Moto Aventura Norte Sul – parte III

Aproveitamos a bela manhã de Araguaína para algumas compras na e também para soldar na oficina do Neto Bala o suporte do alforge que se partiu. Depois fomos retirar alguns bordados para coletes e encontramos o Anjo Negro, sempre simpático e brincalhão que nos presenteou com bandeirinhas do Tocantins para costurar no colete. Alí juntou-se a nós o Pádua, montado em sua bela Virago 535 e partimos na direção de Marabá via Xambioá. Após o almoço na estrada, Padua deixou-nos e seguimos para a travessia da balsa. O Tocantins é um rio muito largo neste local e a travessia de balsa é a solução. Foi uma aventura interessante ver nossas motos junto com carros, caminhões e carretas atravessando o rio sobre a balsa oscilante.

Chegamos enfim ao Pará, mas ainda havia uma boa distância até a cidade de Marabá e só terminamos de vencê-la à noite. Na casa do FF fomos carinhosamente recepcionados pela Pamilla e pelo malvadinho tagarela Otávio, além da simpática Antonia, “secretária” doméstica eficientíssima. Saímos e jantamos ótimo pescado e depois fomos passear às margens do Tocantins.

Hospedados na casa dos Fefes, tivemos novamente contato com o tio Mario, nosso companheiro à distância, que conheceu via Skype também Maumau e Fefe. Dormimos no quarto do Otávio e o Maumau na sala. Após o café da manhã o Otávio exibiu orgulhoso sua bela motoca chopper na rua e fomos todos até a doca pegar barco à praia do Tucunaré, do rio Tocantins defronte a Marabá Pioneira. Alí comemos o delicioso Tucunaré, peixe muito apreciado por sua carne tão saborosa, sentados confortavelmente em cadeiras junto a mesas colocadas dentro do rio. Tivemos então notícias do Monaski, cuja moto havia tido problemas e agora estava em reparos. Fomos até ele para conhecê-lo e mais uma vez a empatia estabeleceu-se de imediato da mesma forma que ocorreu quando encontramos o Maumau.

Voltamos à Mansão Fefe e ficamos esperando o Monaski acompanhado do irmão Iron e do amigo Ribamar. Chegaram quando já estávamos acabando o churrasco e também depois de concluído o “arroz de garrafa pet” que experimentei fazer obtendo sucesso.

Após a boa noite perfilamos nossas motos na frente da casa do Fabio e partimos pra Carolina-MA tendo a Pâmilla pilotando a Outlander como carro de apoio, seguindo o caminho da Transamazônica. Eu me sentia indisposto com algum tipo de virose, mas isso não me impediria de seguir adiante. Os temíveis 18km de “estrada de chão” da Transamazônica foram uma prova e tanto para mim e para minha moto, a maior do grupo. Num vacilo entrei numa poça de poeira de acabei derrubando lentamente a moto. Fazer o que ? Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima ! Continuamos os difíceis quilômetros sem nenhuma outra intercorrência e alcançamos o asfalto. Entramos no Maranhão e finalmente as belas paisagens da Chapada das Mesas onde fica aconchegante cidade de Carolina. Mais uma vez fiquei muito satisfeito ao perceber que o grupo pilotava com solidez, velocidade e segurança. Aproveitamos o clima agradável e terminamos a noite na praça em frente à pousada, com uma boa cervejada.

Pela manhã, ao acordarmos, nos reunimos para o farto café da pousada e ouvimos as queixas do Maumau que reclamava dos parceiros de quarto, Monaski e Iron dizendo que não conseguiu dormir a noite toda. Demos muita risada quando ele se queixou dizendo: “É que vocês não viram o Tratorzão”. Maliciosos, todos caímos na gargalhada e nem deixamos o coitado prosseguir com a explicação. Daí por diante Monaski e Maumau formaram a dupla “Tratorzão e Caçambinha” !

Seguimos ao parque da Pedra Caída e fizemos os passeios às cachoeiras de Caverna e Capelão que embora interessantes, ficaram aquém de nossas expectativas. Como não era possível fazer o passeio principal, resolvemos que voltaríamos pra esse passeio na manhã seguinte e depois partiríamos diretamente para Araguaína. E assim fizemos…

O Santuário foi um dos lugares mais lindos que já vi. Descemos por uma fenda rochosa de 50 metros onde a água caia em aspersão, formando diversos arco-íris à medida que íamos descendo. Lá embaixo fomos banhados pela água morna que caia e formava um córrego. Seguindo esse córrego as paredes se estreitavam e andamos com água pela cintura até o fim da fenda que então derivou à direita num salão redondo de aproximados 25 metros de diâmetro nos fundo do qual uma poderosa cachoeira derramava suas águas totalmente translúcidas. Um espetáculo de beleza natural indescritível. Nadamos e brincamos fartamente nessas águas e voltamos subindo pelas escadarias de madeira até o topo e depois até o parque onde almoçamos comida muito variada, saborosa e simples.

Descansamos um pouco e subimos nas motos para vencer os cento e poucos quilômetros até Araguaína, novamente hospedados no bom Hotel Olyntho . Ali encontramos Ribamar e Josias, companheiros do Monaski no “Bodes do Asfalto” que dali em diante comporiam nosso grupo.

Na manhã seguinte, enquanto as mulheres usavam a máquina de lavar roupas na casa do Maumau, fomos eu, Fefe e Monange procurar um tapeceiro para arrumar a costura do banco da Electra que estava se soltando. Quando voltamos, encontramos os demais e fomos conhecer a cachoeira do Véu da Noiva, um lugar que oferece boas condições para uma tarde agradável além da beleza natural. Voltamos no fim da tarde. Mesmo cansados, não pudemos recusar o gentil convite dos Gaviões do Asfalto e fomos visitá-los. Depois saímos para comer sanduiches. Abastecemos e voltamos para uma boa noite de sono.

Despertamos e após o café saímos para enfrentar mais de 600km que nos separavam de Natividade. Pegamos a Belém-Brasília e dela só saímos em Miranorte. Pegamos a estrada da Coluna Prestes e cruzamos o azulíssimo Tocantins sobre a Ponte Padre Cícero, recém inaugurada, belíssima obra arquitetônica onde fizemos várias fotos. Para laiviar o peso, Pâmilla e Marcia seguiam com parte da bagagem no carro de apoio. O caminho era lindo e fazia lembras as paisagens vistas na Rota 66 dos Estados Unidos.

Almoçamos em Palmas, no Restaurante Ecológico, comida boa e farta além dos sorvetes com sabores do Cerrado, como cajá-manga, buriti e outros. Para descansar fomos às margens do Tocantins que em Palmas compõe uma bela represa azul, com barcos e lanchas. Ali tomamos água de coco e prosseguimos até Natividade, cidadezinha antiga e bem cuidada cuja principal atração são as ruínas da Igreja Inacabada, com duzentos anos. O grupo seguia alegre e feliz, percorrendo os quilômetros em bom ritmo. Quase 700 km nos separavam de Brasília, destino final da nossa esquadra e sede do Motocapital.

Saímos animados, apesar de sabermos que deixávamos as boas estradas para trás e doravante teríamos que enfrentar asfalto ruim. E foram muitos quilômetros de asfalto ruim. Chegamos a Alto Paraíso de Goiás e fizemos questão de tirar foto defronte ao belo Hotel Camelot, lembrando uma bela e memorável viagem que havíamos feito anos antes com outros biduzidos. Almoçamos nos posto de abastecimento que veio a seguir e no mini shopping que havia, FF comprou “fuminho do Page” para fumar no Narguilé do Monaski. Novamente na estrada, asfalto ruim, buracos, manchões, pista sendo refeita… Foi muito cansativo. Acompanhávamos pelo Facebook a viagem do Alfredo, que vinha de São Paulo e sabíamos que chegaríamos quase juntos em Brasília. Seguiamos rápido para encontrá-lo e entramos em Brasília sentindo-nos vencedores.

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