8º dia – Tramandaí – Chuí

Uma observação sobre o hotel que dormi essa noite: o café da manhã foi excelente, mas escutei muito barulho à noite e madrugada, conversas, móveis sendo arrastados, crianças chorando e fez um calor infernal. De madrugada o ventilador de teto pifou, eu não aguentei e fui à recepção reclamar. Me emprestaram um desses ventiladores pequenos, que ajudou bem, mas todo o problema não deixou de atrapalhar o sono.

Olhando o mapa, vi que estava a menos de 600 km de Chuí, a cidade mais ao sul do Brasil, na fronteira com o Uruguai, então resolvi seguir para aquela cidade.

Quando amanheceu, arrumei a bagagem e segui minha viagem de moto. No início passei por um trânsito intenso em uma via que não permite ultrapassagens e uma velocidade de 40 km/h. Depois peguei a BR-101 e melhorou muito, pouco movimento, estrada ótima, exceto um trecho de cerca de 60 km perto de uma cidade chamada Mostardas que está detonado. Inclusive um trecho que aparentemente o asfalto foi feito recente e já está com crateras enormes. Tive que reduzir muito a velocidade para desviar dos buracos.

Esse trecho da BR-101 passa numa “pequena” faixa de terra entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos. Mas em nenhum momento eu vi o Oceano ou a Lagoa.

Em São José do Norte tive que aguardar a balsa para atravessar para Rio Grande. Tinha uma fila enorme de carros, mas as motos não precisam enfrentar essa fila. Cheguei por volta das 12 horas e só saí do outro lado às 15h30min. Muito sol, tanto na espera para embarcar quanto na travessia. Espero que façam a ponte que a anos está no planejamento, pois são muitas as reclamações contra a empresa proprietária das balsas, principalmente quanto aos poucos horários, muita espera e preço alto.

Enquanto aguardava a balsa, conversei com um caminhoneiro que estava na fila, reclamei do trecho de asfalto ruim que havia passado. Ele explicou que os caminhões com excesso de peso passam por ali para fugir das balanças da BR-116, detonando o piso. Ele confessou que levava uma carga de tijolos, o limite do caminhão era de 24 mil kg e ele levava 36 mil km. 50% mais.

Em seguida peguei a BR-471. Pista simples, o asfalto não é um tapete, mas sem buracos, pouco movimento, que permitiu desenvolver uma boa média de velocidade.

Próximo à entrada da Estação Ecológica do Taim vi umas núvens muito escuras à minha frente, parei, coloquei a capa de chuva e segui em frente, escureceu muito, a ponto de ter que tirar os óculos de sol, mas caiu só uma garoinha. Depois o sol abriu novamente e fez um calor infernal. Próximo a Chuí as núvens voltaram a cobrir o céu, não choveu, mas a temperatura caiu bem.

Em Chuí passei por alguns hotéis, os que tinham vaga e preço bom não tinham estacionamento. Fiquei em um mais afastado e por um preço salgado chamado Turis Firper Hotel. Fica numa rua de terra, mas é bem melhor que os outros e tem estacionamento.

Mais tarde fui à pé até a avenida principal, em que de um lado se chama Avenida Uruguai e está do lado brasileiro, onde ficam os supermercados (por incrível que pareça, os alimentos são mais baratos no Brasil que no Uruguai) e do outro se chama Avenida Brasil, está do lado uruguaio e está cheio de free shop / duty free. Muitas lojas de moamba. A cidade de estrutura muito precária, esgoto a céu aberto, ruas sem calçamento ou esburacadas. A maioria das pessoas fala espanhol. Parece que só os turistas falam português. O hotel que fiquei fica do lado brasileiro, tem uma recepcionista uruguaia e o auxiliar nasceu no lado brasileiro mas não fala português…

Acessei a internet e desbloqueei o cartão de crédito para usar fora do Brasil. Amanhã vou dar uma chegadinha no Uruguai, já que estou aqui pertinho. O problema é que não dei abrangência no seguro da moto para o Mercosul e por aqui não tem agência ou caixa eletrônico do banco que sou cliente, o Itaú. Vou ter que morrer nas taxas de uso e IOF do cartão de crédito.

Comi uma picanha em um restaurante no lado uruguaio, uma delícia, mas muito cara.

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Números do dia:

Distância percorrida: 605 km

Abastecimentos

Tramandaí
R$ 37,00
12,3 litros
R$ 3,00 / l
209, 5 km
17,03 km / l

Mostardas
R$ 26,00
8,7 litros
R$ 2,970 / l
159,6 km
18,35 km / l

São José do Norte
R$ 33,37
10,56 litros
R$ 3,160 / l
183,3 km
17,36 km / l

Santa Vitória
R$ 28,76
8,990 litros
R$ 3,199 / l
137,1 km
15,25 km / l

lanches: R$ 5,00

Balsa: R$ 4,95

Hospedagem: R$ 150,00

Jantar: R$ 52,03


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