15º dia – Punta Arenas – Puerto Natales

Pelo site de meteorologia a temperatura ambiente era de 10º C. Com o vento, a sensação térmica devia estar próxima de 5º. Viajando com a moto, era mais baixa ainda. Mas para compensar, o céu estava limpo, azul e a estrada era o que poderia ser chamada de perfeita, cortando uma linda paisagem, com flores colorindo quase toda a extensão do acostamento e ovelhas, emas e guanacos pastanto nos campos. Foi isso que encontrei no curto trecho que percorri hoje entre Punta Arenas e Puerto Natales no Chile.

Por isso, levei mais de quatro horas para percorrer os 250 km que distanciam as duas cidades, parando sempre que podia para registrar um pouco do que estava vendo. Mas o céu não ficou de brigadeiro o dia todo. Mais tarde nuvens surgiram no céu e cobriram o sol, trazendo ainda mais frio.

Um momento ao mesmo tempo tenso e divertido foi quando entrei numa reta e alguns carros estavam parados à frente. Imediatamente percebi que haviam ovelhas sobre a pista. Ainda estava reduzindo quando alguns cães passaram correndo atrás de uma das ovelhas bem em frente à moto. Sorte que estava bem lento, mas acabei tomando um susto.

Cheguei a Puerto Natales cedo e fui direto para o hotel que havia pesquisado. Eles tinham vaga para uma noite, mas não para duas. Mas indicaram um hostal, que parece ser do mesmo dono, mais simples e barato. Quarto com banho privado. Fechei ele mesmo. O aquecedor do quarto fica ligado o tempo todo. Paredes de Duratex, piso de madeira, boas camas e um bom chuveiro. A moto ficou numa área ao lado do prédio, no meio de um canteiro de rosas e onde um pintor está trabalhando. Ele me prometeu não mexer ali até depois de amanhã, quando a moto for retirada.

Contratei também um passeio no Parque Nacional Torres del Paine. Poderia ir com a moto, mas são 80 km para ir e outros 80 para voltar no rípio. Já andei bastante nesse piso e ainda terei mais pela frente, o que já considero suficiente para essa viagem. A senhora responsável pelo hostal recomendou comprar produtos para lanche em um supermercado e levar no passeio. Segundo ela, tudo é muito caro no parque.

Depois de um bom banho quente, fui a um restaurante onde comi salmão com papas fritas, ovo e cebola e tomei uma cerveja. É um prato que eles chamam de salmão a lo pobre. O mais comum é o lomo a lo pobre, com carne de boi, mas resolvi experimentar o com salmão. Muito bom.

Comprei os produtos para o lanche de amanhã e coisas para comer no quarto hoje e fiz uma boa caminhada pela cidade, aparentemente calma apesar dos muitos mochileiros de todas as partes do mundo que vi nas ruas. A maioria das casas são feitas de madeira ou metal (barracão de zinco…). Muitas com a tinta das paredes descascando, mas não achei feio.


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