Acordamos no mesmo horário de sempre, por volta de 6h, arrumamos as bagagens e fomos tomar um café da manhã. Não sei se é pelo costume ou pela economia dos hotéis mesmo ou outros fatores, mas na Argentina os cafés da manhã em praticamente todos os locais que tomamos são muito simples. Pouca quantidade e poucas opções. Aqui não foi exceção.
Estávamos demorando muito do despertar até arrumar as coisas, tomar café, acertar o hotel e sair, mesmo já deixando as motos abastecidas no dia anterior, como sempre fazíamos. Atrasamos um pouco para o passeio de 866 km do dia.
Na companhia do Ronaldão, saímos e logo adiante passamos por Trelew, e já começamos a sentir o famoso vento lateral. Continuamos por longas retas e planuras até Comodoro Rivadavia, e paramos um pouco antes da cidade para tirarmos umas fotos em um monumento feito com uma pá de gerador de torre eólica. Ela tem uns 30 metros de altura. É realmente muito grande.
Nessa região passamos por um dos poucos trechos acidentados na Ruta 3. Seguindo mais adiante, o vento já estava incomodando muito, forte a ponto de nos obrigar a compensar com o peso do corpo. Passamos por uma barreira da polícia, que estava muito movimentada. Dezenas de motociclistas em grandes grupos, alguns carros e caminhões também. Somente eu e o Geraldinho fomos escolhidos para apresentar os documentos e enfrentamos a fila.
Tivemos notícias de brasileiros que vinham do sul, que o vento estava muito forte. Esperamos para ver, pois já estávamos sofrendo com ele, e o vento que pegamos estava a mesma coisa que já tínhamos passado. Como a nossa documentação estava toda certa, fomos autorizados a seguir.
Fomos até um local de maior altitude e paramos para abastecer no Posto Tres Cerros, próximo à cidade de mesmo nome. Lá encontramos uma dupla de motociclistas de Fortaleza. Fomos conversar com eles, e nos disseram que tinham saído de lá, foram a Ushuaia em um encontro de motociclistas há uns 12 dias, e já estavam voltando para casa. Detalhe: estavam de Tornado 250 cc.
Mais uma vez, estradas planas, retas e de boa pavimentação. Chegamos a Puerto San Julian e, dessa vez, conseguimos um hotel mais rapidamente que das outras vezes. Um hotel bem razoável na Av. San Martin, a principal da cidade. A diferença no tamanho dos dias e das noites já estava muito grande. Estava escurecendo por volta de 9h30, e isso “engana” a gente muito.
Enquanto tem luz do dia, a gente quer é andar, mas estávamos chegando era muito tarde nos locais de parada, o que acabava sobrando menos tempo para dormir.
Saímos para jantar em um restaurante muito bom, chamado Naos Restaurant Comidas Regionales, que fica à beira mar, próximo à réplica da Nau Victória. É uma réplica muito bonita e muito bem-feita, que hoje funciona como um museu. Como já estava escuro, não estava bom para fotos, por isso deixamos para o dia seguinte.
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