6º dia – Uyuni – Laguna Colorada

Acordamos por volta das 7 horas da manhã (fuso -2 em relação o Brasil). Vestimos os equipamentos, começamos a arrumar a bagagem na moto e fomos abastecer as motos, mas devido ao frio da madrugada – Uyuni é frio até no verão – a mangueira que usaríamos para passar o combustível dos galões para as motos estava tão dura que, quando tentei estica-la, percebi que iria quebrar. Meu filho teve então a ideia de colocar ela na água quente da pia do banheiro. Pronto, estava tudo resolvido. Fomos tomar o café da manhã, que poderia ser a nossa única refeição do dia.

O café, por sinal, é ótimo. Tem uma boa variedade de alimentos, lembrando bem o estilo americano do breakfast, afinal o dono do hotel é um americano.

Saímos do hotel e achei melhor cambiar mais US$ 50 por bolivianos, pois não sabia quanto iria pagar para entrar na Reserva Eduardo Avaroa, por causa das noticias desfavoráveis em relação ao turismo na região e o impasse criado pelas cidades por onde se estende o território da Reserva.

Aproveitei e comprei, 2 pacotes de bolacha e 2 achocolatados. Esse, com certeza, seria o nosso almoço.

Na saída da cidade, passamos em frente ao posto de combustível, que estava com uma fila de pelo menos uns 3 km. Ufa, ainda bem que havíamos trazido a nossa gasolina.

A estrada que pegamos é em direção a San Cristóbal, uma estrada sem pavimento, mas segundo os nativos, é consolidada com sal, então ela fica muito compactada. Se parece com uma estrada com cobertura asfáltica. Conseguimos seguir tranquilamente a 90 km/h, por muito tempo, desta forma, logo chegamos a cidade de San Cristóbal.

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San Cristóbal está a mais ou menos 100 km de Uyuni. Esta cidade, ou povoado, possui um posto de combustível, não lembro se eu relatei, mas todo estrangeiro tem que pagar 3X mais pelo combustível.

Abastecemos e continuamos pela boa estrada. Passamos por Alota, onde procuramos alguma coisa para comer, mas em vão.

90 km depois de San Cristóbal, deveríamos seguir por um caminho à esquerda. Fiquei em duvida e continuei em frente, errado por 30 km. Verificando nos mapas, confirmei que estava errado, mas eu havia perguntado para algumas pessoas que estavam a beira da estrada que confirmaram que aquele era o caminho certo. Mudando os mapas do GPS, descobri que seguindo reto poderia chegar ate a Laguna Hedionda, mas não pelo caminho que eu queria seguir. Voltei os 30 km, perdi tempo e combustível andando 60 km a toa.

A estrada, era um caminho com muitas pedras. Seguimos com cuidado, pois pareciam ser pedras afiadas que poderiam cortar o pneu.

Paramos no meio do nada, para comer o que havíamos comprado naquela manhã, bolacha e achocolatado.

Logo depois, passamos por vários carros das empresas de turismo, que estavam fazendo o próprio almoço.

Passamos pela lagoa Chullucani, com muitas montanhas lindas em volta. Era um caminho muito bonito, mas trabalhoso seguir, pois haviam dezenas de rastros e não era fácil decidir qual tomar. Avistamos também o Vulcão Ollague, soltando uma leve fumaça.

Pouco depois, avistamos um riacho. Ao final de uma descida, teríamos que atravessá-lo. Desci da moto para verificar as condições, pois seguindo por onde os jipes passam havia pelos menos uns 15 metro de largura e dava para visualizar um piso de charco preto com uma profundidade de pelo menos 50 cm de agua. Nestas condições, as motos afundariam facilmente no barro do fundo.

Achei um caminho pela lateral, passando por uma lâmina de água rasa, subindo um pequeno barranco que ficava no meio do riacho e depois tinha que acelerar forte para ultrapassar um barro preto antes de chegar na outra margem.

Por todos os lados que olhávamos, haviam sinais de alternativas que foram tentadas por outros veículos e dava pra ver que o solo era muito lodoso, daqueles que engole um carro facilmente.

Primeiro foi meu filho, que passou muito bem. Pilotar uma moto pesada nestas condições não é tão fácil, mas na minha vez passei bem, apesar que no ultimo pedaço, como a moto estava muito pesada, tive que acelerar um pouco mais.

O caminho acabou ficando pior e com pedras ainda maiores, mas logo chegamos na Laguna Hedionda. Neste local há um hotel e muitos flamingos. Tiramos algumas fotos, limpamos as viseiras dos capacetes e seguimos rumo a Laguna Colorada. O vento neste momento ficou mais forte e começou a esfriar.

Nosso medo eram os temidos areais, que para os carros não traz muitos problemas, mas para motos, a condução se torna muito difícil e perigosa.
Chegamos em uma área onde o deserto mostrava toda sua força, era areia para todo lado e neste trecho começa um leve subida, aumentando casa vez mais a altitude.

Fomos conduzindo as motos sempre procurando lugares onde a areia fosse mais compactada. Devemos ter escapado de uma dezena de quase quedas, mas meu filho, ao entrar em uma curva com uma subida muito forte, a frente da sua moto escapou e ele saiu rolando pelo chão de pedras. O equipamento fez sua parte e nada aconteceu com ele ou com a moto. Protetor de mão, guidão de alumínio Renthal e protetor de motor protegeram a moto, que saiu apenas com leves riscos.

Já havíamos brigado um bom tempo com a areia, quando avistamos no horizonte o lugar onde fica o Arbol de Piedra. Paisagem lunar, com muitas pessoas apreciando o local.

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Da escultura de pedra, logo chegamos à famosa Laguna Colorada, no cair do noite e com o frio aumentando. O tempo que tínhamos para fazer o percurso foi exatamente o suficiente. Paramos em uma cancela e começamos a conversar com um alegre boliviano fã de futebol. Não precisamos pagar nada para passar pela cancela, mas o rapaz no aconselhou a não seguir em direção a Laguna verde, fronteira com o Chile, pois dai teríamos que pagar 150 bolivianos para os agentes da Reserva naquela região. Na cancela, havia outro rapaz que nos levou até um alojamento, preço individual: alojamento – 30 boliviano; jantar – 20 bolivianos; banho – 15 bolivianos; café da manhã – 15 bolivianos.

Nosso alojamento era uma quarto grande com umas sete camas, cada uma com uns 4 cobertores. Devido ao frio, decidimos não tomar banho. Pegamos nossa bagagem, abastecemos as motos, colocamos próximas a uma parede e as cobrimos com a lona que havíamos levado. Tivemos que amarrar muito bem, pois o vento estava forte demais. Esta lona serviu como proteção contra o frio, para facilitar a partida na próxima manhã.

Logo que terminamos, nosso jantar chegou. Como primeiro prato, veio uma deliciosa canja acompanhada de pães, depois uma macarronada com molho de tomate. A janta estava muito boa,, não esperava comer tão bem naquele lugar, esta citação não é nenhum tipo de discriminação, mas devido a dificuldade de chegada de mercadorias até lá.

Terminada a janta, deitamos logo. Eu coloquei a calça, a camiseta segunda pele, uma blusa Polartec e ainda dormi com 5 cobertores. Meu filho se vestiu da mesma forma, mas como estava perto da porta, relatou pela manhã, que passou frio.

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Saída: Uyuni, Bolivia
Destino: Laguna Colorada, Bolivia
Km percorrida: 365 km
Km acumulada: 3.000 km


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