Viagem de moto até o Atacama, no Chile

Viagem de moto até o Deserto do Atacama

Viajar em uma motocicleta sempre me fascinou. Algumas coisas na vida a gente simplesmente se apaixona e não sabe exatamente o porquê. Desde que tirei minha licença, em 2004, talvez até um pouco antes, quando ainda com menos de 18 anos, pedia recorrentemente a meu primo Alex as primeiras aulas informais.

A motocicleta, em um primeiro momento e para preocupação de meus pais e muitos familiares, veio com a desculpa de que era o modo de transporte mais econômico e que eu poderia bancar na época para deslocamento para o trabalho e namoro, e às vezes, me arriscava em pequenas viagens nos finais de semana. A verdade mesmo era que sempre me encantei com como essas máquinas tão pequenas podem nos levar tão longe. E foi em uma destas pequenas viagens, nos arredores de Belo Horizonte, em uma estrada no meio de dois pastos, que descobri tamanha paixão.

Normalmente, trabalho toda a semana e tenho o sábado e domingo para descanso, quando as coisas vão bem. E são esses dias que tenho para passear de moto. Quem mora em Belo Horizonte sabe como é agraciado por estradas secundárias cobertas de montanhas que deixam qualquer um de boca aberta. A região de Casa Branca (Serra do Rola-Moça) e serra da Moeda costumam ser as primeiras rotas em que se pode admirar uma natureza esplêndida! E quem passa por ali sabe que, em uma ou duas viagens, não é possível absorver tanta beleza. E por isso, durante muitos anos, já me peguei redescobrindo a mesma rota com um olhar diferente.

Quando comecei a perambular nos finais de semana, tinha uma moto de 125cc e um dia resolvi ir mais longe: fui a Ouro Preto! 100 km de Belo Horizonte e ganhei o mundo! Fui aumentado as cilindradas e também os quilômetros. Passei a ir nos encontros de Tiradentes, e de pouco em pouco me atrevia mais e mais.

Mais tarde, um pouco mais velho, começou um desejo de sair do país em uma motocicleta. O sonho “Atacama” estava nascendo e de pouco em pouco fui me preparando para alcançá-lo.

Tive muitos motivadores dos quais quero destacar o Rômulo Provetti (seus livros foram meu primeiro contato com alguém que já havia viajado e se aventurado), e os amigos que fiz no Dragões das Gerais MC, entre eles o Rui Babosa (que fez uma viagem longa ao Alaska em uma Harley) e o casal Hermes Dutra e Leda Vilela, nossos padrinhos de motoclube, que com muita experiência e bagagem nos apoiaram na empreitada.

Planejamento da viagem

Santana havia planejado uma viagem para Uruguai com um casal de amigos e estávamos no tradicional pastel Paineiras (Itatiaiuçu – MG) em um passeio curto e agradável com as motos em um domingo para um bom papo. Após ele apresentar o planejamento e eu querendo entrar na conversa, perguntei algo sobre duração, quando iriam partir e papo vai, papo vem soltei:
– “Este roteiro é bem legal! Vou querer ir um dia. Mas meu sonho mesmo é ir até o Atacama.”

Uma semana depois, numa quinta feira, Santana estava no bar Ali-ba-bar (nosso ponto de encontro para tomar uma gelada e encontrar os amigos) e me ligou no celular:
– “Prata! É seu sonho mesmo conhecer o Atacama?”
– “Oi Coronel Santana! Claro!”
– “Então vou planejar uma outra viagem com você! Vou ligar também para Fernando Porto.”

Pronto! Fiquei super feliz e a partir de então começamos os preparativos. Santana havia ligado para mais um grande amigo, Fernando Porto, que também se animou com a ideia! Algumas semanas depois fizemos nosso primeiro encontro de planejamento na casa do Santana.

Infelizmente, mais tarde, por motivos particulares e de trabalho, Fernando Porto nos deu a notícia que não poderia nos acompanhar. Perdíamos um grande companheiro para a viagem. Iria fazer falta!

Planilhas utilizadas no Planejamento da viagem

Clique sobre as imagens das planilhas com o botão direito do mouse e salve em seu computador para melhor visualização.

Viagem de moto

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