Depois de um bom tempo sem pegar estrada, finalmente era hora de uma nova aventura sobre duas rodas. Nada muito longo — pouco mais de 600 km, ida e volta —, mas o suficiente para matar a saudade de viajar. O destino? Carrancas, charmosa cidade mineira, famosa por suas cachoeiras cristalinas, trilhas em meio à natureza e clima de paz.
Saímos de casa às 8h30 da manhã, direto do Sítio Roda d’Água, em Lagoa Santa. O trecho inicial exigiu paciência: o trânsito carregado entre Belo Horizonte, Contagem e Betim nos segurou por quase duas horas até conseguirmos acessar a Rodovia Fernão Dias (BR-381). Foram cerca de 90 km até a saída de Betim, mas dali pra frente a estrada fluiu e a viagem engrenou de vez.

Fizemos uma parada estratégica no Paineiras da Serra — um posto com lanchonete bem estruturado, onde comemos um delicioso pastel de frango com queijo e esticamos as pernas. Seguimos viagem e, pouco antes de Santo Antônio do Amparo, deixamos a BR-381 e pegamos a MG-332. Passamos por Bonsucesso e depois pela BR-265. Ao cruzar Itutinga, fomos surpreendidos por um lindo lago formado por uma barragem da Usina Hidrelétrica de Camargos — uma paisagem que mistura engenharia e natureza num belo cartão-postal.

A estrada então começou a subir a Serra das Carrancas, revelando vistas panorâmicas incríveis. Por volta das 14h, chegamos ao nosso refúgio: a acolhedora Pousada Vila Mandalah, um espaço cheio de charme e com atendimento nota dez.
A tarde foi de descanso. À noite, caminhamos pelo centro da cidade, que tem um ritmo tranquilo típico de cidades pequenas — ainda mais numa quarta-feira. Aproveitamos para registrar nossa presença com fotos na charmosa pracinha, em frente ao letreiro “Eu ❤️ Carrancas” e à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída no século XVIII em estilo barroco. Escolhemos o Restaurante Adobe para o jantar e acertamos em cheio: ambiente aconchegante, comida saborosa e atendimento simpático.







Na quinta-feira, depois do café, saímos para explorar. Caminhamos pelas ruas de pedra do centro histórico, que guarda traços da época do ciclo do ouro. Em seguida, seguimos por uma estrada de terra até o início da trilha que leva ao Poço Tira-Prosa — um nome curioso que, dizem, vem da ideia de que a beleza do lugar “tira até o assunto” de quem chega. De lá, seguimos até a Cachoeira Tira-Prosa, onde fizemos fotos, vídeos e voamos o drone para capturar as paisagens incríveis vistas de cima.




Voltamos a pé para a pousada, descansamos e almoçamos ali mesmo, num restaurante vizinho. No fim da tarde, saímos rumo à Rampa de Voo Livre, um dos pontos mais altos da região. De lá, assistimos a um pôr do sol de arrepiar, com o céu tingido de tons dourados e alaranjados, que se estendiam por um horizonte sem fim. Voltamos à pousada para brindar o dia com um vinho, num clima romântico e tranquilo.




Na sexta-feira, após um delicioso café da manhã, nos juntamos a outro casal da pousada e seguimos com uma guia local até o Poço do Grão Mogol, mais isolado e ainda pouco explorado. Em seguida, fomos para o Complexo da Zilda, uma das atrações mais completas da região. A caminhada passou por lugares incríveis: Cachoeira dos Índios, Cachoeira das Borboletas, a impressionante Racha da Zilda e vários poços e quedas d’água. Vale destacar que a visita ao complexo só pode ser feita com guia local, o que garante a segurança dos visitantes e a preservação da natureza.







De volta à pousada no fim da tarde, descansamos um pouco e saímos mais tarde para jantar.
No sábado, fomos conhecer o Complexo da Toca. A caminhada foi longa, e apesar de ter poços e cachoeiras, o visual não impressionou tanto quanto o do dia anterior — talvez pelo encantamento que ainda carregávamos do Complexo da Zilda.






Almoçamos em um restaurante da cidade e aproveitamos a tarde para relaxar. Antes de seguir para o Mirante das Águias, passamos pelo Centro de Atenção ao Turista, onde carimbamos nossos Passaportes da Estrada Real como registro oficial da visita à cidade — um gesto simbólico que reforça o espírito viajante e o encanto da região. No fim do dia, subimos até o mirante, de onde vimos mais um espetáculo do pôr do sol, agora registrado com o drone em ângulos cinematográficos.


No domingo, depois de um café da manhã caprichado, pegamos estrada por volta das 8h30. A volta foi tranquila até chegarmos próximo a São Joaquim de Bicas, onde enfrentamos trânsito intenso até Betim. Nada que tirasse a leveza da viagem. Chegamos em casa pouco antes das 14h, com o corpo cansado, mas com a alma revigorada.
Deixe um comentário para Fernando Duarte Cancelar resposta