Viagem de moto Argentina

18º dia – Jujuy – Presidência Roque Saenz Peña

Viagem de moto Argentina

Acordamos e os 4 outros estavam putos da vida e preocupados ao mesmo tempo querendo saber o que havia acontecido com a gente por termos ficado para trás. Falamos do erro no trevo e que havíamos andado mais de 300 km errado e por isso chegamos às 11h30 da noite.

Os 4 saíram na frente, ficando eu, Kadin e Barbieri novamente formando outro grupo paralelo. Saímos a mil por hora para alcançarmos os outros. Havíamos comentado que não era para passarmos por Salta, cidade Argentina no caminho que iríamos seguir até Corrientes.

Combinado e programado com Kadinho que estava na frente e com o mapa. Seguimos e comecei a ver as placas indicando Salta a direita… Salta a direita…. Salta a direita… e sabíamos que tínhamos que seguir reto… e Kadinho entrou em Salta… e vasou na frente… Corri até ele com a moto quase encostando na dele e falei: Kadinho, não falamos que não era para entrar e passar por Salta? Você esta errado. Eu e Barbieri gozamos e zuamos muito o Kadinho… E falamos que não podíamos deixar ele mais na frente com o mapa porque até com o mapa ele erra o caminho.

Província de Salta

É um fenômeno geológico, um cânion impregnado de história. Á medida que a estrada começa a subir depois de Purmamarca, são revelados os paredões multicoloridos do vale do Río Grande. A primeira vila é Posta de Hornillos. Depois vem Maimará, um vilarejo aninhado na montanha chamada Paleta do Pintor. Tilcara é a mais “agitada” das cidades da quebrada, sendo o artesanto o ponto forte. Outro vilarejo tranqüilo é Uquia, concentrado em torno de uma praça com a igreja de San Francisco de Paula. Humauaca tem casas de adobe e paredes brancas e muitas lojas de artesanato. O vilarejo de Iruya tem ruas de pedra e parece perdido no tempo e quase fronteira com a Bolívia, a 2.780 msnm. A viagem é especialmente bela pela manhã e no fim da tarde, quando o oeste é iluminado pelo sol nascente e o leste mergulha no pôr do sol, ressaltando os laranjas e vermelhos das montanhas.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

“Salta La Linda”.

Alcunha “La linda” é merecida. Cheia de cafés, restaurantes, parques e construções históricas. Salta é uma cidade muito graciosa e agradável. O famoso Tren de las Nubes teve seu serviço suspenso em 2006. Salta é uma cidade argentina, capital da província de Salta, com cerca de 460.000 habitantes e uma das mais importantes cidades do noroeste do país. Localizada a leste da cordilheira dos Andes, 1.187m acima do nível do mar, centro de uma importante região agrícola (principalmente na produção de grãos): milho, tabaco, cereais, cana de açúcar, etc.

Famosa por sua arquitetura colonial, em anos recentes se converteu em um importante centro de turismo, além de famosa região vinícola Argentina. O artesanato é uma atividade tradicional dos povos da região desde os tempos pré-colombianos. Alguns lugares para se visitar: Plaza 9 de Julio, Catedral, Museo Historico Del Norte, Cerro San Bernardo, entre outros. À noite é sensacional! A calle Balcarce possui mais de 50 bares e restaurantes! Depois das 22 horas a rua é interditada transformando-se num imenso “calçadão” onde é possível jantar e se divertir, desde programas mais tradicionais (dança e folclore Argentino) e casas mais “descoladas” no embalo de Jazz ou Rock.

Beneficiados por longas horas de sol e banhados pelos riachos formados pelas chuvas que caem nos altos picos a oeste, os vinhedos de Salta talvez estejam entre os mais belo do mundo. Aqui prosperam as uvas cabernet sauvignon e malbec, bem como chardonnay e chenin.

Fizemos a manobra na pista e voltamos para a rodovia correta. Após andar por 200 km após Jujuy, no calor característico do deserto, olhei para o meu painel e vi uma luz vermelha acesa e tentei me comunicar com Kadin e Barbieri mas eles não conseguiram me ver. Parei a moto no acostamento. Nunca havia visto nem acontecido aquele aviso no painel. Pensei alguma coisa muito complicada no motor. Parei no acostamento, e após alguns minutos Kadinho e Barbieri voltaram para ver o que havia acontecido. Expliquei o que estava acontecendo e Barbieri logo diagnosticou: super aquecimento. Retiramos o banco da minha moto e colocamos água mineral no reservatório da moto. Comentei que na viagem toda sempre que eu parava a moto, via escorrer pelo suspiro um liquido…e concluímos que de pouco em pouco, o liquido de arrefecimento do motor vazou todo. Paramos um pouco. A moto esfriou e voltamos uns 3 km até um posto de gasolina que tínhamos passado e deixamos a moto esfriar. Almoçamos e depois tiramos o tanque e o banco da moto e o barbieri começou a fazer a cirurgia. Disse logo de cara: Temos que tirar a válvula termostática. Eu logo respondi… ela fica perto do vira-brequim ? E rimos muito disso. Tirada a válvula e guardada, seguimos em frente e eu de olho no painel da moto para ver se não indicava mais temperatura alta.

Eram 3h45min da tarde infernal. Na pista que parecia um tapete, enrolamos o cabo das bikes, tomando cuidado com os bois e cavalos que cruzavam toda hora a rodovia. Tocamos muito forte e num ritimo só. Fizemos 156 Km em 1 hora. Numa média de 2,6 km por minuto.

Haviam nos acostamentos muitas pombinhas marrons e quando passamos por elas com nossas motos, havia um show de revoadas num balé magistral. Minha preocupação em atropelar um pássaro era muito grande. Mas bobagem. Elas queriam era o Barbieri que matou 4 pombas no peito, na cara, na mão e no braço. Ele ia na frente com a XT a 180 por hora matando tudo a sua frente… ele passava e as penas das pombinhas voavam na pista… muito engraçado e perigoso, pois uma delas bateu na viseira do seu capacete, quase atravessando e causando um acidente sério.

Paramos num posto e ligamos para os 4 apressadinhos. Eles não estavam em Corrientes. Foram para outra cidade perto dali. Quase que a gente se desencontra mesmo com força neste momento se eu não ligo para o Moacyr.

Fomos para a cidade de Presidente Roque Saenz Pena e ficamos no Hotel Aconcágua. Chegamos, nos acomodamos e ficamos eu, barbieri e Kadin no mesmo quarto, pois os outros já estavam acomodados por chegarem primeiro.

À noite, os 4 mosqueteiros saíram para comer numa churrascaria. Eu, Kadin e Barbieri não quisemos. Ficamos no Hotel e comemos por ali mesmo. Mas Barbieri resolveu ir até onde os outros estavam e foi a pé. Minutos depois caiu uma tempestade na cidade. Muita chuva com raios e trovoadas, alagando a frente do hotel. Horas depois chega o Barbieri todo molhado. Não tinha encontrado os outros que chegaram mais tarde todos molhados como pintinhos na chuva. Barbieri ficou puto da vida. Fomos dormir.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *