19° dia – Ocongate a Inãpari

No dia seguinte acordei cedo, tomei um café da manhã reforçado, mas segui minha viagem de moto só após às 10 horas para não correr o risco de pegar a estrada congelada, haja visto que teria que ter o dobro de cautela já que agora seguia sozinho.

Atravessei a Cordilheira dos Andes e a vista era magnífica. As montanhas estavam cobertas de neve devido à nevasca do dia anterior. Foi a primeira que vi neve (não contando o dia anterior).

Um trecho da rodovia estava interditado, pois havia ocorrido um grande deslizamento de terra devido à tempestade. Por sorte havia um trecho alternativo por uma estrada de terra.

Apreciei bastante a paisagem, parei para tirar várias fotos, mas também fiquei preocupado com o Japonês. Torci para que ele tivesse conseguido atravessar antes da nevasca.

Descendo as cordilheiras, vários trechos ficam com água na pista como se fossem riachos, mas na verdade é o gelo das cordilheiras que derrete. Passei bem cauteloso por dois deles, tranquilamente no terceiro e, confiante, acelerei para levantar água e a moto deu uma escorregada e se balançou toda, saindo sambando. Foi um susto. Um tombo ali não seria nada legal. Mais tarde fui saber que o Chico, um dos pilotos do casal de São Paulo, também confiante em excesso, acabou tomando um tombo, nada sério. Não se machucaram. Mas fica a dica, não confie. Se ver água na pista, reduza.

Logo após passar as montanhas geladas, cerca de 60 km depois deparei com o contraste de clima, de gelado e nevado para quente e tropical. Muito interessante.

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Parei para um almoço na cidade chamada Quince Mil para almoçar e tirar toda quela roupa de frio que estava me sufocando, já que devia estar fazendo uns 30 graus.

Curioso, perguntei a um local o porquê do nome de Quince Mil (quinze mil) da cidade e ele me respondeu que é porque naquela cidade chove 15 mil milímetros de água durante 300 dias no ano. Foi o que ele me disse, então eu estava com sorte, porque o céu estava limpinho.

Cheguei a Puerto Maldonado no final da tarde e, como a fronteira com o Brasil ficava a aproximados 100 km, decidi seguir viagem para poder pernoitar em solo brasileiro. Fiz besteira. Em menos de 30 minutos já estava totalmente escuro numa estrada má conservada. Reduzi a velocidade para 60 km/h, o que não foi suficiente para eu poder avistar um bando de bois que estava na estrada. Não deu tempo de fazer nada, passei pelo meio deles. Por Deus não atropelei nenhum. Cheguei à fronteira 10 minutos antes dela fechar. Se tivesse chegado com ela fechada provavelmente iria pedir aos policiais para dormir ali próximo à guarita, pois fazer o trajeto de volta seria muito perigoso.

Enfim, atravessei a fronteira, mas por indicação de uma brasileira que conheci na alfândega, dormi na cidade de Inãpari onde as pousadas eram mais em conta que as de Assis Brasil.

Inãpari é uma pequena cidade do Peru que curiosamente fica após a fronteira do Peru com o Brasil, mas antes da fronteira do Brasil com o Peru. Fica distante 4 km da cidade de Assis Brasil.

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