Moto Aventura Norte Sul – parte II

A alta médica no dia 13 de julho como esperado foi na véspera da partida. Tudo já estava pronto e era só questão de montar as bagagens na moto e partir. Isso foi feito durante a noite e pela manhã do dia 14 estávamos livres para a partida.

Zan, Alfredo e DRPJ vieram à nossa casa para acompanhar-nos nos primeiros quilômetros. Saímos pontualmente meia hora atrasados, como de costume. A manhã estava muito fria em Jundiaí, algo ao redor dos 7°C.

A primeira parada foi em Piracicaba, no posto GRAAL 125 da rodovia dos Bandeirantes. Lá encontramos o Olney e após o café e o bom papo seguimos adiante, agora acompanhados apenas pelo Alfredo e pelo Sol radiante rumo à próxima parada em Ribeirão Preto. Lá almoçamos juntos e seguimos somente Marcia e eu.

Os espaços eram vencidos com facilidade pela moto na boa pista e em pouco tempo já estávamos no próximo abastecimento, Uberaba.

Depois de Uberlândia, a estrada está em obras… pegamos trechos muito piores que a estrada do Fundão da Serra, pois mesclavam torrões de asfalto e terra com pedras soltas. Foi cansativo este último trecho e decidimos não prosseguir pra Cristalina. Chegamos a Catalão em Goiás antes do anoitecer. Logo localizamos o hotel. Como não tínhamos certeza se pernoitaríamos em Catalão, deixei sem reservas no Hotel Boulevard. Resultado: O atendente me disse que todos os quartos de casal sem acompanhante (70,00) estavam ocupados e nos cobrou 95,00 por um quarto pra casal+1… 064 34114786 é o telefone do hotel. Demos entrada, acomodamo-nos e saímos para jantar e passear. Foi a primeira vez que pernoitamos sozinhos tão longe de casa numa viagem de moto, mas os receios iam se dissipando imperceptivelmente. Tentamos inutilmente contato com o Wallace, pois desejávamos visitá-lo no dia seguinte, seu aniversário, para um abraço e um almoço. Isso faria nossa rota mudar, adentrando Brasília. Não conseguíamos definir se encontraríamos ou não nosso amigo. No hotel havia internet Wi-Fi e consegui contatar meu tio Mario pelo Skype, que estava super empolgado com a nossa aventura, lembrando os tempos em que ele mesmo se dispunha a fazer as suas. Pedi a ele que transmitisse nossas notícias aos familiares interessados.

Saímos cedo de Catalão e viajamos em ótimo ritmo pelo trecho até Cristalina, onde abastecemos. Foi aí que me dei conta que o Nextel havia ficado mal conectado e não estava carregado. Pedimos uma tomada no posto e tivemos que aguardar carregar um pouco pra contatar o Wallace. Com o CEP dele no GPS fomos a Brasília, mas o aparelho perdeu o sinal e acabou fazendo-nos perder. Sem telefone. Novamente nos socorremos de um posto e finalmente descobrimos que estávamos quase indo a Alto Paraíso de Goiás, eheheh. Encontramos o Wally que veio de moto e nos levou até sua casa onde esperavam Jana e Arthur. Após os cumprimentos pelo aniversário, fomos almoçar.

O Wally perguntou-me pra onde íamos e eu respondi que seria pra Uruaçu, na Belém-Brasília. Ele nos levou até a BR-060 que vai a Anapolis e onde passa a rodovia. O que não sabíamos é que esta decisão aumentaria em quase 200km o percurso. Eram 3 da tarde. Quem quiser, confira no google como fica o trajeto de Brasilia a Uruaçu com e sem a passagem por Anápolis…

Bem… terminamos chegando à noite em Uruaçu e sem celular pra contatar o hotel reservado.

Foi um fim de dia muito tenso, pois a noite caiu na temida BR-153 e Uruaçu parecia não chegar. Quando chegamos lá, estávamos exaustos e aceitamos pousar no primeiro lugar que se apresentou. Terrível “muquifo” mas suficiente para o necessário descanso.

Amanheceu cinzento e chuviscando quando pegamos a estrada para encontrar o FF que nos aguardaria em Paraíso do Tocantins, mais de 500Km adiante. A velocidade de cruzeiro foi excelente e chegamos antes do previsto em condições de saborear a tarde no hotel, após o caloroso encontro com nosso amigo. Estávamos os três emocionados com a reunião. Passamos a noite toda papeando e tomando cervejas na beira da piscina, como se o momento pudesse evaporar, desaparecer. Mas fomos vencidos pelo cansaço e pelo sono.

Como tínhamos menos distância a percorrer até Araguaína, aproveitamos as primeiras horas da manhã para conhecer Paraíso e fazer algumas compras. Foi ali que comprei uma campainha de bode que nos acompanhou por toda a viagem, presa à moto. Então saímos para a estrada e rapidamente percebemos uma sintonia excelente de pilotagem entre mim e o Fábio. Percorriamos rápida e seguramente a estrada, com ultrapassagens bem sincronizadas. As paradas de abastecimento eram sempre agradáveis e logo chegamos à última antes de Araguaína onde nos aguardavam os Biduzidos da Facção Norte, Neto Bala, Ranax, Anjo Negro, o Moto Casal João e Preta além de outros amigos. Mas estávamos mesmo ansiosos por conhecer pessoalmente o Mau Mau. Ficamos muito felizes em encontrá-lo ali.

Eu fora alertado pelo FF sobra a força dos moto grupos e a rivalidade entre eles no norte, mas quando numa brincadeira coloquei a bandana dos Falcões de Aço percebi imediatamente o constrangimento de todos. Rapidamente esclareci que tratava-se de uma brincadeira pois recebera tal bandana de presente, enviado pelo Mau Mau meses antes. Era impensável que eu, anunciado presidente dos Biduzidos usasse a bandana do grupo rival. Nem de brincadeira! Aquela rapaziada levava a coisa muito mais a sério do que eu pensava. Todos ostentando seus coletes e brasões com orgulho. Terminadas as apresentações, famintos, almoçamos a comida simples que o posto oferecia e partimos para Araguaína em formação meio desorganizada. É claro que eu não ousava fazer qualquer manobra diferente apesar da lentidão, pois não conhecia suficientemente a estrada e nem meus novos companheiros de pista. Assim mesmo, não demorou muito e entramos na ampla avenida da entrada de Araguaína.

O confortável hotel que nos hospedaria ficava nela. Descansamos à tarde na piscina e consegui novo contato com o Mario, passando-lhe inclusive o endereço dos GIFs que ele curtiu muito. Na sequência saímos para a reunião que seria feita na sede oferecida pelo Moto-Casal, João e Preta, os Gaviões do Asfalto. Esse querido casal mantém uma pousada para viajantes menos privilegiados que buscam tratamento médico em Araguaína. Com pouco gasto o viajante encontra abrigo carinhoso na simples morada deles. Numa parte separada da propriedade eles criaram com bom gosto uma sede social aberta aos motociclistas e que serve aos Biduzidos do norte como ponto de encontro. Chegamos ali e a festa nos esperava. Amigos motociclistas chegavam e partiam, curiosos com a presença do “pessoal do sul”. Resolvi então assumir a churrasqueira pois é coisa que me agrada e, modéstia à parte, domino razoavelmente. No princípio todos ficaram um pouco incomodados com isso, pois não acharam certo os convidados de honra ficarem servindo o pessoal, mas diante da minha insistência e despacho não tiveram muita alternativa. As carnes excelentes, aliás predominantes em todo lugar, permitiram-me fazer um churrasco razoável que foi muito elogiado pelos comensais. Fotos foram tiradas e também autografamos o livro de visitas. Aos poucos foi-se quebrando o gelo e logo todos sentíamo-nos à vontade. A noite quente rolou agradável e no fim todos foram se despedindo.

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