Viagem de moto pela Argentina

5º dia – Posadas – Parana

Viagem de moto pela Argentina

Hoje retomei o cronograma. Depois de uma noite bem dormida, acordei com disposição e peguei a estrada com tranquilidade, corpo e mente em ótima forma, o que permitiu rodar 760,1 km sem pesar muito.

Um caso interessante aconteceu na cidade de Virasoro. Estava num posto conversando com um casal muito simpático, quando ví passando na estrada uma Electra branca. Pensei: parece com a do Bugno. Logo em seguida passam mais duas Electras pretas. São eles! O trio Electra.

Me despedi do casal e peguei a estrada. Acelerei até chegar perto e confirmar que eram mesmo meus amigos. Acompanhei-os por cerca de 250 km, quando nos despedimos em um posto de gasolina. Eles saíram antes, e pensamos todos que eles tomariam estrada diferente da minha. Não reparei qual estrada pegaram, uma vez que o local era cruzamento de duas Rutas Nacionais Argentinas. Em seguida segui meu destino. Rodei uns 90 km e entrei num posto para completar o tanque e entre os caminhões estacionados, quem vejo? O trio novamente. Foi muito divertido.

Neste trecho que viajamos juntos observei que o ritmo deles é bem diferente do que eu seguia. Em determinados momentos eu tinha que enrolar o acelerador para conseguir acompanhá-los. Cheguei a colocar mais de 170 km/h numa reta. Na última parada comentei que não iria acompanhá-los mais, pois o ritmo era muito puxado para mim e para minha moto. 

Também foi divertido quando descobri o recurso que utilizaram para evitar problemas com a polícia argentina, caso exigissem extintor de incêncio das motos como soubemos de vários casos. As fotos ilustram o recurso que adotaram.

A estrada continua melhor que no Brasil, apesar de ter passado por trechos com irregularidades na pista, e reformas, mas comparando com as nossas, são excelentes. Não paguei nenhum pedágio hoje. A diferença das que estou acostumado a andar é a quantidade de retas, claro, por causa da topografia extremamente plana da região. Mas as retas são às vezes intermináveis, tornando ainda mais monótona a viagem, mas que proporcionam grande segurança para o motorista, pois os pontos de ultrapassagem são muitos e com visualização a grande distância. Detalhe é que são poucos trechos com acostamento asfaltado, mas normalmente não tem um abismo do lado como acontece no Brasil.

Um momento interessante que passei na viagem eu consegui registrar em filme. Eu coloquei a câmera presa à cintura com a intenção de tirar algumas fotos. Resolvi fazer um filme e em determinado momento vi uma grande fumaça no horizonte. Foquei a fumaça e dela saiu uma avião. Parece incrível, mas eu consegui filmar um avião apagando incêndio na mata, e eu rodando a mais de 90 km/h. Se observarem em determinado momento eu tento pegar o avião no ar e aparece o velocímetro da moto. O avião aparece claramente a partir do meio do filme. Muito emocionante aquele momento. O filme está no final desta postagem.

Outro ponto foi uma queimada pela qual passei na estrada. Tampou toda visão e senti muito calor num trecho bem grande. A região está muito seca, e vi várias queimadas no percurso.

Estou agora num excelente hotel chamado Posta Del Sol, que fica entre Paraná e Santa Fé. É bem rústico, mas muito confortável. Dá para ver pela foto que o quarto tem bastante espaço, e a vista da janela é muito boa. Escuto os pássaros lá fora. Esta foto da piscina tirei às 20hs45min. Escureceu depois de 21hs00min. Não é barato, AR$155,00 a diária (R$110,00), mas depois do que passei em Foz, estou valorizando muito o sono.

De um modo geral estou sendo muito bem tratado aqui na Argentina. Onde paro sempre sou abordado por alguém para saber sobre a moto que gera muita curiosidade e elogios (imagino se estivesse limpa como seria) e sobre o Brasil, gostam de tirar fotos, o que me fez aparecer em dezenas de fotografias (ainda não me pediram autógrafos) ou mesmo virar fotógrafo para alguns que queriam uma foto ao lado da moto. Mas tem um porém. Passei a evitar postos da bandeira YPF. Nos dois primeiros que abasteci tive um atendimento péssimo. No terceiro que entrei, encontrei o Celestino passando uma descompostura no frentista e reclamando da falta de respeito com a qual foram tratados.

Durante o dia estou preferindo lanches rápidos e leves, barras de cereais, água e Gatorade. Evita sono durante a viajem.

Hoje eu jantei a famosa Parrilla Argentina. Um prato diferente, que enquanto comia lembrava de algumas pessoas que provavelmente iriam amar e outras que iriam odiar. Vou ter que malhar uns 30 dias para perder as calorias que comi hoje. Acho que na próxima vez que jantar vou pedir só a costela, e vai ter que ser light.

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