Roteiro: Serra Dona Francisca

Menos conhecida que a Serra do Rio do Rastro, mas percorrendo uma região igualmente muito bonita, a SC-301, conhecida como a Estrada da Serra ou estrada da Serra Dona Francisca, possibilita aos viajantes um belíssimo visual da região norte do Estado de Santa Catarina. Ela liga a região de Joinville ao planalto serrano, até a cidade de São Bento do Sul.

Tudo começou com o casamento da princesa Francisca Carolina, irmã de Dom Pedro II, com o príncipe francês François Ferdinand Phillippe Louis Marie. Uma gleba de terras na província de Santa Catarina integrou o dote desta união.

Roteiro para viagem de moto - Serra Dona Francisca

Essas terras, que hoje são as cidades do norte de Santa Catarina, foram colonizadas por imigrantes europeus. Os mesmos imigrantes construíram a Estrada Dona Francisca para ligar Joinville e o litoral de Santa Catarina com o planalto de Curitiba para escoamento da produção. O governo imperial financiou toda a construção que atinge, como ponto terminal, a cidade de Rio Negro, no Paraná.

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Para percorrê-la o motociclista deve seguir pela BR-101 e, nas proximidades de Pirabeiraba, pegar a SC-301 em direção a São Bento do Sul.

História da Serra Dona Francisca

Viagem de moto Serra Dona Francisca 2

A partir de 1854, a direção da Colônia Dona Francisca passou a demandar a expansão de intercâmbio com o interior, pois estava quase que isolada em seu território às margens do rio Cachoeira. O Planalto, igualmente, necessitava uma ligação para o mar e algum porto, a fim de possibilitar o comércio de seus produtos, principalmente a erva-mate, cuja produtividade estava em franco progresso.

Separava o litoral do Hinterland uma serra – a Serra do Mar, que, com um espinhaço de mais de oitocentos metros de altura, constituía-se num enorme obstáculo àquela época. As picadas primitivas dentro da floresta virgem serviam mais aosindígenas, sendo relativamente perigoso a travessia.

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Roteiro para viagem de moto - Serra Dona Francisca

À margem do rio Negro, um dos grandes tributários do rio Iguaçu, na província do Paraná, havia sido formada uma vila do mesmo nome – Rio Negro –, de colonização europeia. Com o progresso, era necessária uma ligação entre essa e a Colônia Dona Francisca, bem como a outros vilarejos, como a progressista Lapa, que servia de passagem para os tropeiros, ou mesmo a próspera Curitiba.

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Assim, o governo imperial, atendendo a diversos apelos da diretoria da Colônia Dona Francisca e levando em conta a importância de uma ligação do Planalto ao litoral norte da província de Santa Catarina ao seu progresso, autorizou a construção de uma estrada denominada “Estrada Dona Francisca”.

Construção da estrada

A construção dessa rodovia não foi tarefa fácil. Engenheiros da companhia colonizadora alemã fizeram os levantamentos preliminares. Durante a construção, surgiram muitos problemas e dificuldades, como mão-de-obra, materiais e dinheiro para pagamento de operários, além de obstáculos da natureza, como rochas, chuvas torrenciais, mosquitos transmissores da febre amarela, ataques dos selvícolas, ataques de cobras e de outros animais. Ninguém estava totalmente seguro contra qualquer tipo de acidente e não havia indenização.

Viagem de moto Serra Dona Francisca 3

Em 1873, uma parte da estrada já estava pronta, até o alto da serra, no chamado quilômetro trinta e três e foi a segunda estrada do Brasil a possibilitar o trânsito de carroças. Um grupo de colonos subiu as montanhas pela nova estrada, para ser estabelecida uma nova colônia no planalto. A iniciativa mais importante nessa fase foi a colônia que se estabeleceu às margens do rio São Bento (atual São Bento do Sul). Um pouco antes, já havia sido feita uma tentativa de se estabelecer um núcleo em São Miguel, futura Campo Alegre, mas que não foi bem-sucedido pela qualidade das terras, que era muito ruim.

Todas as explorações preliminares, entre 1850 e 1860, foram lideradas pelo engenheiro Carl August Wunderwaldt e seus companheiros, homens mateiros como Christian Gilgen, Werner Rieckes, Gottlieb Schimming, J.F. Roehring e Heusy. Com sua base operacional na sede da Colônia Dona Francisca, abriram o caminho demarcado pela linha da Estrada, pela serra e planalto.

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Com a implantação e consolidação da estrada-de-ferro entre o planalto e o litoral, o que se daria em 1913, a estrada Dona Francisca caiu em decadência, voltando ter importância econômica somente na década de 1950, com o impulso do transporte rodoviário feito então por caminhões.

Entre 1976 e 1977, a estrada Dona Francisca sofreu uma retificação e foi asfaltada, passando a ser classificada pela sigla SC-301. O trecho da subida da serra, no vale do rio Seco, no entanto, conserva seu traçado original.

Recentemente, no ano de 2001, a estrada Dona Francisca sofreu mais uma grande reforma no trecho da Serra do Mar, conservando no entanto seu traçado. É dotada de iluminação e alguns pontos são pavimentados com concreto, além de ter recebido nova e moderna sinalização.

Sugestão de roteiro enviada por Dinho Sprenger


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