7º dia – de Macapá a Oiapoque

Acordei com indisposição estomacal. Imaginando que foi um dos pratos que comi na noite anterior não consegui aproveitar o bom café da manhã servido pelo hotel e comi apenas frutas. Pedi um carro pelo aplicativo e segui para o porto, em Santana, para pegar a moto e seguir viagem.

Chegando lá ainda não tinham terminado de tirar todas as mercadorias que prendiam a moto. Enquanto esperava fui ao banheiro dos marinheiros e coloquei a roupa de viagem.

Já que não via iniciativa de ninguém para liberar a moto, comecei a retirar algumas caixas para fazer um corredor. Um funcionário da empresa veio me ajudar e rapidamente abrimos uma passagem. Duas taboas grossas serviram de pinguela para o cais.

Mais tarde do que eu queria, finalmente saí do porto e fui até o monumento do Marco Zero, que marca a passagem da Linha do Equador por Macapá. Tirei uma foto e fui para a estrada, saindo do Hemisfério Sul para o Norte.

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Ainda dentro da cidade, parei em um posto para abastecer e procurei água mineral em uma padaria próxima. Como não tinha, comprei uma garrafa de água de coco, pensando que poderia ajudar com a indisposição que sentia.

Estava saindo do perímetro urbano de Macapá e voltei a sentir o estômago embrulhar. Resolvi parar no acostamento para recuperar, mas foi só o tempo de encostar para colocar parte da comida da noite anterior para fora. Acabei me sujando um pouco.

Passei em um posto de gasolina para me limpar e depois de alguns minutos continuei viagem. Alguns quilômetros à frente tive que parar em um restaurante para me recuperar, não me sentia bem. Descansei cerca de 20 minutos bebi água e continuei viagem, mas continuava indisposto.

Parei em Tartarugalzinho para abastecer e depois fui para o restaurante ao lado. Havia do lado de fora do restaurante um banco de concreto, onde deitei e tirei um breve cochilo. Acordei melhor e ao voltar para a estrada, passei a observar o entorno Percebi que a estrada não cortava uma floresta como eu imaginava. Até a cidade de Calçoene, a paisagem era marcada por pastagens para gado e Plantações de eucalipto, palmeiras e coco.

Abasteci naquela cidade, a última antes de Oiapoque onde encontra-se gasolina. A partir dali, por cerca de 60 km a estrada ficou maravilhosa. Asfalto muito bom, curvas bem feitas e desafiadoras, estrada sinalizada cortando uma floresta fechada, com árvores altas e igarapés lindos.

Então cheguei ao trecho onde o asfalto acabava e iniciava a estrada de terra. As informações que tinha obtido eram que a estrada estava muito boa, por isso estimava percorrer os 110 km em cerca de duas horas. Como demorei mais que o previsto para sair de Macapá e ainda parei muitas vezes durante a viagem para me recuperar da indisposição estomacal e do mal estar, acabei chegando ao início da estrada de terra às 16h. Se demorasse mais que as duas horas pegaria noite. A estrada estava realmente boa nos primeiros 50 km, o que me permitiu percorrer esses quilômetros iniciais em cerca de 50 minutos, mesmo fazendo algumas paradas para fotografias e utilizando pneus para asfalto, não apropriados para o terreno que iria percorrer.

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Mas a maior parte da estrada estava horrível. Buracos enormes me obrigaram a reduzir a velocidade. Passei por várias aldeias indígenas, mas não parei por causa do tempo escasso. A floresta era fechada e parecia ficar mais densa na medida em que a tarde caía.

Quando cheguei ao asfalto a noite já tinha caído há meia hora. Depois tive que percorrer mais 50 km até Oiapoque. O asfalto estava molhado, denunciando que tinha chovido pouco antes de eu passar.

Parei no primeiro hotel que vi na beira da estrada. Simples, com ar condicionado barulhento, higiene precária e ótimo preço.

Passei o dia apenas bebendo água e a noite quase toda no banheiro. Curioso que depois de tanto tempo viajando por vários lugares do mundo, comendo de quase tudo de lugares suspeitos em relação à higiene, nunca tinha passado mal durante uma viagem de moto. A primeira vez foi no Brasil e após alimentar em um restaurante de boa aparência.

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