5º dia: Ji Paraná – Rio Branco

Saímos de Ji Paraná por volta de 9 horas. Deveríamos ter saído mais cedo, pois a demora nos fez viajar à noite, o que eu não aprecio muito.

Antes que me esqueça, o hotel que ficamos em Ji Paraná, o Transcontinental, é muito bom, como escrevi ontem, o melhor até agora, com uma estrutura muito boa, mas completamente vazio, não sei o motivo.

Como citei acima, a estrada melhorou muito, conseguimos desenvolver uma velocidade razoável que nos permitiu recuperar a distância feita a menos ontem. Os buracos continuaram aparecendo, mas em menor quantidade. Passamos por trechos em obras que nos obrigaram a passar por estrada de terra, mas curta e bem compactada, sem sustos.

Hoje pegamos muita chuva. Pouco antes de chegar em Porto Velho pegamos uma que não nos permitia ver mais que 100 metros à frente, o que dificulta bastante na hora de ultrapassar um caminhão, que aqui desenvolvem uma velocidade razoável por causa da topografia plana e das grandes retas. Quando chegamos em Porto Velho paramos em um posto para abastecer e aí caiu o mundo. Uma tempestade. Aguardamos um tempo até melhorar, colocamos as jaquetas de cordura, que são impermeáveis mas quentes e voltamos para a estrada. Aí parou de chover e sofremos bastante com o calor.  A câmera que levo no bolso é que sofreu mais, pois uma abertura no fecho fez ela tomar um banho. Mas fora uma mancha no visor, aparentemente não teve problemas mais graves.

Para quem está lendo este relato e pretende fazer esta viagem, é importante destacar que depois de Porto Velho o primeiro posto fica quase 270 km de distância. Se a moto não tem autonomia o viajante pode ter problemas. Ou a moto porde ter uma boa autonomia mas ficar tentado, como nós ficamos, com as grandes retas e resolver enrolar o cabo e depois passar aperto.

Atravessamos o Rio Madeira utilizando uma balsa. Justificando o nome, vimos grande quantidade de pedaços de madeira descendo o rio. O trecho que percorremos passa próximo à divisa com a Bolívia, que nos fez lembrar que será um dos nossos destinos nesta viagem, mas não agora. Onde paramos as motos fazem muito sucesso, com pessoas vindo conversar com a gente, perguntar onde estamos indo. É muito legal esta interação.

Pegamos noite na estrada, um pouco por falta de opção de hospedagem decente entre as cidades que percorremos, um pouco por teimosia também. Como disse, não gosto de viajar à noite, principalmente por estradas que não conheço, mas tiramos de letra e a estrada não estava tão ruim.

O maior destaque foi o pôr do Sol. Um dos mais bonitos que já ví e como estávamos viajando em direção oeste, demorou mais que o normal. Maravilhoso!!! As fotos que tirei não refletem nem de longe o que presenciamos.

Estamos hospedados num hotel simples mas funcional e limpo chamado Gameleira.

Amanhã entramos no Peru (ui!!!). Se tudo der certo, pernoitamos na cidade de Puerto Maldonado, atravessando a Amazônia Peruana. No dia seguinte, vamos enfrentar a altitude dos Andes.

Aos amigos que deixaram dezenas de mensagens, nosso muito obrigado. Recomendo que vocês retornem lendo as mensagens deixadas, algumas nos emocionaram muito e tenho certeza de vocês também apreciarão.

Números do dia:

Distância: 923,2 km
Total percorrido: 3.698 km
Consumo: 47,33 l
Média de 17,335 km / l
Preço médio: R$ 2,9778 / l
Gasto combustível: R$ 140,93
Hospedagem: R$ 80,00
Balsa: R$ 4,00
Lanches: R$ 20,00

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