Viagem de moto até o Chile – Deserto do Atacama

17º dia – Calama – Jujuy

Viagem de moto até o Chile – Deserto do Atacama

Acordamos, saímos bem cedo e a galera disparou. A paisagem era completamente lunática, árida, inóspita.

Paramos para fotografar, eu, Kadin e Barbieri. Os demais não pararam e foram na frente.
Eu não perderia estas imagens para fotografar e filmar por nada.

Chegamos a San Pedro de Atacama.

“O deserto do Atacama está localizado na região norte do Chile com cerca de 1000 km de extensão e é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em conseqüência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude. Assim, quando evaporam, as nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante meses sem chuva. Isso o torna de aridez incrível. As temperaturas no deserto variam entre 0ºC à noite e 40ºC durante o dia. Em função destas condições existem poucas cidades e vilas, uma delas muito conhecida é San Pedro do Atacama ou São Pedro do Atacama que tem pouco mais de 3.000 habitantes e está a 2.400 metros de altitude. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e o principal ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro, mochileiros, fotógrafos, astrônomos, cientistas, pesquisadores, motociclistas e aventureiros. Apesar de pequena e isolada no coração do deserto mais árido do mundo, San Pedro possui uma vida agitada. Mesmo depois da meia noite, os bares e restaurantes ficam lotados com pessoas conversando e planejando o dia seguinte. Era primeiramente habitado pelos atacamenhos, povo da região juntamente com a civilização dos nativos aymaras. Ambos deixaram um legado inestimável em termos arqueológicos, daí o seu nome deserto do Atacama. Há importantes manifestações de arte rupestre pré-colombianas na região, é o berço de uma das maiores esculturas de figura humana feita na pré-história, o Gigante do Atacama.”

Já estávamos os três há muitos quilômetros sem o resto do grupo. Paramos em San Pedro, procuramos um lugar para trocar dinheiro e fomos almoçar. Na saída do restaurante eu escuto uma voz: Você é o Edgard Baião não é ? Dizia uma mulher me olhando e sorrindo, já vindo me cumprimentar. Fiquei sem saber o que falar. Eu, no deserto do Atacama, num buraco de lugar, a mais de 6 mil km de Cachoeiro e uma pessoa me conhecer… Ela morava em Brasília e me conhecia de Cachoeiro por ter fotografado pessoas da família dela. Tiramos foto com ela e seguimos.

Barbieri no Canyon

Fomos abastecer as motos, tirei minha roupa de couro e coloquei uma mais leve, pois o calor não estava mais cabendo dentro do meu corpo nem da minha roupa. Vesti uma calça da ASW, aquela de motocross, sem muita proteção (nenhuma) mas que no calor estava me ajudando.

Paramos a moto em uma rua para andar pela cidade. Quando fomos sair, Kadinho subiu na moto e quando foi colocar o pé direito no chão para tirar o descanso da moto, o piso do lado direito era mais baixo e a moto foi para o chão com tudo para cima dele. Sorte que não se machucou, nem a moto quebrou, só o peso do guidão direito que deu uma entortada.

Subimos nas motos e partimos os três no meio das ruas, hora de terra, outra de brita e asfalto. Seguimos e peguei a minha máquina fotográfica e fui filmando as ruas com a mão esquerda fora do quidão. Nisso um indivíduo parado na minha frente do lado esquerdo, que vinha em sentido contrário resolve virar na minha frente para entrar numa rua a esquerda. Resultado: quase bati nele pois não podia frear por estar pilotando com uma das mãos. Fiz um sinal para ele, daqueles que a gente faz quando está enfurecido e com um dedo só. Passei pelo carro e fomos em frente.

Eu segui reto, Barbieri virou a esquerda e Kadin à direita….Cada um tomou uma direção numa encruzilhada. Kadin morreu de rir de quase cair da moto. Foi muito engraçado mesmo, os três patetas perdidos numa vila de rua única.

Abastecendo com galoes-de gasolina

Juntamos-nos e seguimos. Mais à frente deste local havia uma placa: ADUANA. Passamos, olhamos, ninguém nos parou e seguimos. Eu estava na frente, parei a cem metros da suposta Aduana, pensando o que estava fazendo uma Aduana a 100 km da divisa da Argentina.

Tinha um trevo com várias indicações de estradas e rotas a serem seguidas. Parei embaixo da placa com Barbieri e Kadin, que estava com o mapa da região, passou por nós fazendo sinal com a mão: SIGAM-ME. E vazamos atrás do Kadin que nem parou no lugar que estávamos.

Seguimos por 185 Km no meio do nada, absolutamente nada a uma velocidade alta para escapar do inferno do calor. Paramos numa vila e a gasolina já havia acabado. A areia das ruas afundavam os pneus das motos. Encontramos uma van e indagamos ao motorista se ele tinha visto 4 motos grandes passar por ele nesta rodovia em que estávamos e ele respondeu… Sì Si..vi sim.. Motos grandes passaram por mim… Então estávamos certos da estrada que estávamos seguindo. Agora fomos procurar gasolina nas casas que vendem clandestinamente.

Depois de andar por entre as areias achamos uma casa. Batemos na porta. Apenas uma fresta se abriu e pedimos gasolina. A porta se fechou e apareceu depois um galão de gasolina de 20 litros uma mão suja e em seguida a porta se fechou. Olhamos aquilo e pensamos “que loucura seria aquela?” Abastecemos as motos e pedimos mais outro galão… e tudo se repetiu… Colocamos gasolina nas 3 motos e continuamos naquela estrada deserta, bem conservada e muiiiiitttooooo quente.

Edgard no Atacama

Andamos mais 34 Km e a estrada acabou, começou o rípio, terror dos motociclistas, e comecei e filmar com a máquina fotográfica. Kadinho na frente… poeira e pedras na estrada. Encontramos uma velha com duas crianças conduzindo um rebanho de cabras. Paramos e Kadinho perguntou a ela que estrada seria aquela. Ela respondeu como 1 + 1 é igual a dois. Vocês estão na estrada errada. Vocês têm que voltar e pegar o trevo que ficou lá atrás na aduana e tem que fazer também a saída do país naquela aduana. Mas como ? Uma aduana a 100 Km da fronteira nunca tínhamos visto isso. Resultado: andamos 360 Km errados do trajeto. Voltamos ao inferno de asfalto e areia mais 180 Km…

No caminho já sabíamos até onde tinha gasolina clandestina nas casas que margeavam a pista incandescente. Retornamos a San Pedro de Atacama, fizemos os trâmites da Aduana e morrendo de rir de tudo que passamos, pegamos à esquerda, onde eu havia parado no começo de tudo e seguimos em direção da fronteira.

Estacionei minha moto numa sombra ao lado da Aduana. Kadin e Barbieri estacionaram do outro lado da pista, embaixo de uma varanda. Entramos e começamos a fazer os trâmites de carimbos nos passaportes e preencher papeis a vontade. Nisso ouvimos alguém dizer: De quem são aquelas duas motos debaixo da varanda ? Kadin e Barbieri logo se colocaram de prontidão…: São nossa. Então retirem que lá é a garagem da viatura da policia…ha há há há.. Morremos de rir…e eu fiquei na minha pois minha bicicletinha tava na rua, porém na sombra.

Salar de Jujuy 1

Após fazer tudo, olhamos na frente da aduana uma placa de um anuncio de um restaurante (se é que se pode dizer que aquilo era um restaurante ) que era dentro de um container, e era o que tinha de melhor em termos de opção alimentar. Minha nossa!!!

Seguimos agora no caminho certo. Paramos no meio do deserto para bater papo, tirar fotos e filmar a paisagem desoladora.

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Valle de La Luna

“A 12 km de San Pedro, localizado na Cordillera de la Sal, o Valle de la Luna é uma extensão de terra e areia avermelhadas com formações rochosas singulares, como as Três Marias, um rochedo de três pontas, e outras vistas impactantes. Parte do solo é coberto de sal branco, o que dá ainda mais a impressão de estar em um ambiente não terráqueo. O entardecer é um momento especial, quando as cores ficam ainda mais fortes e belas. Na grande cratera central há uma impressionante duna de areia, onde um estreito caminho em seu topo leva a um dos mais concorridos miradores. De lá, pode-se ver o pôr-do-sol no céu magenta, em meio aos vários picos andinos. A noite também é bela no vale. O brilho da lua reflete no chão de sal e as sombras são fortes e bem definidas no solo, como se fosse dia. Aos que têm mais tempo, chegar lá de manhã e passar o dia vendo a mudança de cores e sombras até a noite é um excelente programa. É um dos locais que mais atraem turistas em San Pedro. O acesso se dá por carro, bicicleta ou passeio organizado das agências.”

Aldea de Tulor

“Próximo ao Valle de la Luna, a sudeste, Tulor é um conjunto arquitetônico de recintos circulares, habitado entre 800 a.C e 200 d.C pelos antigos povos atacamenhos. Com extensão de 1 km, essas habitações estão hoje a 1 metro abaixo do nível do solo, formando um interessante padrão de círculos no deserto. Chega-se de bicicleta, carro ou tour.”

Valle de La Muerte

“Também na Cordillera de la Sal está o Valle de La Muerte, um vale de cerca de 2 km de extensão onde se pratica sand-board nas dunas. É o local mais próximo de San Pedro para visitar – e não há ônibus. Siga pelo asfalto em direção a Calama. A 1 km da saída da cidade há uma placa indicando “Cordillera de la Sal”. Entre à direita na pista de terra que fica entre a rodovia e outra entrada a 900 desta. Já dentro do vale, você passa por uma pequena lagoa verde esmeralda. Mais à frente, a estrada sobe e aos poucos vai sendo coberta de areia – difícil para bicicletas. O visual é o vale com a Cordilheira dos Andes ao fundo. Os tours que vão para o Valle de la Luna dão uma passada rápida pelo Valle de la Muerte mas não o cruzam por completo.”

Laguna Verde e o Sul da Bolívia

“Cruzando os Andes e a fronteira boliviana, chega-se à Laguna Verde, do outro lado do Vulcão Licancabur. A Laguna tem águas verde-esmeralda e está localizada num vale belíssimo, rodeada de vulcões e montanhas nevadas. Não há ônibus regulares, mas as agências organizam passeios de um dia, com retorno a San Pedro e também excursões de três dias Bolívia adentro, passando por lugares espetaculares, como a Laguna Colorada, o Desierto Siloli e o Salar de Uyuni, deixando o viajante na cidade de Uyuni. Com mais um dia você pode retomar ao ponto de partida, San Pedro.”

Chuquicarnata

“É um povoado localizado no deserto, a 16 km de Calama. Chuquicamata, também conhecida por Chuqui, pelos locais, abriga a maior mina de cobre do mundo, conquistada pelo Chile após a vitória sobre a Bolívia na Guerra do Pacífico – um imenso buraco no solo, onde há quase cem anos, ingleses e americanos começaram a explorar as riquezas minerais. As visitas são gratuitas (embora lhe peçam uma contribuição voluntária) e oferecidas à tarde. Devido às condições muito ruins de moradia na área, Chuquicamata está para se transformar em uma cidade fantasma, visto que sua população, atualmente de 13 mil habitantes, será inteiramente transferida para Calama nos próximos anos, de acordo com decisão do governo chileno.”

Vulcão Licancabur

“Sempre mirando San Pedro está o vulcão Licancabur, um perfeito e majestoso cone nevado com 5.916m de altura, a oeste da cidade. Na cratera do vulcão, já extinto, há uma lagoa de águas esverdeadas. Em tempos pré colombianos, era um local de sacrifício de fetos de animais. Logo essa prática foi proibida pelos espanhóis, mas os povos continuaram a fazê-lo em suas comunidades. Nos primeiros dias de lua cheia, vê-lo surgir por trás da cordilheira é um espetáculo belíssimo, seja do Valle de la Luna ou da própria cidade de San Pedro. Para melhor observá-lo, a partir da cidade, siga até o campo de futebol, atrás do museu, dobre à esquerda e em seguida à direita, paralelamente ao cemitério, em direção oeste, seguindo a rua até que ela termine. Aviste uma cruz já fora da cidade, passe por ela e você terá um descampado sem iluminação, com o Licancabur à frente. As luzes que você observar descendo pela cordilheira são os carros cruzando a fronteira, vindo da Argentina. Para subir o vulcão, deve-se ir pelo lado boliviano.”

Salar de Atacama

“Localizado ao sul de San Pedro, o Salar de Atacama é um extenso lago salgado que secou, deixando uma superfície de sal de 3.200 Km2, o maior depósito de sal do Chile. O Salar fica entre a Cordilheira dos Andes a oeste e a Cordilheira de Domeico, a leste, e para ir até lá, só com carro próprio ou em tours de operadoras. Com um detalhe: não é permitido rodar com veículos no lugar. O ponto de entrada e que permite uma exploração parcial do local é o que dá acesso à Laguna Chaxa, a mais ou menos 25 km do vilarejo de Toconao, vizinho a San Pedro, onde habitam flamingos de três espécies (Andina, Chilena e a rara James).”

Salar de Talar

“Este lugar é uma surpresa – talvez o mais inusitado e belo da região norte do Chile. Imagine uma montanha de enxofre de cores que vão do mostarda ao marrom em degradê, atingindo o puro cinza. A seus pés um raso lago de água azul-piscina que vai se estendendo até tornar-se puramente branco de sal. Às bordas deste lago majestoso, uma vegetação verde-claro que resiste ao frio e ao constante vento andino. Parece uma pintura à base de pastel a óleo. É para curtir e viajar nas cores, mudanças de tons e formas. Muitas vezes os tours que vão para as lagunas Miniiques e Miscanti também seguem para o Salar de Talar, que não é tão freqüentemente visitado, não estando sempre incluído nos passeios, mas é bem legal e vale à pena pedir para conhecer.”

As retas eram intermináveis e o calor, nem se fala. Não tínhamos como medir a temperatura, porém, podíamos medir o desconforto de estarmos com roupas de proteção e num clima além do normal.

Seguimos os três juntos, começamos a subir montanhas e mais montanhas e o calor foi sumindo e o clima mudando para mais ameno. Minha calça ASW fazia sucesso no calor escaldante. O frio começou no topo das cordilheiras e a chuva chegava com o frio, fazendo a temperatura cair assustadoramente. Andamos os 100 km até a fronteira. O frio e a chuva já nos dominavam.

Chegamos na fronteira e, para variar, centenas de pessoas estavam fazendo a mesma coisa: passando pela fronteira e batendo carimbo nos passaportes. A fila estava do lado de fora da pequena acomodação que tinha o nome de FRONTEIRA. Uma coisa ridícula para a finalidade que se propunha aos turistas. Entramos e nos acomodamos de luvas, bala-clava e tudo que podia para não passar frio, mesmo dentro da Cabana do Pai Tomás. A fila era muito grande. O tempo que tínhamos perdido iria fazer muita diferença, pois ainda tínhamos muitos km para percorrer até a próxima cidade. Depois de um certo tempo na Cabana do Pai Tomás, pedimos a um dos agentes se poderia nos adiantar por estarmos de moto e estar frio e chovendo e, por incrível que pareça, um deles era motociclista e nos ajudou a encurtar o tempo dentro da cabana. Fizemos nosso procedimento e vazamos.

Tinha um posto logo além da fronteira mas não abastecemos. Tocamos assim mesmo, com a intenção de abastecermos mais à frente pois só tínhamos andado 100 km depois do abastecimento em San Pedro do Atacama. Assentamos a mamona no frio, chuva e estrada sem movimento. Eu com minha calça ASW que parecia um pijama, suportei o que tinha pela frente até mesmo para testar até onde aquela roupa poderia me proteger no frio ou na chuva. Em questão de temperatura, porque, proteção, afff.. Nada.

Os postos não apareceram e de repente havia no meio do nada do deserto da argentina. Três motos se arrastando na pista a 40 km por hora, procurando e implorando por uma gota de gasolina. Andamos mais 320 km sem abastecer. Recorde. Chegamos a um posto quase empurrando as motos. Barbieri então, com a XT de tanque de 15 litros, já estava fazendo xixi no tanque para andar.

Um vento insuportavelmente gelado nos abraçou e nos fez pensar se devíamos ou não continuar de onde estávamos ou não. Paramos, liguei para o Brunoro para saber onde os outros 4 estavam. Fui informado que estavam em Jujuy a 200 km de onde estávamos. Colocamos nosso adesivo no local preparado para isso, deixando a marca dos águias na bomba de gasolina.

Vulcao Licancabur

Paramos num restaurante anexo ao posto e descansamos um pouco para poder encarar ou não a próxima etapa. Estava quentinho dentro do restaurante e um hotel conjugado. Barbieri pediu um café com leite e já estava bebendo, eu peguei umas bolachas e chocolate na minha moto e pedi um café com leite também. Acomodei-me numa mesa com Kadin e começamos a comer e nos aquecer. No balcão havia pedido para Barbieri pagar meu café porque estava sem dinheiro argentino. Comemos e bebemos à vontade, nos aquecemos, alongamos e saímos do restaurante.

Já ia saindo com minha moto quando a menina do restaurante me falou: O senhor não vai pagar o café com leite ? Eu fiquei morrendo de vergonha. Kadin e Barbieri deitaram de rir me gozando por não ter pago a conta de um café com leite na argentina. E eles fizeram de propósito, combinando com a menina do restaurante. E depois falaram que já tinham pago. Morremos de rir os três e tocamos forte para Jujuy.

Paso de Jama

“Cruzando a fronteira para o Chile, está o Paso de Jama, nome desse caminho que atravessa a cordilheira, é espetacular. Pelo noroeste argentino tem-se acesso, via RN 52, ao Chile, chegando a San Pedro de Atacama. Os que se ressentem dos efeitos da altitude devem se prevenir. Um bom trecho da estrada está situado numa altitude superior a 4.000 msnm. Agasalhe-se bem, mesmo se for no verão. Todo asfaltado e bem sinalizado. De Susques à fronteira são 125km e de lá até San Pedro mais 175 km, e é bem deserto (literalmente). A primeira parte, na Argentina, é bem sinuosa e íngreme, uma vertigem só! Já a segunda é bem menos acidentada e cheia de subidas e descidas praticamente retas. As vicunhas e lhamas estão por toda parte. Vê-se o vulcão Licancabur (que fica na Bolívia, bem perto) e lagos de degelo. A chegada em San Pedro parece um tobogã. Em poucos quilômetros, a gente desce mais de 2.000 metros. Um caminho que todo mundo deveria passar pelo menos uma vez na vida (mesmo que não seja de moto).”

SUSQUES

“A 195 km de Jujuy, Susques fica no meio da puna e é a última cidade da Argentina antes da fronteira com o Chile, um povoado indígena todo construído em tijolos de argila, a 3.600 m de altitude. Sua igreja colonial coberta de sapé merece uma olhada … e é só. O mais interessante é o trecho da estrada entre as Salinas Grandes e Susques, com seus rebanhos de lhamas. A temperatura cai bastante durante a madrugada.”

Purmamarca

“O pitoresco vilarejo de Purmamarca é, de longe, a mais charmosa das três principais cidades minúsculas (as outras são Tilcara e Humahuaca) e fica na RN 52, toda asfaltada, que leva à fronteira com o Chile, atravessando parte da Puna argentina e as Salinas Grandes. Deve sua fama à montanha que se ergue atrás dele, o Cerro de los Siete Colores, “cartão postal” da Quebrada. O Paseo de los Colorados, é uma trilha que pode ser percorrida a pé ou de moto, é um ótimo lugar para apreciar os deslumbrantes e variados tons dos morros. O melhor visual é ao nascer do sol e uma estrada sinalizada leva o visitante a um mirante, na saída da cidade. Entre Purmamarca e Susques, começa a Cuesta de Lipán, onde estão localizados os famosos Caracoles, trecho de aproximadamente 65 km com muitas curvas. Purmamarca é uma cidade inacreditável. Encravada num vale de montanhas coloridas, é basicamente toda construída em adobe. Suas casas são todas marrons, cor de barro, mas quando os artesãos locais apresentam seus produtos, tudo fica bem colorido para combinar com as montanhas da Quebrada de Humahuaca. O passeio começa aqui. E o principal motivo para dormir na cidade, é a adequação à altitude.”

O frio já era uma realidade depois do calor insuportável. Andamos cerca de 97 km, já era noite e a estrada estava deserta. Após este percurso começaram as curvas acentuadas, estrada lenta e perigosa. Assim foram os 44 km seguintes até chegarmos às 8 horas no Grande Salar, um lugar que esperávamos para ver de perto, que é o mar de sal que existe no lugar. Paramos as motos na estrada, mas Kadin logo pegou a moto dele e entrou na paisagem branca de sal, fazendo malabarismo e patinando sua V-Strom no sal. Entrei em seguida e Barbieri me acompanhou. Brincamos de moto no mar de sal com um dos poentes mais lindos que já tinha visto. Tiramos fotos e filmamos tudo que podíamos para guardar aquele momento mágico numa temperatura de zero grau.

Pegamos a estrada novamente e nos próximos 28 km, descendo as cordilheiras, o clima melhorou e esquentou um pouco mais. Chegamos a Jujuy as 11:35 e nos juntamos novamente ao grupo.

Saímos à noite, comemos uma pizza gigante e voltamos para o hotel.

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