Viagem de moto até Bonito – 1° dia

Há tempos me programava para fazer uma viagem de moto até a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, para conhecer os rios de água translúcida da região, centro do ecoturismo do Centro Oeste brasileiro. Além disso, o Mato Grosso do Sul era o único estado e Campo Grande a única capital brasileira que eu ainda não tinha visitado com uma moto.

Tinha algumas preocupações para esta viagem: a primeira era a onda de calor intenso que assolava o Brasil e as regiões sudeste e centro oeste do país, que gera um grande desgaste físico nos motociclistas. Minha experiência em regiões e períodos de muito calor mostrou que não sou muito resistente às altas temperaturas, como mostrei durante a viagem ao Norte da América do Sul (https://www.viagemdemoto.com/america-do-sul). A segunda preocupação era o feriado prolongado que ocorreria durante o período que tinha disponível para a viagem. Isto significava atrações cheias e hospedagem cara. Além disso, ainda tínhamos os resquícios da crise da pandemia, que apesar de haver uma certa flexibilidade, gerava cuidados, desconfortos e dificuldades para fazer os passeios que teriam restrições de quantitativo de visitantes.

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De qualquer forma, precisava aproveitar os dias disponíveis e tentar alcançar esse objetivo.

Deixei a bagagem pronta no dia anterior e tentei instalar o GPS na nova moto, mas parecia haver um problema no cabo de carregamento, que é ligado diretamente na bateria da moto.

Saí de Belo Horizonte numa terça-feira, por volta das 8h45, mais tarde do que eu gosto de iniciar uma viagem. O calor já estava intenso àquela hora, 29°C, demonstrando que o dia seria desgastante.

Passei pelo trânsito urbano intenso de Belo Horizonte, Contagem e Betim para pegar a BR-262 em direção ao Triângulo Mineiro. A rodovia é administrada pela iniciativa privada e está é boas condições. Cerca de 50% dela está duplicada e nesses trechos a viagem é muito facilitada e mais segura. Nas partes de pista simples a viagem foi mais complicada porque tinha trânsito intenso, principalmente de caminhões e muitos trechos que tornavam impossíveis as ultrapassagens. Foram 4 praças de pedágio a um custo de R$ 6,00.

Depois peguei a BR-153, que nos trechos que percorri é conhecida como Rodovia Transbrasiliana, mas é a mesma Rodovia Belém-Brasília. A quinta maior rodovia do Brasil, ligando a cidade de Marabá (PA) ao município de Aceguá (RS) na divisa com o Uruguai, totalizando 3.585 quilômetros de extensão. Neste trecho paguei R$ 0,80 de pedágio.

A topografia mudou muito na medida em que os quilômetros foram sendo percorridos. No trecho inicial a estrada corta as montanhas mineiras que depois dão lugar às extensas áreas planas do Planalto Central ocupadas pela agricultura intensiva que contribui para alimentar 1/6 da população mundial.

Viagem de moto Bonito

Como esperava, o calor foi intenso e tornou a viagem mais cansativa. A partir das 11h o painel da moto mostrava a temperatura do ar em 43°C. Pouco depois das 15h, numa parada para abastecimento, a temperatura atingiu o pico de 45°C na sombra. A vontade era parar a toda hora para permitir a temperatura do corpo baixar e hidratar. Tomei 6 litros de água durante esse dia.

Parei para abastecer em Araújos e Campo Florido em Minas Gerais e Nova Granada em São Paulo. O consumo médio girou em torno de 18,5 km/l.

A nota hilária da viagem ocorreu no posto Jalé na cidade de Araújos. Quando estou pilotando, uso uma bandana de ciclista, que tem o formato de tubo e fica no pescoço durante a viagem e protege do sol, frio, insetos e pedras. Quando chego a algum lugar fechado, onde o uso de máscara é obrigatório, cubro nariz e boca com essa bandana. Depois de abastecer, fui para o restaurante e entrei no banheiro. Quando saí, uma funcionária do estabelecimento me abordou dizendo que minha máscara não era válida e que teria que sair do local. Perguntei para ela se tinha alguma norma da vigilância sanitária que determinava que a máscara que ela utilizava (caseira) era válida e a minha não. Ela disse que tinham mandado me falar aquilo e não sabia se estava certo. Falei que tinham perdido um cliente, fui saindo e ela falou que eu podia permanecer, mas retruquei que agora eu quem não queria comprar nada ali. Parei em outro restaurante alguns quilômetros adiante onde boa parte do pessoal nem usava máscara.

Atravessei a divisa entre Minas e São Paulo passando pelo Rio Grande.

Pouco depois das 17h parei na cidade de Nova Granada para abastecer e resolvi procurar um hotel. Estava muito cansado para continuar. Perguntei ao frentista e ele me disse que havia dois na cidade, um deles seria, segundo sua avaliação, melhor que o outro. Segui sua indicação. No caminho, parei na igreja Matriz da cidade e tirei uma foto.

Viagem de moto até Bonito

Realmente a pousada era boa. Mais tarde saí para jantar, mas não havia restaurantes na cidade, então comi um sanduíche em um trailer.

Mapa Viagem de moto até Bonito

Foram 700 km percorridos neste dia.

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