6º dia – Luján – Bahia Blanca

Amanheceu com céu limpo e fazendo muito calor. Depois do Desayuno (café da manhã), arrumei a bagagem na moto e fui para a praça em frente à Basílica para tentar tirar uma foto. A cidade ainda dormia e haviam poucas pessoas nas ruas e na própria praça, muito diferente do dia anterior, quando tudo estava lotado de gente. Suei muito para tirar a foto, mas acho que ficou legal.

Depois de demorar um pouco para sair da cidade por causa da quantidade de semáforos, que peguei todos fechados, antes das 8 horas estava na estrada.

No início pequei uma pista duplicada e com alguns trechos em reforma, depois passei por uma sucessão de estradas secundárias simples com muito trânsito e até uma parada para esperar um trem passar.

Viagem de moto até Ushuaia - Argentina

Finalmente cheguei ao início da Ruta Nacional 3, a estrada que vou percorrer mais de 3.000 km a partir de hoje e que vai me levar ao destino principal dessa minha viagem de moto que é a cidade de Ushuaia, na Provícia de Tierra del Fuego, no extremo sul da América do Sul.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

A estrada é de pista simples, mas muito bem conservada e sinalizada. A velocidade máxima é de 110 km/h com alguns trechos de menor velocidade. Muitas retas permitem que as ultrapassagens sejam feitas sem dificuldade e a viagem rende muito. Cravei o velocimetro em 120 km/h, apertei a borboleta de trava do acelerador, coloquei os pés sobre o protetor do motor e segui viagem, apreciando a paisagem e vencendo rapidamente os quilômetros.

Viagem de moto até Ushuaia - Argentina

Algumas paradas para obras, mas que não atrapalharam o desenvolvimento da viagem. passei por algumas praças de pedágio, mas como no dia anterior, moto não paga. Difícil é adivinhar como passar, cada uma tem uma forma diferente, ao lado da cancela ou por um caminho específico, fora da pista e no meio do mato.

O calor estava implacável. Mesmo com a jaqueta de verão eu sentia a temperatura elevada, pois o vento que soprava do asfalto e dos campos era quente.

A região é uma grande produtora agrícola, com extensas fazendas com culturas de arroz, soja, milho, eucalipto e pasto para o gado. 

Depois que passei pela cidade de Benito Juarez, onde parei para abastecer, o céu começou a ficar nublado. Nuvens de chuva se formaram no horizonte e eu resolvi parar e trocar a jaqueta pela de cordura, que é impermeável. Poucos quilômetros depois começaram a cair os primeiros pingos de chuva que logo se transformaram em uma tempestade com um aguaceiro acompanhado de ventos fortes e muitos relâmpagos. Pensei em parar, mas o lugar era descampado e o risco de um raio me atingir era grande, então reduzi a velocidade e segui em frente.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Foram 10 quilômetros de muita água e aperto. Quando parou de chover comecei a sentir frio, principalmente na parte de baixo, porque entrou água pela roupa. Mais tarde o céu abriu e o calor voltou.

Parei em um posto por volta de 13 horas e fiz um lanche mais reforçado, com um sanduíche frio.

Cheguei a Bahia Blanca por volta das 17 horas. Passei em frente a uma loja de acessórios e peças para motos e parei para comprar uma capa de chuva. Ainda não tinha identificado o motivo de ter ficado molhado durante a chuva e fiquei preocupado quando estiver mais para o sul, se chover e me molhar provavelmente terei problemas com o frio.

Na porta se formou um grupo em volta da moto, admirando-a e tirando fotos. Entrei no grupo respondendo as perguntas de sempre: de onde venho, para onde vou, quanto custa a moto, etc. Tem hora que dá vontade de gravar as respostas.

Para curtir com a cara dos argentinos, falei bem alto: -” una cosa tienes que estar de acuerdo: – Pelé és más grande que Maradona”. Um senhor saiu procurando uma pedra para me jogar…

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Segui para o hotel que eu havia pesquisado na internet e gostado das fotos, das informações e do preço que encontrei. Hotel Santa Rosa. A recepção lembrou o que vi nas fotos, então nem pedi para verificar o quarto. Ao levar a moto para o estacionamento, ele estava alagado. Deixei a moto num canto seco e levei a bagagem para o quarto indicado. O quarto não tinha nada do que estava publicado. Tinha um ar condicionado, mas não funcionava. Um cheiro forte de cigarro. Desci e perguntei se tinham um quarto com ar e para não fumantes. Disseram que tinham com ar por um preço maior e todos os quartos do hotel eram para fumantes, mas faziam uma higienização que não deixava odores. Sinto muito, vou cambiar de hotel. Subi, peguei toda a bagagem de novo e saí à procura do segundo da minha lista. Ao chegar, fui informado que não havia vagas. Na recepção encontrei com três motociclistas de São Leopoldo-RS que estavam no hotel: Mauro, Diego e Fábio. Nos despedimos e fui procurar um hotel que a recepcionista indicou. Ao virar a esquina, vi adiante uma placa escrita hotel. Resolvi checar. Era um hotel bacana, aparentemente acima do meu orçamento. Mas resolvi parar e perguntar. Estava beeeem acima dos meus planos, mas pensei: – “uma vez ou outra não tem problema. Amanhã eu compenso. Resolvi ficar. Hotel Argos.

Mais tarde resolvi dar uma volta pelas imediações e procurar um restaurante. Andei várias quadras e começava a retornar quando topei na rua com os três gaúchos novamente. E olha que a cidade é grande. Conversamos um tempo e descobri que o Fábio já havia lido meu livro (A caminho do céu) e disse que gostou muito.

Entramos em um restaurante, pedimos dois pratos diferentes para os quatro e tomamos umas cervejas. No final nos despedimos no estacionamento em que as motos deles estavam.

{gallery}0115/caminho/bahia{/gallery}


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *