14º dia – Ushuaia – Punta Arenas

Em alguns aspectos o dia foi mais tranquilo do que eu havia imaginado, em outros chegou perto do punk. Acordei cedo com a intençao de sair cedo, uma vez que a previsão era de percorrer 770 km no dia, sendo 100 km de rípio e ainda atravessar uma fronteira.

Acordei no horário que programei, aprontei toda a bagagem e fui para a recepção do hotel para acertar a conta e ir embora. Não tinha ninguém lá. Desci com a bolsa para ir ajeitando tudo na moto até aparecer alguém e a porta estava trancada. Toquei a campainha e esperei uns 20 minutos até o rapaz aparecer com cara de sono. Ele estava dormindo em um dos quartos. Disse que ia aprontar o desayuno, mas eu agradeci e disse que tinha que sair logo. Por isso eu saí uns 30 minutos além do horário que havia planejado.

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O céu estava bem fechado e não chovia, mas a rua estava toda molhada. Prevendo que o frio iria pegar na estrada, saí vestido com toda a roupa de frio, exceto o forro térmico. E fez frio. Deu vontade de parar e colocar os forros da jaqueta e calça, mas daria muito trabalho e teria que arrumar um lugar que pudesse fazer tudo. Mas segui em frente.

Viagem de moto até Ushuaia - Argentina

Ao passar pelo Paso Garibaldi, o frio era de cortar e uma neblina cobriu a estrada. Depois de Tolhuim a neblina cessou e a temperatura subiu um pouco. Desse ponto em diante a viagem rendeu mais, pois tem muitas retas e a estrada está muito melhor que no início do trajeto.

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Próximo a Rio Grande ultrapassei uma Yamaha Super Ténéré com placa da Colômbia. Estava super carregado com a bagagem, motociclista e garupa. Tirei uma foto deles e segui viagem, mas eles aceleraram e mantiveram a mesma tocada que eu estava. Quando entrei no posto na fronteira, eles entraram também. Um casal muito simpático que estava retornando de Ushuaia para o seu país e iria passar pelo Brasil. Passei algumas informações, trocamos adesivos e seguimos, mas nos encontramos várias vezes na estrada, inclusive percorremos boa parte do rípio juntos.

Viagem de moto até Ushuaia - Argentina

Depois da aduana do Chile, existe um restaurante onde fiz um lanche na ida para Ushuaia. Haviam muitas motos na porta. parei para fazer um lanche, mas quando entrei tinha um batalhão de asiáticos lá dentro. Dei meia volta, pois provavelmente iria demorar para ser atendido. Ao sair, encontrei cinco deles tirando fotos da moto. Eles cumprimentaram, pediram para tirar foto minha com a moto, depois com eles. Eram indonésios fazendo uma viagem de moto pela Patagônia Argentina e Chilena. Mandei sentarem na moto para as fotos e eles ficaram todos felizes. Disseram que são fãs de Harley, um deles estava com uma jaqueta skul da marca e me convidaram para ir ao seu país. Distribuí adesivos e nos despedimos.

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Ao contrário da ida, quando o trecho estava bem compactado e consegui empreender uma boa velocidade, os primeiros 60 km de rípio estavam com as pedras todas remexidas e a moto foi dançando para tudo quanto é lado. Mas mantendo a aceleração e velocidade constante, procurando seguir os trilhos deixados pelos caminhões, passei sem susto. Os gaúchos com quem encontrei em Bahia Blanca, disseram pelo facebook que passaram por ali ontem com muito vento forte e um trator remexendo em tudo. Depois o bom trecho de concreto e em seguida os 40 km de rípio finais, que também estava bem difícil. Além disso, hoje tinha uma quantidade muito grande caminhões transitando de um lado para o outro. E como o vento dessa vez vinha da esquerda, tomei toda a poeira que eles levantaram. Eu e a moto chegamos ao destino cobertos de pó e a câmera que levo no bolso, uma baratinha da Nikon, foi pro beleléu.

Viagem de moto até Ushuaia - Argentina

Ao passar por Cerro Sombrero, fiz as contas e vi que a gasolina dava para chegar ao próximo posto que fica no início da estrada para Punta Arenas, mas na reserva. Então resolvi não pagar o preço que cobravam no posto da cidade, o dobro do que vinha pagando. Segui em frente.

O clima ajudou muito nessa dia, vento fraco e temperatura mais alta. Começei até a sentir calor com toda a roupa que estava e tive que abrir algumas das áreas de ventilação da jaqueta.

Na travessia do Estreito de Magalhães, o vento estava tão tranquilo que o mar estava liso. Somente alguns quilômetros depois de sair do transbordador que recebi uma rajada forte de vento que me fez dançar na estrada de um lado para o outro. Observei o Colombiano pelo retrovisor e vi ele fazer o mesmo movimento no mesmo local, parecia que tínhamos ensaiado.

Encontrei no transbordador um simpático casal de franceses com quem havia feito o passeio pelo Canal de Beagle, a Fanny e o namorado que não lembro o nome. Também estavam indo para Puerto Natales, mas de ônibus.

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Como estava com a gasolina contada para chegar ao próximo posto, reduzi a velocidade para economizar. Alguns quilômetros depois, o GPS me mostrou que havia um posto antes do que eu havia encontrado na internet. Ao chegar nele era muito simples. perguntei ao senhor que atendia se ele aceitava pesos argentinos ou tarjeta, mas ele disse que somente pesos chilenos.

Viagem de moto até Ushuaia - Argentina

Faltando 50 km para o posto seguinte, o painel da moto mostrava que eu tinha uma autonomia de 43 km. Reduzi ainda mais a velocidade. Como logo depois começou uma descida, consegui chegar ao posto com autonomia de mais 25 km. Era um muquifo. O cara disse que não aceitava tarjeta ou pesos argentinos, e de qualquer forma não adiantaria, pois a única bomba estava estragada. Pedi a ele uma garrafa com a qual fiz um funil e usei pela primeira vez a gasolina reserva. E entornei boa parte sobre o tanque, por causa do vento.

Tive então que seguir para Punta Arenas, distante cerca de 60 km de onde estava. Passavam das 18h30. Fiz as contas e o que teria que rodar para sacar dinheiro em um ATM, abastecer, voltar e seguir o restante do trajeto, me faria chegar a Puerto Natales por volta das 22 horas, sendo otimista. Então resolvi pernoitar na cidade mesmo.

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Procurei o centro de informações ao turista e pedi a indicação de um hotel com o valor máximo de 50 dólares e que tivesse cochera. O rapaz fez as contas e disse que o Hotel Torres del Paine me atenderia. Segui para o endereço indicado. É um hostal muito simples, com banheiro compartilhado e muitas camas por quarto. A dona me arrumou um quarto com três camas, sem janela e com as paredes feitas de duratex, mas não o estou dividindo com ninguém. A moto ficou guardada na lavanderia. O valor foi de apenas R$ 48 .

Depois saí para comer alguma coisa, pois ingerí apenas com duas barras de cereais, algumas bolachas e água desde que acordei cedo. Jantei em uma casa de comida oriental.

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