10º dia – Leh

Assim que acordei, fechei a conta do hotel, coloquei a bagagem na moto e fui para a loja de aluguel de motos para trocar a que eu estava por outra com placa local. Na verdade a moto nem placa tinha, o rapaz escreveu com pincel atômico um número de registro no espaço onde ficaria a placa. Tudo acertado sem burocracia, sem documentos, apenas no “fio do bigode”. A única garantia que eles tinham era uma cópia do meu passaporte.

Aluguel pago, começaram a trocar o suporte do bagageiro para a nova moto. Foi um trabalhão, com uso de muitas ferramentas e até marreta. Finalmente conseguiram colocar o suporte na moto. A moto de Délhi ficou guardada na loja de aluguel.

Viagem de moto pelo Himalaia - Ladakh

Depois fui para a agência de turismo. Conversei com a mulher e ela disse que não teria como me ajudar, pois não conseguia me cadastrar no sistema pelo simples fato de estar viajando sozinho, o que não era permitido na região. O programa que acessavam só prosseguia se tivesse mais nomes de viajantes. Segui para o escritório do governo, onde também não me deram uma solução.

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Voltei para a agência e supliquei ajuda, mas a mulher disse que não tinha como me ajudar. Me recomendou procurar outras agências e ver se alguma delas tinha um grupo de estrangeiros para me colocar junto. Saí pela rua entrando em cada agência que encontrava. Não consegui. Estava achando que não conseguiria a permissão. Voltei para a primeira agência falando que pagava o que fosse preciso se alguém me ajudasse. Um rapaz com quem tinha conversado no dia anterior, que parece daqueles que ficam por perto para ganhar um dinheiro, disse que me ajudaria. Saímos pelas agências da cidade, várias delas eu já tinha passado. Alguns comerciantes locais até já me conheciam, me perguntaram se tinha conseguido o documento que precisava e me desejaram sucesso.

Chegamos a uma agência na rua principal (na Índia eles chamam ruas também de estradas) e numa agência bastante movimentada, uma mulher de características mongol disse que tinha um grupo de turistas para emitir a permissão e ela topava me colocar junto. Fechamos por USD$ 11,30, valor alto para o padrão local, mas barato para a minha necessidade. Deixei meu passaporte com ela e combinamos que eu voltaria no fim da tarde para pegar os documentos.

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Voltei para o hotel onde estava hospedado e renovei a estadia por mais uma noite. Teria um dia de atraso, mas agora tinha esperança de que conseguiria prosseguir viagem. Fiquei tão estressado que não quis nem sair do quarto. Só um almoço com um espanhol que conheci quando cheguei ao hotel. Mais tarde voltei à agência, paguei e peguei a permissão e meu passaporte. Oficialmente, a partir daquele momento eu estaria viajando com um grupo composto por um suíço, um tailandês, um bengalês, um taiwanês e um inglês. Somente oficialmente, porque eu prosseguiria minha viagem sozinho pelas estradas do Himalaia.

Quando estava voltando, fui cumprimentado pelos comerciantes que me viram andando de um lado para o outro atrás do bendito documento. Passei na agência e deixei uma gorjeta para o rapaz que me ajudou. O estresse foi tão grande que no dia só tirei fotos do trabalho de troca do suporte de bagagem entre as motos, da permissão para viajar pela região e do Palácio de Leh, iluminado à noite, a partir da vista da janela do quarto onde estava hospedado.

Viagem de moto pelo Himalaia - Ladakh


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