Hoje foi dia de deixar Covarrubias, mais uma dessas cidades que nos conquistam à primeira vista. Começando pela forma simpática e atenciosa com que fui recebido, tanto no hotel como no bar em que fui fazer um lanche e, depois de dar um banho no Hélio, sentar-me à varanda do quarto para filosofar sobre a vida sou surpreendido por um espetáculo desses. Meu xará estava inspirado, talvez tentando impressionar a lua que deveria entra em cena logo após.
Depois disso resolvi ficar por aqui e conhecer um pouco mais desta cidade medieval, hoje com cerca de 650 habitantes. Sua história oficial tem início no século X quando o primeiro Conde de Castilla, Fernan Gonzalez, converteu Covarrubias na capital do primeiro Infantado de Castilla.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
A Princesa Cristina da Noruega, esposa do Infante Felipe, foi sepultada no claustro da Colegiata em 1262 e, diz a lenda, que seu último pedido foi a construção de uma Ermida em homenagem a San Olav, patrono da Noruega. Verdade ou não, a Ermida foi erguida este ano, 753 anos depois de sua morte, atendendo ao pedido de Cristina, Princesa de Noruega.
Atravessar o pórtico do antigo Archivo de Adelantamiento de Castilla com a Brigitte, foi como entrar na máquina do tempo. Uma aula de história em cada passo: o calçamento, as ruas estreitas, as casas com paredes de adobe, as muralhas de pedra, o pequeno cruzeiro do século XVI.
O Torreón de Fernan González, uma torre defensiva do século X, que teria sido também a prisão da Infanta Doña Urraca, encerrada ali por seu pai como castigo por seus “amassos” com um Pastor do qual, coincidentemente, jamais se teve notícias.
A população da cidade é pequena e em sua maioria pessoas de idade, todos muito educados e comunicativos, jamais deixando de nos cumprimentar ou elogiar o estilo da Brigitte. Uma delícia de cidade e uma gente que, sem mesmo nos conhecer, transmite simpatia e calor humano. Vou sentir saudades.
{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}
Depois de uma noite bem dormida e um lauto café da manhã, com a maravilhosa geleia de cereja e o pão feitos no próprio hotel, continuei minha viagem de moto em direção a Lugo. Hoje eu teria de fazer uma “perna” mais comprida. Meu objetivo era Lugo. Foram 450 km com paradas apenas para abastecimento.
Estava muito frio, ventando muito e optei por vir pelas grandes rodovias para chegar mais rápido. A velocidade é de 120 km/h, mas o pessoal abusa um pouquinho, então a gente tem que fazer o mesmo para acompanhar o fluxo. Na hora das rajadas mais fortes de vento, o negócio é levantar a bunda do banco e colocar o peso nos pés sobre as plataformas. Com isso a gente baixa o centro de gravidade da moto e ela fica mais estável. Nesse ponto também não posso me queixar da Brigitte, ela é muito estável e dócil não exigindo nenhum esforço do piloto.
Na parada para o almoço, reservei um hotel em Lugo, por um ótimo preço (30 Euros) e com avaliação 4.2 em 5. Realmente o hotel merece a nota. Depois do frio que passei na estrada, entrei no chuveiro e, pelo tempo que fiquei debaixo do jato fumegante, acredito que tenha utilizado o volume morto da caixa d’agua. A única coisa que destoou foi um restaurante em frente onde comi. Péssimo. Agora vou dormir pois amanhã tem Santiago de Compostela.
{gallery}0515/europa/08{/gallery}
Deixe um comentário