21º dia – Bariloche

Acordei, arrumei a bagagem e desci para tomar o desayuno. A ideia é tentar encontrar um pneu novo para minha moto em Bariloche, mas se não conseguir, vou seguir viagem hoje ainda para Santiago no Chile, 1180 km de distância daqui.

Fechei a conta, entreguei a chave e pedi informação para o rapaz da recepção do albergue sobre um lugar onde poderia encontrar um pneu para minha moto. Ele me deu as orientações e eu segui para lá. Não encontrei a loja que ele havia indicado. Perguntei em uma loja de acessórios para carros e me indicaram uma loja dois quarteirões abaixo, em outra rua. Lá disseram que não tinham, mas disseram que tinha uma loja na rua de onde eu vinha. Era a que o rapaz do albergue tinha indicado, mas ficava dois quarteirões para cima.

Chegando na Moto Sur, perguntei e eles tinham um pneu na medida certa, mas da marca Metzeler. mais aderente, menor durabilidade. Será ele mesmo. 2.300 pesos argentinos. Com cartão seriam 2.650. Não aceitavam dólar e eu não tinha pesos suficientes no bolso. Deixei a moto em frente à loja e segui a pé até uma agêndia bancária próxima para tentar sacar dinheiro. Banco de la Nación. Primeiro deu mensagem que o valor era acima do máximo permitido. Fui baixando o valor e quando finalmente estava dentro da faixa permitida, apareceu uma mensagem que a operação não era permitida. Tentei novamente e não consegui. Segui andando a procura de outra agência bancária. Estava com o GPS no bolso e ele mostrava várias agências por perto. Segui para uma do Santander, mais distante, mas como tive sucesso outro dia naquele banco, preferi ele. No caminho, lembrei que tinha tido problema em uma viagem anterior porque estava escolhendo a opção Saque rápido e quando escolhi a opção Saque tinha dado certo. Era isso. Dois saques para chegar ao valor do pneu e voltei para a loja, subindo o morro. Mesmo com o vento e o frio que fazia, cheguei suado.

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Uma chorada e o valor baixou para 2.200 pesos. Comprei uma lata de silicone líquido para jogar no motor da moto – facilita a limpeza da terra impregnada nas aletas. Pedi indicação de lugar para trocar o pneu e me indicou uma gomeria próxima. Na rua, enquanto prendia o pneu na moto, um senhor que acompanhava a compra chegou perto, perguntou sobre a moto, sobre a viagem e para onde eu ia depois de Bariloche. Quando disse que ia para o Chile ele me sugeriu deixar para trocar o pneu naquele país, pois a gomeria que haviam me indicado não era boa. Eu respondi que não queria andar mais com aquele pneu porque estava muito desgastado e que iria acompanhar o serviço de perto para não ter problema. Agradeci a sugestão e nos despedimos.

Viagem de moto Argentina

Na gomeria, o Gustavo me atendeu. Acertamos em 100 pesos o serviço. Fui acompanhando e às vezes eu mesmo ajudando em algumas etapas. Um trabalhão. Acho que o valor do pneu deveria ser de 100 e o do serviço 2.200 pesos. foram mais de duas horas de trabalho. O Gustavo fez tudo com muita atenção e cuidado, não demostrando em nenhum momento que seu serviço não tinha qualidade. Muito conversador, a pergunta de sempre: – “Qual o valor da moto?” Observei que o pneu, além do desgaste prematuro na minha opinião, teve desgaste irregular da banda de rodagem. Em uma parte já havia ultrapassado a marca de troca e estava completamente careca e em outro não havia chegado à marca. Marca Dunlop, original harley-Davidson.

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Serviço feito, pedi indicação de lugar para comprar um resorte (mola) que havia perdido no rípio dois dias antes e uma arandela (arruela) para o descanso, que estava danificada. Ele me apontou uma loja próxima, para onde fui e cheguei quando estava fechando. Vi em um mostruário vários modelos de molas e apontei para uma que o dono da loja trouxe. Ficou tudo ótimo. 190 pesos tudo. Mão de obra (minha) gratuíta.

Viagem de moto Argentina

Já passavam das 14 horas. Pensei em ir para a estrada, mas já havia percorrido 10.000 km, 1/3 da viagem estava realizada e ainda não havia trocado o óleo. Como o período foi curto, apenas 21 dias, pensei que poderia aguentar um pouco mais, mas lembrei da recomendação de que em ambientes mais frios a periodicidade de troca do óleo deve ser maior. Resolvi que iria ficar na cidade e trocar aqui mesmo. Mas antes, devia procurar um lugar para ficar à noite. Iria tentar algum lugar melhor do que aquele que eu fiquei de ontem para hoje. Voltei para a minha lista e recomeçei o processo. O primeiro continuava ocupado. Parei perto do albergue e usei a internet para ver na internet um hotel vago com preço bom. Achei um interessante, coloquei no GPS e fui seguindo as indicações. Ele estava me mandando para um lugar bem longe do centro. Em uma estradinha, passei em frente a um hotel com uma aparência muito bacana, rústica. Resolvi parar e perguntar. Estacionei a moto na frente e enquanto tirava o capacete e as luvas um senhor se aproximou. Disse – “Olá”. Respondi o olá. Se vestia bem. Meio em dúvida perguntei em portunhol se trabalhava no hotel. Ele respondeu em português – “Você é de Belo Horizonte? Eu sou de Ouro Preto”. Opa. alguém para conversar em português. Era o Paulo, que mora há alguns anos na Argentina. Trabalha no hotel.

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Perguntei se havia vaga e ele me convidou para entrar. Olhou na planilha e disse que havia vaga sim. Quanto? – “Para brasileiro, faço por 700 pesos.” – “E para pagar em efetivo, com um choro?” – “Tá bom 600 pesos”. O hotel é muito bom. Chama-se Hosteria Quime Quipan, que significa “Bem vindo” na língua mapuche.

Devidamente instalado e depois de um bom banho quente, perguntei ao Paulo onde poderia Cambiar os azeites (trocar o óleo do motor). Ele me indicou uma loja próxima, para onde fui. Tinha da marca Motul com a especificação que a Harley recomenda. 610 pesos. Com choro, 600. Vamos à labuta. Mostrei ao rapaz onde fica o bujão para esgotar o óleo e ele fez rapidamente o serviço.

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