23º dia – Amritsar

Na noite anterior tinha planejado para esse dia pegar estrada em direção a Nova Délhi, uma vez que a cerimônia de abertura e fechamento do portão e troca da guarda na fronteira com o Paquistão estava cancelada por causa dos conflitos na Caxemira e ameaças de atentado terrorista. Mas quando cheguei à recepção do hotel, me falaram que a cerimônia ocorreria naquele dia.

Refiz todos os planos. A solenidade ocorreria no fim da tarde, então ainda tinha tempo para conhecer alguma outra atração de Amritsar. Pensei em voltar ao Golden Temple, que gostei muito, mas Manoj, o recepcionista do hotel, me sugeriu visitar o Durgiana, um templo hindu. Depois do lanche, peguei um riquixá, um triciclo com tração humana e que transporta pessoas e mercadorias. Isto depois de uma longa negociação com motoristas de tuk tuks que pediram caro pela viagem.

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Fiquei no Durgiana Temple até um pouco antes do meio dia. Foi construído pelos hindus no meio de um lago e imita muitas das características do Golden Temple, mas não chega nem aos pés desse último, seja pela grandiosidade, seja pela beleza. A grande vantagem é que, por receber menos visitantes, você tem mais liberdade para transitar por todas as áreas dentro e ao redor do monumento, sem filas ou atropelos, sendo muito bem recebido por todos que trabalham nele ou o frequentam.

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Voltei para o hotel e depois fui almoçar em um restaurante próximo. A nota curiosa é que o pessoal que atende no restaurante não fala inglês e me serviram a comida sem os talheres. Quando pedi um garfo ou colher para comer o rapaz me trouxe uma vazilha cheia de molho de pimenta.

Descansei um pouco e depois segui para a fronteira em Wagah / Attari. Chegando lá me avisaram que não poderia levar a bolsa com o equipamento de fotografia até o estádio. Deixei a bolsa, que continha várias lentes caras, bem como o capacete, dentro de um carrinho de ambulante.

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O evento é a mais curiosa, exótica, original e incrível cerimônia militar que se pode imaginar. Na verdade é impensável que os exércitos de dois países possam promover tal solenidade, que é um espetáculo para os espectadores locais e estrangeiros. Quando não é cancelada devido a uma ameaça terrorista, ela ocorre diariamente, pouco antes do pôr do sol e atrai centenas de indianos e paquistaneses que vão assistir e “torcer” para suas respectivas representações, como os torcedores mais fanáticos dos times de futebol do Brasil. No lado do Paquistão já existe um estádio, enquanto que do lado da Índia uma grande estrutura com arquibancadas está sendo construída. Um animador de cada lado conduz a cerimônia, que ocorre com os mesmos procedimentos de ambos os lados da fronteira, como se fossem espelhadas. Os soldados gritam e fazem gestos exagerados que são acompanhados com gritos e palmas eufóricas pelas torcidas.

Gravei o vídeo acima, que dá uma noção do que é a cerimônia.

Depois de tudo, as bandeiras são arriadas, os portões fechados, o evento é encerrado e os “torcedores” vão para casa.

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Em Amritsar, fui a um restaurante onde comi um frango assado feito em um forno de barro. A maior dificuldade novamente foi comunicar com o garçom, mas contei com a ajuda de um cliente, que ia traduzindo a conversa.


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