26º dia – Villa Maria – Paso de los Libres

Consegui percorrer hoje 998 km das boas estradas argentinas em pouco mais de 10 horas, incluindo o tempo gasto com quatro paradas para abastecer e outras tantas para fotografar a paisagem. Eu havia planejado seguir ontem até a cidade de San Francisco, mas devido ao problema na chave de ignição da motoca, acabei encerrando o dia mais cedo. Para tentar recuperar os quilômetros que faltaram no dia anterior, resolvi mudar o trajeto e passar por auto pistas, para fazer a viagem render mais. E rendeu.

Mas quando o dia começou, tudo me levava a crer que não conseguiria ir muito longe hoje. Amanheceu chovendo em Villa Maria. Enrolei um pouco para ver se a chuva diminuia e por volta das 8h30 caia apenas uma leve garoa e foi nesse momento que fui para a estrada. Assim que saí da cidade, peguei a ótima auto pista Mendoza – Rosário. Foram 270 km nessa estrada, 250 dos quais excepcionais. Muito boa, com limite de velocidade de 130 km/h. E foi nesse ritmo que segui, mas mesmo assim, sendo ultrapassado a toda hora por outros veículos. O pessoal é pé de chumbo.

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Próximo a Rosário a estrada ficou ruim, com muitas irregularidades, mas não diminuiu o ritmo da viagem. Em seguida passei pelo contorno da cidade que levou a uma ponte bacana, pedagiada. Depois peguei uma estrada simples, com bastante movimento, que atravessa uma grande área alagada. Uma grande fila de carros, quase sem possibilidade de ultrapassagens. Pensei que tinha entrado numa fria ao escolher essa rota, pois a média caiu para menos de 70 km/h. Mas foi um trecho curto.

Viagem de moto Argentina

Antes de terminar a travessia pela área alagada, parei no acostamento para tirar algumas fotos e três motociclistas que eu havia ultrapassando alguns quilômetros antes pararam para me cumprimentar. Eles eram de Rosário e estavam indo para a cidade de Victoria. Fazem passeios pela região todos os domingos com suas motos, percorrendo distâncias entre 300 e 400 km.

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Segui viagem e logo depois de Victoria peguei uma estradinha muito boa, quase sem movimento, longas retas, que permitiram manter um ritmo muito bom. Essa estrada levou à Ruta Nacional 14, auto pista com velocidade máxima de 120 km / h. Alguns trechos estão com trilhos feitos pelos pneus dos caminhões e, mesmo para um sábado, o movimento não era pequeno.

Viagem de moto Argentina

Cheguei a Paso de Los Libres, que fica na divisa com o Brasil, sendo dividida de Uruguaiana pelo Rio Uruguay. Por causa do alto consumo de gasolina e de outras despesas, meus dólares e reais haviam acabado há alguns dias e estava com os últimos pesos na carteira. Não estava preocupado, pois contava com o saque em caixa eletrônico para qualquer eventualidade e a ideia era sacar o suficiente para a pernoitar em Paso de los Libres e para a gasolina e lanche amanhã. Achei um hotel, acertei o valor e fui ao banco mais próximo para sacar o dinheiro. Não consegui. Fui a outras três agências e também não obtive sucesso. Voltei para o hotel e olhei pela intenet se o período que havia pedido liberação do cartão para uso na Argentina havia passado, mas não, estava marcado até amanhã. Consultei uma atendente pelo chat e ela pediu para ligar para o banco. Não havia habilitado o telefone para falar fora do Brasil, então resolvi ir até Uruguaiana sacar diretamente em um caixa eletrônico. Eram apenas 4 km, mas tinha a imigração e aduana a fazer. Já eram quase 21 horas e os caixas eletrônicos do Brasil só funcionam até 22 horas. Peguei a moto e fui para a Aduana. Conversei com uma agente, perguntando se poderia passar sem fazer os procedimentos de saída e entrada, mas ela não deixou. Tive que enfrentar uma fila, pequena, mas que me segurou até 21h45. Peguei a moto e saí em disparada para o outro lado da fronteira. Estava seguindo o roteiro do GPS. Quando entrei na ponte que separa os dois países, o relógio do GPS marcava 21h50. Em menos de 5 eu chegaria à agência bancária. Dava tempo, pensei. No meio da ponte o relógio do GPS mudou para 22h50. Esqueci do horário de verão no Brasil. Na agência bancária, os terminais já estavam todos desligados. Voltei para Paso de los Libres sem conseguir o dinheiro.

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Tinha ainda alguns pesos que usei para comprar água mineral e um prato de salada com fatias de frango defumado, bem ruinzinha. Amanhã terei que resolver como fazer, pois não tenho mais dinheiro para o hotel ou a gasolina.

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