos deixado a bagagem pronta. Colocamos tudo nas motos e fomos para a estrada. A manhã já havia terminado e já passava do meio dia. Na saída da cidade, paramos em um posto, onde abastecemos as motos e os galões com gasolina extra. Cada um levaria a partir daquele momento 10 litros extras na bagagem.

Pouco à frente, um posto de inspeção do exército, onde tivemos que apresentar a autorização. Liberados, seguimos viagem pelas montanhas do Himalaia.

A estrada tinha longos trechos cobertos por areia e cascalho. A subida íngreme com dezenas de curvas em zigue zague serpenteava a montanha por dezenas de quilômetros e deixava a viagem muito lenta. Em compensação, a paisagem era de cair o queixo. Uma floresta de pinheiros, com montanhas que se sucediam no horizonte.

Viagem de moto pelo Himalaia

A subida era forte e a viagem lenta, mas as motos venciam os quilômetros sem perder o fôlego.

As perigosas curvas continuavam se sucedendo, nos levando montanha acima. A vontade de parar a todo momento para apreciar a paisagem e tirar fotos era grande. Não tinha como não comparar aquela estrada com outras que já havia percorrido com moto, onde também encontrei muitas curvas sucessivas, como a que leva ao Abra Pirhuayani no Peru, nos Alpes entre a França, Suíça e Itália, a da Serra do Rio do Rastro no Brasil, os Caracoles no Chile e a Cuesta del Lipán na Argentina. A certeza é de que aqueles locais não chegam nem perto dessa estrada em relação à quantidade de curvas. Um dos lugares mais bonitos do mundo.

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Em um ponto da estrada, que era de terra, havia muita lama e os caminhões e carros estavam parados. Eu tentei passar ao lado de um caminhão e a moto agarrou o fundo em uma pedra. Não adiantava acelerar. Um motorista desceu do carro e me ajudou a tirar a moto. A bota e a barra da calça ficaram cheias de lama.

Chegamos ao topo, a quase 4.000 metros de altitude, onde paramos para fotos. O frio era intenso, assim como o vento e uma leve garoa. Mais à frente paramos próximos a um local onde haviam centenas de bandeirinhas com orações, deixadas pelos budistas. Em outro ponto muito bonito encontramos uma stupa, um lugar de meditação construído pelos budistas e que contém as relíquias de um monge.

Viagem de moto pelo Himalaia

Começamos a descer e a estrada agora não tinha mais asfalto. Apenas cascalho espalhado sobre a terra e o abismo ao lado, exigindo cuidado. Uma fina chuva caia enquanto descíamos em zigue zague, acompanhando a montanha. Dois lindos arco iris se formaram ao lado, permitindo que eu registrasse com minha câmera uma das paisagens mais bonitas que já conheci na minha vida.

Pelo nosso planejamento, deveríamos ter passado por essa estrada no dia anterior e seguido até a cidade de Kishtwar, num total de 340 km. Além de estarmos um dia atrasados no cronograma, nesse dia não conseguimos passar de 120 km percorridos, os mais intensos e longos de uma viagem que já fiz, até então.

Chegamos a Keylong à noite e fomos procurar um hotel para ficar. Depois de negociar o preço e tomar um banho quente, comemos no restaurante do próprio hotel e fomos dormir.

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