2º Dia – Jales – Pedra Preta

Nesse dia eu estive em três estados: São Paulo – Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Acordei, tomei aquele cafezão, lubrifiquei a corrente, arrumei a tralha (não necessariamente nessa ordem – rsrsrs) e parti pela SP 320 rumo a Aparecida do Taboado.

Saí por volta das 8h30. Uns 40 minutos depois já estava cruzando a ponte que transpõe o rio que faz a divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Olhando no mapa, vi que a divisa de Minas Gerais ficava a poucos quilômetros dali. Aliás, toda a minha viagem pelo Mato Grosso do Sul foi a bem poucos quilômetros da divisa com o estado de Goiás.

A partir dali a SP 320 dá lugar à BR 158, que uns 150 km à frente, a partir de Cassilândia, se torna a MS 306. Nesse meio caminho encontrei um tamanduá morto na beira da estrada e voltei pra tirar umas fotos… depois fui pensando: “- daqui a pouco sou eu estatelado no asfalto e um tamanduá tirando foto com o celular.” kkkkkk. Pensamentos idiotas à parte, em Mato Grosso do Sul a gente encontra muitos animais atropelados na estrada. Dessa vez não vi tantos assim, mas em minha outra viagem, quando fui pra Bonito, acreditem, vi duas antas gigantes mortas no acostamento! fora tamanduás, cobras, tatus, lagartos etc.

Viagem de moto até a Chapada dos Guimarães

Fez bastante calor nesse dia e, graças a ter espaço na bagagem, ao contrário da minha última viagem, pude rodar sem a jaqueta. Usei uma camiseta manga longa clara. Se vocês vissem o estado da coitada no fim do dia hehehe.

Em algum ponto recebi um sinal de luz de um carro (de moto é mais comum, mas de carro não muito). Logo em seguida outro… PRF escondida com radar, tentando pegar os apressadinhos rsrs. Sorte que eu estava de boa, e olha que quando saio do Paraná e entro no Mato Grosso do Sul é automático, começo a andar muuuito.

Depois de algumas paradas para conferir o mapa, porque nos trevos nem sempre a gente encontra a indicação da direção que tem em mente (e é melhor perder 5 minutos do que 50 km) e uma parada pra pedir a confirmação do sentido para um caminhoneiro, cheguei à placa de divisa MS / MT! Ali a MS 306 se torna MT 100.

Detalhe da conversa com o caminhoneiro: “- Óia não facilite, lá pra frente você vai pega umas panela no meio da estrada, mas óia, é panelão mesmo!” e abriu os braços bem grande :/ :/ Pior que era verdade… Sabe aqueles documentários sobre estradas onde você vê as carretas atravessando de um lado pro outro da pista pra fugir dos buracos?? Pois é, eu vi ao vivo! O trecho entre Alto Taquari e Alto Araguaia (uns 60 km) está feio, feio, feio, tem mais buraco do que asfalto. E óia, uns panelão hein rsrs. Tem horas que chega a levantar aquele poeirão vermelho, chegando a quase tirar a sua visibilidade. E a velocidade não passa de 20, 30 km/h! Às vezes os buracos somem um pouco, então você começa a andar e de repente: Panelão! Todo cuidado é pouco.

Viagem de moto até a Chapada dos Guimarães

Consegui escapar da MT 100 e chegar à BR 364 já eram praticamente 18 horas. Novamente eu teria que rodar à noite, coisa que detesto. Pau na estrada, teria que chegar a algum lugar, pois estava no meio do nada, o objetivo era chegar pelo menos a Rondonópolis.

Depois de 1h30 rodando, parei em um posto para abastecer e, enquanto eu estava comendo uma barra de cereal, chegou um camarada gente boa para conversar comigo. Comentei que queria pelo menos chegar a Rondonópolis para dormir e que tinha mais uns 50 km ainda. O camarada conhecia a região e disse que ainda faltavam uns 80 km. Depois os frentistas me confirmaram e realmente eu estava errado. Esse mesmo camarada me indicou para entrar na cidade de Pedra Preta e ficar no Hotel Bananeiro. Essa sim, estava a 50 km. Resolvi seguir a dica, já que estava cansado, e ele falou bem do hotel.

Antes de sair, encostei a moto na bomba pra abastecer e vieram dois frentistas, um homem e uma moça. Muito bacanas os dois. Conversamos rapidamente e já fiquei mais animado pra continuar 🙂 segui o trecho e ainda encarei uma serra. Numa curva, passei ao lado de dois bichos que estavam na beira da estrada pastando, não sei se eram cutias ou algum tipo de porco, sei lá, só sei que deu um gelinho. Ainda bem que eles não estavam pensando em atravessar kkkk.

Por volta de 20h30 cheguei ao hotel Bananeiro. Achei caro, não que ele seja ruim, mas comparando com outros hotéis que fiquei na viagem, mais baratos e bem melhores, chorei chorei, mas não teve jeito, fiquei né, fazer o que? Pontos bons: cama boa e moto na porta do quarto. Pontos ruins: o mais caro da viagem, wifi deu trabalho e café da manhã bem fraquinho.

Nesse dia o meu objetivo era dormir na cidade de Santa Elvira ou Jucimeira, uns 80 km pra frente. Sem chance. Na próxima vou planejar distâncias sem achar que sou o Jaspion ou o Jiraya hehe…

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Números do dia:
Distância percorrida: 728 km
Horas na estrada: 12 horas – horas parado: 2h45 – horas rodando: 09h15
Média de velocidade com paradas: 61 km/h Sem paradas: 79 km/h
Média de consumo: 21,4 km/l
Hotel: R$ 95,00


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