7º dia – Achabal – Srinagar

Precisávamos continuar nossa viagem. Nossos amigos prepararam um café da manhã com parantha e chá, acabamos de arrumar a bagagem nas motos e formos para a estrada. Asfalto com alguns buracos e quebra molas, que na verdade eram grandes saliências de mais de um metro de altura e cerca de quatro de comprimento, construídas sobre a pista para escoamento da água da chuva, e que reduziam a velocidade dos veículos, seja pela própria existência ou pela precária condição em que estavam, com muitos buracos e fissuras.

O grande movimento de caminhões, ônibus, carros, bicicletas, motos, animais e pessoas sobre a estrada tornavam a viagem ainda mais lenta. Gastamos mais de duas horas para percorrer os 80 km até Srinagar. Nesse caminho, passamos por um trecho da estrada em obras, onde havia muita lama. Minha moto escorregava a traseira para todo lado e me deixava muito inseguro para conduzi-la. Decidi que quando chegássemos a Srinagar trocaria o pneu por um novo.

Na cidade, fazia muito calor. Paramos para verificar um hotel, era exclusivo de muçulmanos. Olhamos outros e não gostamos nem da higiene nem dos preços. Até que encontramos um bom hotel, cujo proprietário, muito falante, fez um desconto para um grande quarto.

Assim que levamos a bagagem para o quarto, saímos para tentar consertar as motos, no meu caso, para trocar o pneu e comprar óleo para o motor e o Rafael para soldar a armação de metal da bagagem, que há vários dias estava quebrada por conta dos solavancos.

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Procurei o pneu, mas não achei. O Ankur indicou um amigo, que foi ao hotel e nos guiou até uma loja, onde comprei um novo. Depois fomos a uma borracharia, onde o rapaz trocou o pneu em poucos minutos (nós havíamo levado quase três horas para fazer o mesmo na estrada). Compramos o óleo e depois fomos com o novo amigo até a beira do grande lago para conhecer os barcos iluminados. Mais tarde fomos a um restaurante, onde comemos cordeiro preparado de três formas diferentes. Muito bom, mesmo com a pimenta.

O Rafael anunciou sua decisão de retornar para Nova Délhi e cancelar a ida a Ladakh, a região a oeste de onde estávamos, considerando que atrasamos em quatro dias nosso cronograma e não teríamos como realizar o restante do que foi planejado, sem perder os vôos de retorno ao Brasil. A princípio fiquei contrariado, pois queria seguir em frente, e até pensei em prosseguir sozinho, mas mesmo frustrado, ponderei que havíamos chegado até ali juntos e deveríamos retornar juntos. Acabei aceitando sua posição e concordando em retornar para a capital indiana sem conhecer as estradas mais altas do mundo.

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