24º dia – Amritsar – Nova Délhi

Tinha pela frente cerca de 470 km para percorrer até Nova Délhi. A expectativa era de que as estradas até aquela cidade estavam boas, mas na velocidade normal da moto, provavelmente teria que fazer a viagem em dois dias. Na recepção do hotel onde estava, em Amritsar, disseram que não conseguiria percorrer a distância em um dia.

Saí do hotel por volta das 8h30. Peguei uma rua errada e acabei subindo um elevado que terminava em um estacionamento próximo ao Golden Temple. Voltei pela contra-mão para pegar o caminho correto, mas depois de alguns quilômetros, acabei passando reto em um lugar onde deveria virar. Novamente voltei pela contra-mão e finalmente segui pelo caminho certo. Acabei perdendo uns 15 minutos com os erros. A saída da cidade até que não é complicada, apesar dos erros. Mas havia obras na cidade que causavam engarrafamentos, principalmente em um lugar onde estão construindo um imenso portal, que me pareceu ficará muito bonito pronto.

Quando peguei finalmente a estrada, ela era muito boa, duplicada e estava com pouco movimento naquele dia. Uma névoa cobria o horizonte e me lembrou a que vemos sobre Belo Horizonte em determinadas épocas do ano quando ocorre inversão térmica e a poluição cobre a cidade.

Viagme de moto pela Índia

Passei por tratores rebocando enormes carretas carregadas com o que parecia a colheita. Mais tarde passei por um outro grande número de tratores também rebocando enormes carretas, mas cheias de retalhos de tecidos.

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Nos trechos da estrada próximos às cidades maiores, o trânsito ficava normalmente mais intenso e o ritmo da viagem diminuia. Outros estavam em obras, com desvios por terra e cascalho que dificultavam passar com a moto. O trecho com a velocidade permitida mais alta era de 90 km/h. Mas apesar de todas as dificuldades do percurso e da baixa potência da moto, que não permitia manter o limite da velocidade da via, a viagem rendeu bem. Passei por várias praças de pedágio, mas motos não pagam em nenhuma delas, tendo sempre uma pista exclusiva para elas à esquerda. Em algumas, até os tuk tuks passavam pela pista para motos.

Perto de uma cidade chamada Rajpura, passei por um centro de compras moderno, bonito e organizado, onde parei para fazer um lanche. No lugar tinha várias opções de restaurantes fast foods de cadeias internacionais, que estavam todas vazias durante o tempos que fiz meu lanche.

Como no dia anterior, devido ao grande número de cidades e vilas às margens da rodovia, foram poucos os lugares onde eu pude parar para fazer xixi.

Viagme de moto pela Índia

Ví muitos templos nas cidades que passei, a maioria bonitos, pintados de branco, boa parte no meio de construções feias. Frequentemente passava por vacas pastando nas margens ou andando sobre a pista, exigindo muita atenção ao pilotar.

Em algumas cidades as bicicletas, motos, carros, caminhões e ônibus atravessavam a estrada de um lado para o outro com grande risco para quem seguia pela estrada em velocidade.

Encontrei também vários carros enfeitados com flores, mas não fiquei sabendo o motivo e o que comemoravam.

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Chegando próximo a Délhi, havia uma quantidade muito grande de caminhões estacionados nas margens da estrada. Achei que era alguma manifestação e que mais à frente a estrada estaria fechada, mas não tive problemas para passar.

Viagme de moto pela Índia

Cheguei a Nova Délhi por volta das 5h da tarde e usei o mapa do celular para chegar à região central da cidade. Não fui para o hotel onde tinha ficado antes de iniciar a viagem e onde deixei a mala que usei para levar a bagagem no avião. Procurei outro e encontrei muito melhor pela metade do preço. No dia seguinte fui lá e peguei a mala, deixando uma gorjeta para o recepcionista.

Depois fui com o Ankur até um mecânico que fez a revisão da moto e em seguida a um lava jato para limpá-la antes de devolver à loja de aluguel.

A viagem durou 24 dias, durante os quais percorri 4.524 km, a maior parte por estradas muito precárias. A Royal Enfield Classic 350cc não teve nenhum problema mecânico. Foram duas quedas sem consequências mais significativas, apesar de ainda continuar sentindo a dor no ombro mais de um mês depois de retornar ao Brasil.

O custo total da viagem, incluindo passagens aéreas, aluguel das motos, combustível, hospedagem, alimentação e outras despesas ficou em torno de 2.500 dólares.

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