Dia 11 – Antofagasta – Taltal

Os dois dias seguintes teriam trechos mais longos, para poder aproveitar cidades mais interessantes adiante, na Ruta del Desierto. Todas, rumo Sul. Seriam entre 550 e 650 km/dia. Mas, o planejamento era flexível o suficiente para ajustes que se fizessem necessários.

Assim foi feito. De Antofagasta, rumo Norte, o destino foi o parque do monumento natural La Portada de Antofagasta. São formações rochosas dentro do mar que conformam um arco natural erodido na rocha pela água. Há um museu e trilhas a beira mar, não visitados.

Viagem de moto Bolivia Chile ArgentinaLa Portada de Antofagasta

A visita ao monumento e a opção de retomada do caminho rumo Sul pela orla da cidade, a Ruta 1, e que valeu a pena, determinaram ajustar a distância a ser percorrida no dia. Como ainda haveria outra parada turística na Mano del Desierto, a 80 km de Antofagasta, seria difícil pernoitar em Copiapó, a 550km de distância. Daí a opção de fazê-lo na cidade de Taltal que, até a Guerra do Pacífico, era o limite Norte chileno.

O vento, desde San Pedro de Atacama até Antofagasta, era muito forte na estrada. Esta, com muitos caminhões, obrigando a reduzir a velocidade ao ultrapassa-los e baixando o corpo atrás do para-brisa, para reduzir o efeito da turbulência e o deslocamento do ar produzido pelos que vinham em sentido contrário. O vento soprava cruzado, frontal e traseiro. Uma indicação visível era a poeira e detritos cruzando a rodovia, na frente da moto. Não havia vegetação ou animais, silvestres ou não, visíveis na maior parte da rodovia.

Esperava mais da Mano del Desierto, indicada na estrada como “escultura”. Realmente o é, com acesso de 500 metros de ripio escorregadio a partir da R5. Sem nenhuma infraestrutura de apoio. Sorte haver comido e utilizado banheiro antes da saída de La Portada de Antofagasta.

Viagem de moto Bolivia Chile ArgentinaLa Mano del Desierto

Fotos feitas, pé na estrada, rumo a Taltal.

Nesse trecho, após Antofagasta, a única opção de reabastecimento é em Agua Verde, na R5, distante cerca de 280 km. Taltal resultou excelente escolha, destaca-se.

Outra vez, a neblina do Pacífico pegou forte nos 25 km de acesso da R5 à cidade. Frio e pilotagem por instrumento.

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Ao chegar, céu brilhante e temperatura agradável, como a cidade. No fim do século XIX e princípio do século XX, Taltal tinha vida agitada, como principal porto de exportação de salitre. Os cerca de 30 mil habitantes desfrutavam de teatro, opera, hipódromo, consulados, portos para passageiros e carga, touradas etc. Até 1930, o salitre deu prosperidade à cidade. O hotel escolhido para pernoitar e o restaurante para o jantar têm mais de 120 anos no mesmo ramo, estabelecidos por imigrantes italianos, que conservam móveis e decoração de época, ambos defronte ao Pacifico. O pôr do sol em Taltal, com a visão do píer de madeira, barcos de pesca ancorados e os contornos das montanhas produziu fotografias bacanas. Valeu a pena ter enfrentado de novo a neblina “comanchaca”, nos 25 quilômetros que unem a R5 a Taltal.

Outra vez, frutos do mar e Pisco sauer foram consumidos.

Buenas noches.

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