AMESUL – Peru, Chile, Argentina e Brasil

O que começou em uma conversa durante um motopasseio de final de semana, acabou tornando-se realidade. Um grupo de colegas decidiu empreender uma das viagens mais sonhadas entre motociclistas estradeiros: Percorrer a região dos Andes, incluindo as maravilhosas paisagens do Peru, Chile e Argentina e, de quebra, encerrar a viagem cruzando todo o sul do Brasil.

Foram pouco mais de 40 dias de reuniões de planejamento, adesões e desistências (infelizmente) de colegas pelos mais diversos motivos. Mas no final, a AMESUL 2013, nome com o qual foi batizada nossa expedição, foi iniciada, partindo da cidade de Rio Branco, capital do Acre, com seis participantes, Herlandes (Honda Varadero), Edisley (Honda Hornet), Ronaldo (Suzuki Vstrom650), Anderson (KTM Adventure), Helton e Iva (Suzuki Vstrom1000).

Eis os dados finais da viagem:

Motos : HONDA Varadero 1000, HONDA Hornet 600, SUZUKI V-Strom 1000, KTM Adventure, SUZUKI V-strom 650
Distância percorrida: 6.500 km aproximadamente.
Duração: 20 dias
Período: de 14 de setembro a 03 de outubro de 2013.
Estados brasileiros percorridos: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Acre
Países percorridos: Brasil, Peru, Chile e Argentina

Viagem de moto pela América do Sul - Andes

Logo na saída, uma das melhores recordações da viagem… Vários amigos nos encontraram no posto Amapá, local escolhido para a largada da viagem e nos acompanharam por 330km até a fronteira com o Peru. E olha que o horário marcado foi às 6h30 da manhã!! Show de bola! Valeu mesmo galera!!

ETAPA PERU

Viagem de moto pela América do Sul - Andes

Entramos via Inãpari, fronteira com Assis Brasil/AC. Até aqui tudo bem. Demos saída na Policia Federal do lado brasileiro e aproveitamos para almoçar em Assis Brasil. Acabamos encontrando novamente um outro grupo de motociclistas que tinham como destino praticamente a mesma rota que a nossa. Atrasamos um pouco nosso trecho no Brasil, pois uma das motos sofreu uma pane seca 200km depois de Rio Branco. Viagem de moto é assim!

O trâmite de entrada no Peru foi razoavelmente tranquilo, mas demorado. Como já havia passado por ali em outras ocasiões, tivemos certa facilidade em realizar as etapas, inclusive a contratação do S.O.A.T, seguro obrigatório, semelhante ao carta verde, e que pode ser feito ali mesmo em frente à aduana peruana. Custa o equivalente a U$ 30,00 dólares e recomendo que seja providenciado, uma vez que não é raro ser exigido em eventuais checagens da polícia peruana.

De Inãpari, seguimos com destino à Puerto Maldonado. Acabamos pegando chuva neste trecho, o que não é difícil (região amazônica ainda) e acabamos não rendendo muito. Resultado, chegamos em Puerto Maldonado à noite. Hospedamos no Hotel Cabanã Quinta, bom hotel e ótimo café da manhã.

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Um amigo motociclista e policial Peruano, Juan Espinoza, nos visitou no hotel a acabamos combinando que ele iria nos acompanhar até o entrocamento que leva para Cuzco ou Puno. O amigo Juan foi muito prestativo, nos deu ótimas dicas da região e até nos ajudou a comprar as famosas “Sorochi Pills”, medicamento usado para prevenir o mal da altitude, que acaba acometendo pessoas que não estão adaptadas às altas altitudes das Cordilheiras.

Entre Puerto Maldonado e Puno foram pouco mais de 500km, mas alerto que estes quinhentinhos são extremamente desafiadores. Nos primeiros 200km tudo tranquilo, estrada tapete e uma subida de serra para já irmos “afiando” nossa habilidade nas máquinas. Aí vem a diversão… No restante do trecho para a região de Puno, subimos as cordilheiras numa estrada com muitas obras na parte das montanhas. Foram passagens por riachos cheios de pedra, trechos com lama, chuva e logo depois muito frio. Confesso que a mãe natureza parece ter resolvido nos testar para saber se tínhamos mesmo o que era necessário para superar os desafios dessa viagem, ou seja, muita vontade!

O objetivo era chegar a Puno, porém o frio e a noite que acabaram chegando mais cedo do que gostaríamos, nos obrigando a dormir em uma vila no topo da cordilheira, que sinceramente não encontramos no Google Maps. Essa decisão nos cobrou um preço. Sofremos muito com os efeitos da altitude e o frio nesse dia. Confesso que não tivemos ânimo nem para procurar um lugar decente para jantar. Não vou nem falar da pousada que ficamos, porque não tem mesmo o que dizer. No quarto, só a cama, sem televisão, nem chuveiro elétrico. Aventura, pois!

No dia seguinte, descobrimos que estávamos a somente 170km de Puno. Deveríamos ter seguido direto para a fronteira com o Chile, mas os efeitos da altitude ainda eram fortes em alguns e a pedido de um dos colegas da expedição, resolvemos seguir para Puno e ficar na cidade, descansando de verdade e continuar no dia seguinte. Infelizmente dois outros amigos acabaram desencontrando neste trecho e ficamos em apenas três motos e quatro integrantes. Naquela noite, acabamos fazendo contato com os dois colegas que se separaram e ficamos sabendo que também estavam em Puno, porém do outro lado da cidade. O resultado desse desencontro foi que no dia seguinte seguimos por estradas diferentes para Tacna/Peru, fronteira com o Chile.

Acabamos chegando primeiro na fronteira do Chile. A estrutura de imigração e aduana do Peru e Chile nesta parte é bem mais organizada, o que não quer dizer que diminui a burocracia. Gastamos quase 3 horas para vencer todas as etapas de saída do Peru e entrada no Chile. De lá, seguimos para Arica/Chile.

ETAPA CHILE

Viagem de moto pela América do Sul - Andes

Chegamos à noite em Arica, e o pior, em horário de pico. Por fim, acabamos encontrando um bom hotel, bem na orla. Confesso que foi alentador dormir com o barulho das ondas quebrando na praia, bem embaixo da janela do apartamento. Arica é uma cidade bonita, relativamente grande e com ótima estrutura hoteleira.

Tínhamos programado um dia livre em Arica, mas alguns colegas propuseram seguirmos no dia seguinte direto para Iquique, e assim foi.

Aqui aproveito para falar um pouco sobre o Chile. Este país aparenta estar um degrau acima dos restante do Continente Sul Americano. Parece que estamos na Europa ou na América do Norte. Polícia educada e honesta, mas extremamente rigorosa! Nem sonhe, se por qualquer motivo estiver errado e tentar oferecer a famosa propina, igual acontece no Peru ou Argentina… Será cadeia na certa! As estradas são um espetáculo à parte, perfeitas. Onde pegamos trechos ruins era em decorrência de obras de melhorias, porém, muito bem sinalizadas. Realmente, na minha opinião, foi o ápice da viagem. O mesmo não posso dizer do custo de vida Chileno. Lá o dólar é aceito com muita facilidade, porém prepare o bolso. Nas cidades turísticas principalmente, os preços são altos! Como referência, comparo o preço de uma cervejinha long, que chega fácil na casa dos $4.000,00 pesos, ou U$8,00 dólares (!!). Tem que pesquisar para não ficar com o bolso “enforcado”.

No Chile, tínhamos um objetivo específico: A “Mano del Desierto”. Uma escultura famosa entre motociclistas, e que fica uns 70 km depois de Antofagasta, na direção de Santiago.

De Iquique, seguimos para Antofagasta, outra cidade litorânea com ótima estrutura. Recomendo o hotel Holidday Inn. Ótimo e relativamente barato para os padrões de lá. De Antofagasta, pegamos uma via alternativa para chegar até a famosa “Mano del Desierto”. Um dos momentos mais emocionantes da viagem, creio que para todos.

De lá, seguimos para Calama, cidade próxima a San Pedro do Atacama, porém muito mais estruturada e menos cara. Um dos motivos de não pernoitarmos em San Pedro do Atacama era o custo dos hoteis. Qualquer “biboca” cobrava fácil U$400,00 (dólares!). Só recomendo dormir em San Pedro do Atacama se for para fazer os passeios nas belezas naturais (tudo é pago). Confesso que só passamos por San Pedro do Atacama e confesso que não gostei da cidade. Um monte de vielas, trânsito horrível e cara. Lá também passamos um apuro. Encontrar combustível. Só um posto com uma fila enorme de veículos aguardando abastecer. Enfim, não tive uma boa impressão.

De San Pedro do Atacama, nosso próximo objetivo seria atravessar o deserto do Atacama e chegar na Argentina, entrando por Paso de Jama. Mal sabíamos que seríamos testados com todas as forças pela mãe natureza nesta parte da viagem.

De San Pedro ao Paso Jama, fronteira da Argetina, foram os 160 km mais difíceis que percorri na minha vida. Foi um verdadeiro teste físico e psicológico!

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A mãe natureza nos pôs à prova. Pegamos desde 8ºC negativos no trecho mais alto, até uma tempestade de areia com ventos de absurdos 100 km/h! Confesso que em determinado momento cheguei a pensar que teríamos de voltar ou desistir, mas ir pra onde? Passamos baixo mesmo. Na tempestade de areia foi desesperador. Não podíamos nem deixar a moto no acostamento à beira da estrada, dado o risco do forte vento derrubá-las. E olha que estou falando de motos pesadas com bagagem! Foi um momento difícil, mas que ficará eternizado como uma das mais importantes experiências que tive numa viagem de moto, com certeza!

Viagem de moto pela América do Sul - Andes

O deserto do Atacama está localizado na região norte do Chile até a fronteira com o Peru. Com cerca de 1000 km de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em consequência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude. Assim, quando se evaporam, as nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante décadas sem chuva. Isso o torna de aridez incrível.

As temperaturas no deserto pode várias entre -10ºC negativos à noite e 40ºC durante o dia. Em função destas condições, existem poucas cidades e vilas no deserto.

CURIOSIDADES

O Deserto de Atacama é o lugar na terra que passou mais tempo sem presenciar chuvas, sendo registrados 1400 anos sem indícios de chuva.

É considerado o deserto mais alto e árido. Apesar de não haver chuvas é quase comum nevar em partes da região perto dos vulcões.

ETAPA ARGENTINA

Viagem de moto pela América do Sul - Andes

Entramos na Argetina, via Paso Jama, fronteira com o Chile. Chegamos na fronteira no meio de uma tempestade de areia com ventos fortíssimos. A imigração e aduana são integradas, com boa estrutura, mas foi possível notar a diferença na cordialidade entre os funcionários chilenos e argentinos.
De Paso de Jama seguimos em direção à cidade de Salta (400km), porém, devido ao frio e estarmos viajando já a noite numa região que não conhecíamos, acabamos dormindo numa vila faltando pouco mais de 150km até Salta, chamada Purmamarca. Uma vila com muitas pousadas, mas todas bem simples.

No dia seguinte, seguimos para Salta, “la linda”. Cidade turística e que havia sido colocada no roteiro desde o início do planejamento do grupo da viagem. Seria o ponto principal em nossa passagem pela Argetina. Porém, dois colegas propuseram que não passássemos por Salta e seguíssemos direto para Corrientes. Aqui o grupo acabou se separando, pois os outros quatro, eu incluído, não considerou interessante deixarmos escapar a oportunidade de conhecer esta linda cidade. Assim, dois membros da expedição seguiram direto e o restante ficou em Salta.

Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que Salta foi uma das cidades que melhor aproveitamos nessa viagem. Ficamos dois dias inteiros lá. Visitamos lugares turísticos, como o teleférico, que oferece uma vista espetacular da cidade, o centro histórico, centro comercial, enfim, valeu muito a pena a nossa passagem por lá!

Após o merecido descanso em Salta, o grupo que restou: Edisley, Helton, Iva e eu, partimos em direção a Resistência, última cidade argentina onde faríamos parada antes de voltarmos ao Brasil. Para isso, atravessamos a região do deserto do Chaco, o chamado “Pampa del inferno”. O frio de Salta ficou para trás e pegamos um estrada com uma reta de 400km, com uma temperatura que para nós, acreanos do “pé rachado”, até que não era das mais quentes, por volta de 32ºC.

Até Resistencia, não tivemos qualquer tipo de problema. Nem mesmo a tão mal falada policia rodoviária argentina deu trabalho. Não fomos parados uma vez sequer. Acredito que o fato de andarmos juntos e com a GoPro afixada nos capacetes ajudou a inibir qualquer abordagem mais “interesseira”.

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Resistencia é uma cidade bem movimentada, e apesar da razoável quantidade de hotéis, tivemos dificuldades em encontrar vagas. Andamos, demos voltas por todo o centro da cidade e nada. Até que resolvemos pedir uma ajuda a um guarda de trânsito que prontamente nos escoltou (isso mesmo) por uns 4 hotéis, porém, todos sem vagas. Enfim, encontramos um hotel que tinha vagas e não era o “olhos da cara”. Só um defeito, não tinha estacionamento, e tivemos de deixar as motos num estacionamento pago, três quadras depois do hotel.

Amanheceu o dia e seguimos para a fronteira do Brasil. Ainda passamos por Corrientes, cidade grande e bonita. Logo depois de Corrientes, pegamos a rota com destino à cidade de São Borja/RS. faltando uns 250km para chegarmos à fronteira, uma das motos começou a apresentar problema na bomba de combustível, limitando-nos a rodarmos a no máximo 70km/h. Estávamos juntos, rodaremos juntos! O pior era o medo da moto parar de vez e ficarmos enrolados ainda faltando tando chão pela frente até a fronteira. Graças a Deus acabamos chegando na fronteira, fizemos os trâmites aduaneiros e imigratórios com facilidade. Quase não havia movimento. Tudo tranquilo, chegamos ao Brasil!!

ETAPA SUL DO BRASIL

Viagem de moto pela América do Sul - Andes

A primeira cidade do lado brasileiro foi São Borja/RS. Cidade pequena, mas muito acolhedora. Fomos recebidos a noite por colegas motociclistas do MC Comboio de Lóqui. Detalhe, não conhecíamos ninguém até aquele momento.

Assim que chegamos nossa primeira missão era encontrar uma concessionária da Honda para tentar resolver o problema da moto do Edisley. Infelizmente, apesar de toda a boa vontade do pessoal da oficina, não foi possível resolver, pois não dispunham da peça e em nenhuma cidade próxima. O jeito seria arriscar rodar com a moto a 70km/h até Passo Fundo/RS, pois lá tentaríamos consertar a moto ou despachar num caminhão até Curitiba. Não tivemos escolha e partimos. Ocorre que seriam aproximadamente 400km rodando a 70km/h. Engano! Já com apenas 150km rodados a moto foi piorando e passamos a rodar a 50km/h! Aí que nessas horas, passando por uma cidadezinha no caminho, lembro de uma amigo do ROTA X de Passo Fundo (Ivan) e resolvo ligar pra ele para nos indicar um guincho ou outro meio de levarmos a moto até lá. Porém, o Ivan se dispôs a pegar uma picape e ir nos socorrer faltando ainda uns 200km para chegar em Passo Fundo. Alívio! Com a abençoada ajuda do Ivan, conseguimos chegar em Passo Fundo com uma moto na carroceria da picape. Agora era decidir o que fazer. A peça com defeito era caríssima (R$ 2.500,00 – bomba de combustível Hornet) e o pior, não havia na cidade. Assim, no dia seguinte, com ajuda do Ivan, fomos pesquisar se havia alguma transportadora que levasse a moto até Curitiba. Não encontramos no prazo necessário. Até que, por indicação de um funcionário da Ferrari Motos, encontramos um senhor, especialista em bombas de combustível que garantiu que poderia resolver o problema. Dito e feito! Ele efetuou a troca do componente com defeito e enfim, conseguiríamos seguir viagem! Agora outra decisão deveria ser tomada: Tentar uma transportadora de Curitiba para levar as motos até o Acre ou seguir “rodando”?

O problema foi que acabamos aproveitando tanto os nossos dias na viagem que ficamos apertados de tempo, e as férias de todo mundo acabando. Ou seja, teríamos de contar que não haveriam mais imprevistos, e isso seria bem difícil faltando ainda 4000km pra chegar em casa. A decisão do grupo então foi conseguir uma cegonha para levar as motos. Em Curitiba só encontramos transportes caríssimos; Cobraram até absurdos R$12.000,00 por moto! Acabamos encontrando, por indicação de uma empresa de frete de Rio Branco, uma transportadora em Londrina/PR, que poderia levar as motos por um custo mais razoável. Assim, decidimos seguir direto para Londrina/PR e de lá despachar nossas companheiras para podermos seguir via aérea para Rio Branco. Como o Helton e a Iva tinham parentes em Londrina, acabamos ficando na casa deles. Todos gente fina! Como se diz aqui no Acre, “foi um errado que deu certo”. Curtimos pra caramba Londrina! De lá, despachamos as motos, Edisley e eu nos despedimos do amigo Helton e da sua esposa Iva e pegamos um ônibus para Curitiba, cidade que, para mim, seria parada obrigatória, pois lá é a sede do ROTA X e queria muito conhecer os colegas de lá.

Fomos muito recebidos pelos amigos de Curitiba. o Adão e o Maçaneiro nos deram total apoio na cidade. Nos ajudaram a reservar o hotel, até desconto conseguiram pra gente! Valeu ROTA X!!

É natural que numa viagem de moto, passando por quatro países, rodando quase 6.500km, surjam imprevistos. Mas nem de longe as dificuldades e desafios físicos e psicológicos superam a experiência incrível desta aventura! Passamos por paisagens que para nós pareciam de outro planeta! Lugares e pessoas que ficarão por muito tempo em nossas memórias.

Como motociclista posso dizer que realizei um dos maiores sonhos da minha vida. Não me arrependo de nada. Só tenho a agradecer a todos os colegas e amigos, que de uma forma ou outra nos apoiaram nessa expedição! Valeu mesmo!!

Mais fotos e informações da viagem: acreduasrodas.blogspot.com


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