Dia realmente de paisagens alucinantes na Cordilheira dos Andes e de um pouco de sofrimento para chegar ao Deserto do Atacama, mas acabou bem e estamos super animados com a nossa viagem de moto até o momento.
Saímos de Purmamarca um pouco mais tarde, por volta das 10 horas da manhã. Agora éramos três grupos de motociclistas nos cruzando no caminho. A dupla que ia para o Canadá e três argentinos de Resistência que estavam fazendo o mesmo trajeto que o nosso.
Nos preparamos para o frio. Várias camadas de segunda pele (x-power), balaclava e tudo mais que tínhamos direito. Subimos a 4.900 metros de altitude e estava frio, mas a roupa estava segurando bem. Neste momento, estava 0 grau.
Passamos pelo primeiro grande salar, Salinas Grandes, é maravilhoso. Paramos, tiramos fotos e viramos atração no local. Diversos turistas argentinos vieram e se interessaram pelas motos e nossa aventura. Quiseram tirar fotos conosco e com as motos. Tivemos nosso momento de superstars!! kkkk
Saímos de lá e fomos em direção ao Paso Jama. Passamos por Suques e eu e o Alberto abastecemos as motos.
Entre Susques e o Paso Jama são cerca de 120 quilômetros onde pegamos muito vento. Era bem forte, de forma que andávamos inclinados com as motos para compensar a força. As motos passaram a consumir bem mais. Achamos que devido ao esforço do vento e a altitude (menor nivel de oxigênio). Paramos duas vezes para abastecer a moto do Max com os galões e usamos o enforca gato para prender a alavanca do câmbio dele que soltou com a vibração. Tranquilos, tocamos e chegamos ao Paso Jama.
Lá tomamos um chá de cadeira de quase duas horas. Uma burocracia incrível que nos deixou nervosos. E carimbo e fila pra todo lado.
Saímos de lá tarde, por volta das 16h40min. O dia estava lindo, mas estávamos preocupados por sair neste horário. Tínhamos lido diversos relatos dizendo para não sair tarde do Paso Jama.
Bom, saímos juntos com os outros dois grupos de motociclistas e o frio veio forte. A paisagem mudou e a neve apareceu junto a um céu limpo e azul. Magnifico! E com direito a pôr do sol. Realmente foi um privilégio estarmos lá!
O Alberto começou a passar mal. O bicho estava pálido e não conseguia nem sair e subir na moto.
Em alguns pontos a neve aparecia perto da estrada. A temperatura caiu para -9 graus. A roupa aguentou bem o frio, mas um detalhe nos faltou!! As mãos não estavam protegidas o suficiente. O frio era bizarro e eu e o Alberto pensávamos que íamos perder os dedos. O Max possui aquecedor de manopla e estava tranquilo. Como solução, aquecíamos as mãos colocando-as no escapamento do motor. Rodamos por mais de 100 km na altitudes entre 4600 e 4900 metros. Um frio Bizarro!!!!
Apesar do frio e da altitude, chegamos a San Pedro de Atacama bem, depois de percorrer 350 km. A altitude aqui é de 2400 metros e a temperatura é igual a de Pousoi Alegre. Só que bem mais seco.
Pra variar um pouco, assim que chegamos, fomos a um restaurante chileno e comemos carne de lhama com vinho chileno. Excelente.
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