Saímos de Lisboa pela manhã, no dia 11 de março, para uma aventura inesquecível. Optamos desde o início em viajarmos sós, guiados apenas pelo GPS. Cheguei a levar meu Garmin Zumo 660, mas o suporte da motocicleta não era apropriado. Assim viajamos com o da locadora, um zumo 390 ou 395, não sei ao certo. Abaixo, atravessando a ponte 25 de abril.
Na primeira parte da viagem, seguimos por uma autoestrada, a A2, com duas pistas em cada sentido, velocidade máxima de 120 km/h, embora tenha concluído que, se você não exagerar, ninguém te perturba. Dá para viajar a 130 ou 140 km/h, sem preocupações com multas ou polícia. Talvez estejam mais preocupados com quem trafega acima dos 180! A estrada é perfeita, sem lombadas ou depressões inesperadas, extremamente bem sinalizada e construída.
Nossa primeira parada foi em Alcácer do Sal, uma cidade turística de Portugal a pouco mais de 90 quilômetros de Lisboa, com um castelo muito bonito. Paramos para conhecer o castelo e apreciar a belíssima paisagem do local. Os castelos europeus são construídos de forma muito semelhante, inclusive os de origem moura ou árabe: cava-se um foço e com a terra retirada faz-se um elevado. Assim eles ficam sempre no alto, para impedir uma eventual invasão.
Vista do Alcácer do Sal
A partir daí deixamos a autoestrada e partimos para as chamadas “estradas nacionais”. São estradas com pistas simples (tipo vai e vem), limite de velocidade quase sempre 90 km/h, que passam por várias pequenas cidades, onde há eventualmente, sonorizadores e até pequenos (e educados) quebra molas. Nas travessias de áreas urbanas, a velocidade normalmente é mais reduzida (50, 60 km/h). A qualidade do piso e a engenharia não é tão boa como nas autoestradas, existindo um ou outro remendo e algumas irregularidades, mas nada que comprometa a segurança ou o conforto da viagem. Também tem excelente sinalização.
Após passar por Sines, cerca de 60 quilômetros de Alcácer do Sal, seguimos pela Costa Vicentina. A costa Vicentina se refere ao litoral de Portugal, ao sul de Lisboa. Com uma série de cidades praianas, é uma região bastante bonita. Infelizmente, por estarmos ainda no final do inverno, não pudemos aproveitar as praias portuguesas. Ainda assim foi uma parte muito agradável da viagem.
A estrada passa por locais à beira mar e se distancia dele a maior parte do tempo. Tem cidades interessantes, com bons restaurantes, de preço justo. Depois de alguns quilômetros, entramos em um parque nacional.
Daí começa uma serra, com uma sucessão de curvas e a velocidade fica menor. A temperatura cai sensivelmente e a paisagem é impressionante. O movimento não é grande, mas a estrada também não é deserta. Como a distância era curta, 116 quilômetros de Sines ao nosso destino do dia, fomos devagar e curtindo a viagem.
Nossa primeira pernoite foi em Lagos, onde chegamos ao final da tarde. Foram apenas 260 km ou um pouco mais, pois estávamos nos adaptando à moto, às estradas e ao clima.
Lagos é uma pequena cidade praiana, agradável e com comércio variado. Como chegamos tarde, fizemos um pequeno passeio a pé, para comprar duas sacolas. Como a moto não tinha malas internas nos alforges, acabamos saindo de Lisboa com as roupas em sacolas plásticas. Compramos duas sacolas simples, com zíper e transferimos nossa bagagem.
À noite conhecemos, bem próximo ao hotel, um pub simpaticíssimo, o Bar do Luiz, onde conhecemos o Jorge, o barman, que nos atendeu muito bem. Conhecemos também um casal, ele inglês, ela brasileira, que nos convidou para um show no bar do hotel. Ficamos de aparecer. Dali fomos ao Restaurante do artista para jantar. Ótima música ao vivo, comida boa e preço justo. Voltamos para o hotel e fomos ao show. Encontramos o casal do bar e conhecemos mais algumas pessoas. Foi agradável e divertido.
Bar do Luíz
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