Viagem de moto pela Argentina

4º dia – Foz do Iguaçu – Posadas

Viagem de moto pela Argentina

Ontem à noite encontrei com o “Trio Electra”, três casais de São Paulo que conheci este ano através do da internet (Genaro e Márcia, Celestino e Marcela, Bugno e Danny). Foi a terceira vez que nos encontramos pessoalmente desde que nos conhecemos há cerca de um ano, mas mantemos contato quase que diário pela internet. Tenho muito carinho e respeito por eles e ontem foi ótimo passarmos algumas horas juntos em Foz do Iguaçu. A viagem solitária tem suas vantagens, mas de vez em quando bate uma vontade danada de conversar com pessoas conhecidas.

Estou agora em Posadas, na Argentina. Fiz metade do percurso que havia previsto para hoje. Noite passada não dormi bem, creio que por causa da ansiedade, e o pouco tempo de sono pesou durante o dia. Junto com um calor infernal que está fazendo na região, eu acabei achando melhor reduzir o trajeto do dia para tentar recarregar as energias e retomar amanhã com força total.

Logo cedo eu fui procurar uma casa de câmbio para trocar Reais por Pesos. R$ 1,00 = AR$ 0,71. US$ 1,00 = R$ 2,44. 

Saí do hotel em Foz às 10:00 horas e fui para a aduana. Para sair não tem fiscalização nenhuma. Depois fui para a aduana Argentina. Que sofrimento! Mais de uma hora numa fila com sol escaldante. E era um tal de ligar a moto, andar quatro metros, desligar, esperar um tempo, ligar, andar… Debaixo do sol, e com um motor produzindo mais de 100º entre as pernas eu cozinhei. Acho que meu cansaço da noite mal dormida foi muito potencializado pelo calor a que fui submetido neste tempo. Acho até que tive um princípio de insolação.

As estradas pelas quais passei, apesar de simples, tem asfalto perfeito, sem irregularidades. Ótimas para viagens como a que estou fazendo.

Abasteci duas vezes, e em nenhuma consegui pagar com cartão. Somente pesos. AR$ 2,259, o que dá R$ 1,60 por litro. Preço do álcool no Brasil. Não sei se por causa da velocidade que imprimi, que foi menor, entre 80 e 100 km/h, ou da mudança no pára-brisas, ou mesmo os dois juntos, a moto ficou bem econômica.

Os dois frentistas que me atenderam foram bem mal educados. Um deles, além de atender mal entornou gasolina sobre o tanque e não fez menção de limpar. Fiz ele voltar e limpar. Depois de me atender, saiu em direção ao pátio do posto. Liguei a moto, acelerei e quase o atropelei. Ele levou um belo susto.

O índice de criminalidade neste país deve ser muito baixo, pois passei por três barreiras e por várias viaturas policiais fiscalizando a estrada nos 300 km que fiz hoje. A única que me pararam foi exatamente a primeira, uns 30 km depois que entrei no país. Uma policial (muito bonita, por sinal) pediu os documentos da moto e eu entreguei o CRLV e ela pediu o canhoto correspondente ao seguro, que havia soltado. Pediu minha habilitação e eu entreguei a autorização internacional para dirigir. Pediu o seguro carta verde e eu entreguei. Leu tudo, procurando alguma falha. Perguntou onde ia, quantos dias, etc. Como não encontrou nada errado me liberou e desejou boa viagem. Imagino que se tivesse algum gancho ia pedir propina como lí em vários relatos de brasileiros por aqui 

Na RN 12, na entrada de Posadas, tem vários radares. Deve-se ficar atento, pois o limite é 60 km/h. Me disseram que em várias cidades os policiais fiscalizam a velocidade e multam (estorquem) sem dó os turistas brasileiros, mesmo não tendo radar para aferir a velocidade. Usam cronômetros (!).

Como cheguei à cidade cozinhando dentro da roupa de viagem, não tive muita paciência para procurar hotel. Acabei me hospedando em uma excelente (Hotel Posadas), no centro da cidade, com todo o conforto que preciso para descansar, inclusive muito silêncio. Mas não é barato. AR$170,00, o que dá R$ 120,00 a diária. Dei uma volta por perto e a cidade é interessante. As ruas são estreitas, tem muita gente andando nas calçadas, que têm mesas de bares e restaurantes, todas com cadeiras Quilmes. Interessante também são as placas de propaganda das lojas, que avançam sobre a rua. Tem até um pequeno shopping no quarteirão do hotel que estou. Outra curiosidade. Já passam de 21:00 hs e o sol ainda não sumiu.

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