Saímos do hotel de Tres Arroyos às 07h41, com um trajeto previsto de 904 km para o dia. Para nossa surpresa, passamos por um “bolsão” de área muito verde. Muito pasto, lavoura e lagoas à beira da estrada.
Andamos por uns 200 km, em uma região que parece ser muito produtiva em termos de agricultura, e foi um “refresco para os olhos”. Próximo a esse local passamos por um pedágio, mas era gratuito para motos. Chegamos a Bahia Blanca, onde a região voltou a ser seca e desértica.
Continuamos pela Ruta 3, sempre muito plana e bem conservada, entretanto nesse trecho ela já era somente pista simples e sem acostamento.
Chegamos a Viedma, na fronteira da província de Rio Negro, e vimos uma placa informando que ali se iniciava a região da Patagônia. Nesse ponto vimos o quão longe já tínhamos chegado e isso nos motivou a continuar. Nesse local fomos abastecer em um posto Petrobrás, bem à beira da estrada e que tinha um ótimo restaurante. Estava um pouco cedo para o almoço, mas resolvemos almoçar assim mesmo e aproveitar a oportunidade. Foi um prato com a comida típica – bife à milanesa, batata frita e uma saladinha de cenoura ralada, tomate e alface.
Refeitos pelo almoço, deixamos Viedma para traz e cruzamos grandes retas que pareciam intermináveis. A região já parecia mais hostil. Chegamos ao cruzamento da Ruta 03 com a Ruta 251, em San Antônio Oeste e resolvemos abastecer novamente. Do lado de chegada no trevo havia um posto Shell, olhamos para ele de longe e não tinha quase ninguém, mas devido a sua aparência e ao avistamento de um posto YPF do outro lado, resolvemos ir ao outro lado, pois já conhecíamos o padrão dessa rede e todos tinham bom combustível e eram bons pontos de parada. Nos enganamos muito… Apesar das suas qualidades, o YPF estava lotado, com enormes filas para abastecimento. Vimos que não ia compensar perder tanto tempo e voltamos rapidinho para o posto Shell. O nosso trajeto para o dia era longo e não podíamos perder tempo em fila de posto. Quando chegamos de volta no Shell, já tinha uma filinha com alguns carros.
Entramos rapidamente para abastecermos. O Rogério e o Geraldinho foram na frente. Quando eu estava na fila, olhei para a loja de conveniência e vi um motociclista descansando e tomando água. Pensei logo: – Vou lá conversar com ele assim que abastecer.” Quando eu fui, o Rogério já estava conversando com ele e eu vi a sua moto. Era uma Honda Transalp 700. Espantei com o tanto de bagagem pendurada. A moto devia estar muito pesada. Olhei a placa e advinha de onde era! Belo Horizonte – MG. Olha só, um compatriota perdido na Patagônia! Começamos a conversar e seu nome era Ronaldo, usava o colete do renomado moto clube Steel Goose, e estava também a caminho de Ushuaia, sozinho.
Ele nos pareceu um tanto desanimado e o Rogério resolveu convidá-lo para nos acompanhar. O Rogério nos informou e eu e o Geraldinho concordamos imediatamente e de bom grado. Ele ficou na dúvida, se conseguiria nos acompanhar, mas nós não estávamos correndo muito, andávamos entre 120 km/h e 130 km/h e ele resolveu nos acompanhar pelo menos até Puerto Madryn, onde pretendíamos pernoitar. Próximos a Puerto Madryn, entramos na província de Chubut.
Seguimos em frente e “dá-lhe retão”! Estrada muito plana até chegarmos ao destino. Cumprimos o trajeto previsto também nesse dia. Achamos um hotel bem razoável, e ficamos todos nele. Já estava escuro quando saímos para dar uma volta e jantar. Conversamos muito e quando voltamos já estávamos chamando carinhosamente o Ronaldo de “Ronaldão”.
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