4º dia – Iruya – Tupiza

Acordamos melhores, tomamos um ótimo café da manhã e ainda pedimos um chá de coca antes de sair, pois voltaríamos a subir aos 4.000 metros de altitude.

Continuamos com muito cuidado pelas centenas de curvas do caminho de volta. Quando estávamos vindo, vi que em alguns lugares havia um desvio que subia a montanha em linha reta, fizemos este caminho e cortamos uns 4 km de curvas.

Encontramos com muitos carros vindo em direção contrária. Nas curvas, quase parávamos para não sermos surpreendidos pelos carros.

Viagem pela América do Sul

A volta foi mais rápida, em 1h40min já estávamos no asfalto. Paramos para toma água, quando chegaram três motociclistas argentinos com motos de baixa cilindrada, de bermuda, chinelo e apenas um de capacete. Estavam indo em direção a La Quiaca, onde começariam a rodar pela RN-40. Pessoal bacana, conversamos um pouco e depois todos seguiram seus rumos.

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Abastecemos na cidade de Abra Pampa e seguimos por uma estrada muito interessante, parecia que a terra tinha sido virada de ponta cabeça, com rochas multicolores.

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Chegamos em La Quiaca, ainda na Argentina, mas parecia que já estávamos na Bolivia. Fomos ao posto YPF, mas não tinha combustível. No GPS aparecia mais um posto, nos dirigimos até lá e, depois de um tempo na fila, o frentista avisou que a gasolina havia acabado. Fiquei um pouco apreensivo porque, segundo relatos, poderia haver certa dificuldade para conseguir combustível na fronteira, mesmo com o decreto presidencial de cobrança de preço três vezes mais caro de estrangeiros.

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Não teve jeito, seguimos para a aduana integrada que fica na divisa dos dois países. Havia duas filas, uma para passageiros de ônibus e outra para quem viajava por meios próprios. Fui entrando e perguntei ao soldado onde poderia estacionar as motos. Ele indicou um bom local, onde haviam outras motos e poderíamos visualiza-las. Estacionamos, pegamos nossos documentos e fomos enfrentar toda a burocracia. Na fila, conhecemos quatro motociclistas que estavam viajando com as esposas e um casal de amigo em carro, todos do Uruguai, e todos conheciam bem a região fronteiriça do Brasil. Fomos conversando e fazendo os trâmites, primeiro, imigração Argentina, somente passaporte, depois, aduana argentina, passaporte e documento da moto. Levamos algo em torno de uma hora para esse trâmite de saída da Argentina.

Quando estávamos nos dirigindo para a migração, uma pessoa veio em nossa direção. Era um brasileiro, que estava tentando entrar na Argentina desde as 9 horas da manhã, (os tramites de entrada para quem vêm da Bolivia é do outro lado) e já eram perto das 14 horas. Havia muita bagunça na fila de quem vinha da Bolivia, a fila só crescia e não andava. Entregamos nosso passaporte na migração da Bolivia, preenchemos um formulário e logo recebemos o carimbo de entrada. Na aduana boliviana, encontramos com um agente que tinha trabalhado na fronteira com o Acre e falava um pouco de português. Ficamos jogando conversa fora e foi bem descontraído. Documentos preenchidos e seguimos caminho.

Não achei seguro sacar minha câmera para tirar fotos, pois não seria prudente chamar ainda mais a atenção que nós turistas em moto chamamos. Logo que entramos em Villazon, avistei uma casa de câmbio à minha direita. Estacionei a moto em um ponto de taxi e os taxistas ficaram loucos rs. Fiz câmbio e ainda fui ver o que uma senhora estava fazendo em uma barraca que estava saindo fumaça com cheiro de comida.

Conversei com ela sobre o que havia para comer: “pão, ovo e tomate”, falei – faz dois desses. De longe, vi um cara conversando com meu filho. Cheguei sem ser percebido por trás dele e escutei a conversa, estava pedindo educadamente se meu filho poderia estacionar um pouco à frente porque ali era um lugar exclusivo para taxis. Perguntei se eu poderia colocar as motos próximo à barraca de lanches e ele respondeu que sim.

Mudamos as motos e falei para meu filho dar uma olhada nas unhas da mulher que estava preparando o lanche para nós. Foi muito engraçado !

Comemos nosso lanche, acompanhado de uma coca horrível, hahaha.

Continuamos nosso caminho em direção a Tupiza e paramos no primeiro posto de vimos. Logo, um militar se colocou próximo a nós, mas nada falou nada. O frentista veio e explicou que deveria cobrar 3X mais pelo preço da gasolina. Fui um pouco sarcástico e falei – “somos do Brasil, não tem problema.”

Ainda por este caminho, chegamos a um bloqueio na estrada, paramos as motos no acostamento, bem próximas à corda que impedia a passagem. Entrei em uma casinha, onde tive que me agachar para entrar, paguei seis bolivianos para cada moto de pedágio e atravessei a rua para mostrar para outro militar que estava dentro de outra casinha. Não tivemos problemas, foi bem tranquilo.

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A estrada de asfalto seguia até Tupiza, onde passamos por alguns vilarejos. Na entrada de Tupiza, novo pedágio. Perguntaram de onde viemos e para onde vamos, olharam o comprovante anterior e fizeram nova cobrança. É assim na entrada e saída das principais cidades.

De novo, precisamos abastecer e, de novo, a mesma ladainha do decreto e tal. Eles ficam sérios, como se estivessem interpretando uma autoridade. eu não me opunha em pagar, mas sempre tirava uma casquinha.

Abastecidos, fomos procurar hotel, como sempre fazíamos após abastecer.

Chegamos ao hotel Mitru, muito bom por sinal, ao preço de 270 bolivianos.

Nos instalamos, e fomos jantar um excelente pollo a la plancha por 30 bolivianos.

Saída: Iruya, Argentina
Destino: Tupiza, Bolivia
Km percorrida: 280 km
Km acumulada: 2.435 km

Câmbio – 1 dolar = 6,85 bolivianos.


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