Explorando as belezas do Paraná e de Foz do Iguaçu

Assim que eu e meu amigo Virgílio Castro voltamos de uma longa viagem de moto pelo planalto central, em maio passado, comecei a planejar a próxima viagem mais longa, afinal só quem faz um longo passeio de motocicleta sabe que é impossível deixar de voltar para a estrada.

Inicialmente, pensava em fazer uma viagem ao Sul do Brasil. Virgílio sugeriu visitarmos a Serra do Rio do Rastro, que fica no estado de Santa Catarina. Também falou sobre uma viagem que fez com o grupo de BMWs para Foz do Iguaçu. Depois de pesquisar um pouco e dividir estas alternativas com alguns amigos motociclistas, percebi que a aderência seria maior se definíssemos visitar a cidade de Foz do Iguaçu.

Comecei a me aprofundar nas pesquisas e fiquei muito motivado com a viagem, pois fui descobrindo que a região era super repleta de belezas naturais, além de toda a vocação agrícola que circunda uma enorme área, praticamente desde a cidade de Ourinhos até Foz. Descobri que as cataratas (www.cataratasdoiguacu.com.br/portal), são uma verdadeira maravilha, assim como Itaipu Binacional (www.itaipu.gov.br), e o parque das aves (www.parquedasaves.com.br), também me despertaram muito interesse.

Feita decisão e com o calendário na mão mostrou-se adequado combinar o feriado da república no dia 15 com o feriado da consciência negra no dia 20 de Novembro. Seria bom e favoreceria mais a adesão à viagem.

Então, desenhei o roteiro, que tomou como base uma viagem postada no www.viagemdemoto.com. Sairíamos de Valinhos-SP no dia 15 e dormiríamos em Maringá-PR. No dia 16 seguiríamos até Foz, onde permaneceríamos dois dias. Começaríamos o retorno no dia 18, dormiríamos em Londrina-PR e na terça, dia 19, seguiríamos para Valinhos-SP onde finalizaríamos a viagem. Este plano também favoreceria a possibilidade de que nossas esposas e filhos, se desejassem, pudessem voar até Foz e lá permanecerem conosco no sábado e no domingo.

Feito o plano, comecei a divulgá-lo na busca de amigos que se interessassem em fazer a viagem comigo. Meu objetivo era formar um pequeno grupo de quatro ou cinco motociclistas amigos. Apenas um dos meus amigos, o Vilson Mata, que mora no mesmo bairro que eu em Valinhos, se empolgou com a idéia da viagem e ficou muito motivado em poder colocar sua maravilhosa Harley para rodar nestas rodovias. Também ficou contente em ter a possibilidade de ter a esposa e os filhos juntos na cidade de Foz. Então, começamos a refinar o plano e as idéias.

Conversamos com as esposas e elas ficaram entusiasmadas! E foi muito bom tê-las conosco, assim como os filhos do Vilson nos dois dias que ficamos em Foz.

A expectativa que antecede estas viagens é um fato à parte, é simplesmente muito gostoso o planejamento, começar a contagem regressiva, sentir os dias chegando…. Essa fase sempre me traz à lembrança minha infância, quando uma pequena viagem de alguns quilômetros para a casa dos meus avós, era o evento do ano!!!

O dia 15 de Novembro amanheceu bonito. Logo pela manhã, abastecemos no Auto Express Posto de Valinhos, o posto de encontro de todos os domingos de manhã, quando abastecemos e fazemos nossos passeios pela região. Aliás foi o litro de gasolina mais barato de toda a viagem, RS 2,699/litro.
Conversamos com alguns amigos que estavam no posto e às 7h50min saímos. Iríamos rodar, naquele dia, cerca de 660km de Valinhos-SP até Maringá-PR, onde descansaríamos e pernoitaríamos.

Viagem de moto Foz do Iguacu
Vilson Mata Jr. e Osmar Stefanini no posto Auto Express em Valinhos antes da saída para a viagem a Foz

Rumamos para a rodovia Anhangüera (SP 330). Vento suave e manhã ensolarada, tudo de bom, tudo conspirava para uma excelente viagem, formação em bonde, seguimos até pegarmos a rodovia Santos Dumont (SP-075) e de lá a rodovia Castelo Branco (BR 374), que estava com intenso trânsito. Era feriado e os paulistanos, como sempre, haviam invadido as rodovias, porém nada difícil para a minha Yamaha MidNight Star e a Harley-Davidson DeLuxe do Vilson, aliás uma linda motocicleta.

Planejamos, como sempre o fazemos, uma boa quantidade de paradas para um rápido lanche ou mesmo algumas fotos, pois nossa estratégia, que deu muito certo e recomendo, foi estar sempre se recompondo sem deixar que o cansaço ou mesmo a ansiedade de chegar rapidamente ao destino, nos impulsione para uma pilotagem menos segura. Esta pequena parada, que eu falo, “parada para a foto” nos faz descer da máquina, tirar as luvas e o capacete, fazer a foto e depois se preparar para continuar. Estes dez minutos dão o oxigênio necessário para a recomposição e, assim, estarmos firmes e atentos para enfrentar em boa forma outros tantos 150 quilômetros.

Uma rápida parada no Rodoposto Maristela, que fica na cidade de Pardinho, na Rodovia Castelo Branco (SP 374) Km 198. Aliás, um excelente posto, restaurante e lanchonete, fica já super recomendado.

Fizemos uma alimentação leve e seguimos viagem. Já estávamos na rodovia (SP 270) e nossa próxima parada foi na cidade de Palmital, no posto “Estação do Kafé”, um lindo posto de serviço temático, com uma réplica de locomotiva a vapor que funciona e um réplica de estação ferroviária do começo do século passado, muito bonito, com bom atendimento.

Abastecemos, descansamos um pouco e seguimos em direção a Ourinhos, cidade a partir da qual começamos a avistar, com mais intensidade, as grandes plantações de soja. Estava uma linda tarde de muito sol. Ainda bem que o Vilson levou o protetor solar, pois comecei a ficar com o rosto marcado do sol, justamente na abertura onde fica a viseira do capacete. Continuamos seguindo e chegamos à cidade de Cornélio Procópio, no Estado do Paraná.

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Vilson com as duas máquinas – Londrina-PR já estava próxima.

Continuamos na rodovia BR 369. Logo depois da cidade de Jataizinho, pegamos a PR 090 para regressarmos à rodovia BR 369 depois de Ibiporã.

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Parada para um descanso e um gostoso lanche de lingüiça.

Passamos por Londrina. Como era feriado, não sentimos os efeitos do trânsito. Parece incrível, mas a rodovia, literalmente, corta a cidade. Enfrentamos muitos semáforos, foi um trecho um pouco cansativo. Seguimos até a cidade de Cambé, onde abastecemos noutro bom posto, o Auto Posto Ferrari. Nesse local, encontramos dois membros do Lions Club da região de Maringá, com os quais conversamos e obtivemos importantes informações para seguir nossa viagem com rapidez e segurança.

De volta à BR 369, seguimos agora direto para Maringá, nosso destino final naquele primeiro dia. Entre as cidades de Londrina e Maringá temos um bom trecho de serra com pista muito boa, porém perigosa, pela quantidade de curvas e a intensidade de trafego. Esse trecho eu diria que foi bastante divertido, pois, foi um momento em que pudemos pilotar nas curvas. Mal sabíamos que no dia seguinte teríamos muitos outros trechos com curvas…

Por volta das 18 horas, com muito sol ainda, chegamos a Maringá.

De inicio, já visualizamos uma cidade muito bonita, planejada, com boa sinalização, arborizada, ruas largas e planejadas. O Vilson, sempre alerta com seu GPS, tomou a dianteira e foi, magistralmente, conduzindo até a chegada ao Hotel íbis, que fica na avenida XV de Novembro, 129, bem no centro da cidade. É um hotel business que recomendo tudo no seu devido lugar.

Colocamos as motos na garagem e o hodômetro da MidNight Star apontava que tínhamos percorrido 631 km. Fizemos nosso check-in e, enfim, tomei aquele banho delicioso.

Alguns funcionários do hotel ficaram admirados com as motos, foram muito solícitos e nos informaram sobre os restaurantes da região. Também na recepção, nos esperava um cartão, e quando olhamos era do Sr. Nestor Ribeiro Filho, aquele senhor, membro do Lions, que havíamos encontrado no posto na cidade de Cambé e que nos orientou. Ele fez questão de passar no Hotel e nos deixar seus contatos. Ficamos sabendo que ele é o atual Governador do distrito de Maringá. Foi uma gentileza muito grande e ficamos contentes. Fica aqui nosso agradecimento.

Saímos para jantar e ficamos bem impressionados com o parque Igará – o parque é uma unidade de conservação florestal de 47,3 hectares, uma imensa área verde com muitos locais para caminhadas e outras atrações. Ele fica bem em frente ao Hotel. Também ficamos impressionados com a quantidade de bons restaurantes que existem nas ruas próximas ao Hotel. Andamos um pouco para nos movimentarmos, depois fizemos uma refeição leve e em seguida, direto para a cama descansar. O dia seguinte seria importante, pois necessitávamos chegar a Foz por volta das 13 horas, tempo necessário para buscarmos nossas famílias que chegariam no voo da companhia aérea Azul as 14h42min no aeroporto da cidade.

No sábado, dia 16, levantamos bem cedo e abrimos o restaurante do Hotel para o café da manhã. Em seguida, saímos. O relógio marcava perto das 7h15min.

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Saindo da garagem do Hotel Ibis em Maringá – Vilson com sua Harley e eu fazendo a foto

O céu, muito diferente do dia anterior, estava carregado com nuvens negras e as ruas amanheceram molhadas pela chuva que havia caído antes. Vilson, com a ajuda do GPS, nos guiou para a saída da cidade. Paramos no posto Petrocafé 2, que fica na avenida prefeito Sincler Simbatti, 3604, para abastecer. Êta gasolina cara!!! Pagamos RS 3,04/litro. Foi o preço do litro mais caro de toda a viagem. Depois de abastecidos adivinhem! Caiu um tremendo toró. Esperamos uns 10 minutos a chuva diminuir e, como desejávamos chegar cedo ao nosso destino final, a cidade de Foz do Iguaçu, nos protegemos com as capas de chuva e pegamos a estrada. Foram uns 100km de chuva.

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Entre Maringá e Cobélia, a chuva já estava parando

Depois, o tempo começou a melhorar e não tivemos mais chuva até nosso destino final. Começamos a ver as belezas naturais da região, muitos flamboyant que estavam todos muito floridos, um percurso com muitas fazendas, um verdadeiro seleiro, uma paisagem verde e mais verde, muitos tratores trabalhando nas plantações e a estrada relativamente livre.

Continuamos na BR 369, passamos pela cidade de Campo Mourão e seguimos para a cidade de Mamboré. Neste trecho, o Vilson estava à minha frente quando avistou na rodovia um belo Teiú, uma espécie de lagarto, bem crescido é verdade. Desviamos e o réptil saiu da estrada e entrou na plantação. Depois de rodarmos alguns bons quilômetros, uma ave saiu de uma pequena floresta que beira a rodovia e quase se chocou com o capacete do Vilson! Eu, que estava uns 10 metros distante dele, pude ver com toda nitidez, que ele, num reflexo inesperado, recuou a cabeça e a ave passou uns 5 centímetros da viseira. Graças aos bons anjos da estrada, escapamos do que poderia significar o fim de nossa viagem. Nossa próxima parada foi na cidade de Jurandá, onde fizemos um breve descanso e abastecimento das máquinas.

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Flagrante – momento de secar as capas de chuva… e o Vilson dando um trato nas viseiras que estavam com excesso de barro vermelho/roxo

Seguimos em frente, rodamos mais um trecho, entramos na rodovia PR 090 e passamos pela cidade de Ubiratã. Logo depois, voltamos para a BR 369. Começamos então um belo trecho de fazendas cortadas pela sinuosidade super legal da rodovia. Este trecho nos proporcionou uma pilotagem esportiva até a cidade de Corbélia. A esta altura, já estávamos perto da cidade de Cascavel. Passamos por uma pequena floresta de eucalipto e sentimos o frescor natural que esta árvore exala. Em Cascavel, pegamos a rodovia BR 277 que nos acompanharia até Foz. Rodamos um bocado e de repente começamos a sentir um cheiro muito ruim, realmente fedia, e o cheiro nos acompanhava. Fiquei surpreso, estávamos na cidade chamada Céu Azul quando avistamos a razão do fedor, bem a nossa frente, distante aproximadamente 1 quilometro, avistamos um caminhão carregado de suínos, estava explicado o cheiro!

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Já próximos da cidade de Foz, resolvemos parar para abastecer, estávamos na cidade de Medianeira. Foi nossa última parada antes da chegada. Entramos Foz do Iguaçu, o Vilson tomou a dianteira e navegou até chegarmos ao hotel Bella Itália, outro hotel que recomendo. Ele fica na Av. República Argentina, 1700 no centro. O relógio marcava 13h30min aproximadamente. Estávamos com fome e foi o tempo suficiente para fazer o check-in, guardar as motos e a bagagem, passar um perfume, comer um lanche, seguir para o aeroporto e encontrar nossas amadas esposas, Mônica e Iael, e os amados filhos do Vilson, o Estevão e o Conrado. Tudo perfeitamente cronometrado, não podia ter dado tão certo. Evidente que contamos com uma boa ajuda dos céus, estávamos todos juntos, foi uma grande festa.

Seguimos na van e visitamos Itaipu Binacional. Eu confesso que me diverti muito com o Estevão e o Conrado, eles são dois garotos muito divertidos e muito educados. Finalizamos o dia com um bom jantar regado a muita massa e depois uma boa cama!

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Mônica (minha esposa), Iael, Estevão, Conrado e Vilson na Itaipu Binacional

O domingo, 17 foi integralmente preenchido pela visita às cataratas do Iguaçu e depois pela visita ao parque das aves. Diferente dos demais, era minha primeira vez na cidade. Fiquei deslumbrado com a beleza das cataratas, absolutamente imperdível! Depois de ver aquela beleza toda, o que mais eu poderia esperar?

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Estevão, Mônica, Osmar e o Conrado

Muito ainda me esperava! Finalizamos a visita e pegamos o ônibus para retornarmos até a entrada do parque. São alguns poucos quilômetros percorridos em aproximadamente 20 minutos. Que bela surpresa, logo que o ônibus começou o retorno, começamos a ver uma grande quantidade de borboletas amarelas saindo da floresta e voando em nossa direção. Eram muitas, e não parou aí, foram saindo borboletas e mais borboletas, todas amarelas, o ônibus rodava e víamos imenso volume delas voando em nossa direção de forma ininterrupta, todos ficamos maravilhados, o céu estava super azul, confesso que naqueles 20 minutos vi mais borboletas que havia visto em minha vida toda, foi um verdadeiro presente de Deus!

Que mais então eu poderia esperar? Achava que mais nada, mas fomos ao parque dos pássaros, aí então o queixo caiu. Outro passeio imperdível me aguardava. A quantidade de aves em imensas gaiolas, onde você consegue passar por dentro delas, ver Flamingos ao seu lado, Araras, e principalmente Tucanos convivendo com você naquele mesmo espaço, eu nunca imaginava, poder conseguir ver um Tucano de tão perto e sem grades ou telas, absolutamente maravilhoso.

Terminado o passeio, voltamos para o hotel e, em seguida, acompanhamos nossos queridos e queridas até o aeroporto, eles voltaram para Valinhos e Vilson e eu, confesso que tristes, voltamos para o hotel para preparar nossa volta no dia seguinte.

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Estevão fotografando o Tucano

Segunda, dia 18, aniversário do Estevão, o primogênito do Vilson e da Iael, dia muito especial. Tomamos o café bem cedo e saímos para o regresso. O tempo estava bom e nós energizados pelos belos passeios realizados na cidade de Foz do Iguaçu. Abastecimento feito, hora de curtir o ronco do motor e assim foi feito.

Seguindo a dica de um motociclista paranaense, optamos por regressar pelo mesmo caminho que fizemos na ida, ou seja, Foz, Cascavel, Campo Mourão, Maringá, Londrina, Ourinhos, Campinas e finalmente Valinhos. Este amigo motociclista, que deixou seu diário também neste site, não recomendou que voltássemos por Curitiba, por conta da Rodovia Regis Bitencourt ser muito perigosa e ter muitos quilômetros de serras fechadas e excesso de caminhões.

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Deixando o Hotel em Foz do Iguaçu – destino Londrina

Enfrentamos algumas paradas obrigatórias no percurso de Foz até Cascavel, pois alguns trechos da BR 277 estavam sendo re-pavimentados e, como é uma rodovia não duplicada, tivemos que parar duas vezes, pois, o trânsito fluía somente por uma mão. Também era segunda e a estrada estava com muito movimento de caminhões em todo o percurso e, como a maior parte da estrada que fica no estado do Panará não é duplicada, a atenção teve que ser redobrada. Outro ponto digno de nota foi o vento contrário que enfrentamos, que estava muito forte, trazendo um grande incômodo no pescoço quando rodávamos a uma velocidade superior a 110km/hora.

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Um País maravilhoso, um estado que é um verdadeiro seleiro, Parabéns Paraná!

Almoçamos na cidade de Peabirú e depois seguimos como planejado, até Londrina, onde pernoitaríamos.

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Nossa parada para o almoço, um restaurante muito bom

Chegamos a Londrina no final da tarde, justamente na hora do trânsito pesado, e diga-se de passagem, muito pesado mesmo. Verificamos muitas deficiências na malha rodoviária da cidade, pois, a rodovia BR 369, como já falei, passa dentro da cidade. Nesse trecho a rodovia assume o nome de Avenida Tiradentes. Um trecho com muitos semáforos, o que torna a rodovia, agora avenida, super lenta e muito congestionada, com uma enormidade de caminhões transitando pela cidade. Vilson e eu ficamos impressionados com a falta de regras no trânsito. É um verdadeiro salvem-se quem puder. O único fato agradável que ocorreu foi que, estando nesta avenida, sentimos um cheiro gostoso de café. Olhamos para a esquerda e vimos a Companhia Cacique de Café Solúvel. Seguimos, não foi nada fácil, muito calor, trânsito super lento, cansaço e aquele calor exalado pelo motor de 950cc da Midnight Star e 1600cc da HarleyDeLuxe, tornou aquele momento mais penoso, nada fácil, mas chegamos ao hotel Aero Park, que é muito bom. É um hotel business que recomendo, fica na Av. Santos Dumont, 1516. Com o horário de verão, perdemos um pouco a noção do tempo, mas eram aproximadamente 18 horas e rodamos um pouco mais de 520 km naquele dia.

Terça, dia 19, nosso último dia de diversão e estrada!!!!! Precisávamos rodar um pouco mais de 540km para chegarmos ao nosso destino final, a cidade de Valinhos. Meu amigo Vilson tinha um importante compromisso em Valinhos e precisávamos chegar ao redor das 17 horas. Saímos logo cedo, como em todos os dias anteriores.

Amanheceu um dia bonito e ensolarado, porém, a previsão era de chuva para após o almoço. A previsão era que teríamos chuva ao redor das cidades de Avaré e Boituva, já no estado de São Paulo. Enfim, nada que tenha assustado estes dois aventureiros e agora mais experientes…..

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Vilson checando os e-mails….

Quando estávamos perto da cidade de Bandeirantes, duas Big Trail, uma Triumph Tiger e uma Suzuki V-Strom, que depois de nos comboiar por algum tempo, nos ultrapassaram. Passamos então a segui-las, um pouco mais distantes é verdade, mas ainda dentro do nosso campo de visão. Foi assim até a cidade Andina, quando nós as alcançamos, pois os dois motociclistas estavam parados num semáforo. Foi então que o colega da V-Strom, que depois ficamos sabendo chamar-se Pádua, abriu a viseira e começou a conversar comigo. Ele me disse que havia tido uma MidNight também na cor azul e tinha gostado muito da moto…. Ele também me disse que estava com o amigo retornando da divisa entre Brasil e Paraguai para o Rio de Janeiro. O sinal abriu e seguimos. Eles ficaram quilômetros para trás, já fora do nosso campo de visão.

Paramos no posto Graal em Ourinhos-SP para novo abastecimento e também para um café. Quando estávamos abastecendo eles chegaram. Voltamos a conversar e fizemos uma boa amizade, nos juntamos para o café, os colegas novos eram Pádua da Suzuki e Marco Antonio da Triumph. A partir deste trecho seguimos juntos, agora em quatro motociclistas.

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Vilson, Marco Antonio, Pádua e Osmar – Novos amigos da estrada, só o motociclismo permite isto!

Nossa próxima parada seria para um lanche e escolhemos o Rodoposto Maristela, em Pardinho, o mesmo que paramos para almoçar na ida. É um posto com uma excelente infra, o céu prenunciava chuva, como a previsão tinha nos avisado, pois estava super carregado e com nuvens escuras. Abastecemos e seguimos para o a lanchonete, estávamos fazendo o lanche quando ouvimos o barulho de um aguaceiro forte. Fomos até a janela e vimos uma chuva intensa com muito vento. Terminamos o lanche e como a chuva estava mais amena, resolvemos seguir. Pegamos a estrada e depois de poucos quilômetros pegamos a chuva forte. Eu estava à frente dando o ritmo, não tínhamos uma boa visão, pois chovia muito, muitos carros estavam estacionados no acostamento com o pisca alerta ligado, eu diminui a marcha, porém, pensando na segurança, resolvi continuar em baixa velocidade, pois acreditei que seria um risco maior, naquele momento, parar com as motos no acostamento. Logo vi um Astra que escorregou e caiu na calha, seguimos com calma e baixa velocidade. Foi assim por cerca de 20km, quando a chuva diminuiu e foi parando, desenvolvi uma velocidade maior e logo o asfalto estava seco, foi uma típica chuva forte de verão e concentrada num determinado local. Paramos em Botucatu para uma foto e a retirada das capas de chuva.

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Marco, Vilson e Pádua

Seguimos até chegarmos à cidade de Campinas, quando nos despedidos dos novos amigos.

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Momento da despedida, nós estávamos quase que em casa.
Marco e Pádua teriam um bom trecho até chegarem ao Rio de Janeiro.

Marco e Pádua então nos seguiram pela rodovia Santos Dumont (SP 075) até ingressarmos na rodovia Anhanguera (SP 330), quando os deixamos no anel viário Magalhães Teixeira. Eles seguiram pelo anel até a rodovia Dom Pedro I, que os levaria na direção do Rio de Janeiro. Vilson e eu seguimos pela rodovia Anhanguera e já estávamos muito próximos de casa. Chegamos no nosso destino às 16h40min.

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Osmar e Vilson, enfim em casa, depois de 2.216km bem rodados e muitas lembranças na mente.

Foi uma viagem muito boa, voltamos fortalecidos e energizados com toda beleza existente nos locais visitados, somente quem faz este tipo de viagem sabe o quão maravilhoso é. Só nós, motociclistas aventureiros, sabemos que é simplesmente inesquecível.


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