03 de junho – Front Royal, VA

Acordo bem cedo e por um bom motivo. Em nossas viagens consultamos diariamente a metereologia que, por aqui, tem um índice de acerto próximo de 100 %. (weather.weatherbug.com)

A previsão era nuvens pela manhã com probabilidade de chuva fraca e fortes pancadas à tarde. Como não tenho uma roupa de chuva decente, optei por aproveitar o máximo possível a parte da manhã.

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Um outro estudo que faço é com relação às estradas que vou encontrar pela frente e para isso o “HD RIDE PLANNER” é uma senhora ferramenta que além mostrar todas as alternativas de estradas, exibe os “dealers” HD na rota bem como hotéis (com descontos de 10 % para motociclistas) e eventos programados para aquela região em que voce está. Você monta o seu roteiro, salva-o e pode carrega-lo no GPS através de um cabo USB.

www.harley-davidson.com/wcm/rideplanner

Sempre que possível evito as grandes, movimentadas e monótonas estradas americanas, a não ser quando preciso chegar rápidamente a meu destino. Na maioria das vezes escolho estradas secundárias, que atravessem áreas particularmente atraentes ou históricas e, principalmente, que tenham curvas. Normalmente essas estradas secundárias são procuradas por motociclistas nativos e atravessam pequenos condados.

Com frequencia cruzo com grupos de motociclistas que, invariavelmente, me cumprimentam com o “wave” (mão esquerda voltada para baixo, num ângulo de 45 graus, com dedo médio e o indicador formando um V).

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Quando coincide de encontra-los em alguma parada, o cumprimento é respeitoso e cerimonioso, normalmente um aceno de cabeça. Nunca tive problemas com nenhum deles, muito pelo contrário. Não foram poucas as vezes que fui convidado para integrar alguns “bondes”. O que faço nesses casos é acompanha-los por algum trecho, despedir-me logo que possível e voltar a meu próprio ritmo: parando ao ver uma bela paisagem, tirando fotos quando julgo que vale a pena e, principalmente, adotando um estilo de pilotagem de acordo com o nível de risco que estou disposto a adotar. Lembrem-se de que estou sozinho, numa moto com quase 30 anos de uso e, para completar, muito longe de casa. De qualquer forma, acompanho o fluxo sem problemas mas sem me expor desnecessáriamente. Se bem que as velocidades nas estradas secundárias (e que estradas !) são naturalmente mais baixas do que nas grandes rodovias. Em geral 55 milhas é a máxima mas um excesso de até 10 milhas não me causou nenhum problema. Por outro lado, por serem estradas que margeiam e cortam parques e florestas (Green Ridge State Forest, Bushanan State Forest, Gallitzin State Forest, etc) tem pouquíssimas retas o que me permitiu treinar com vontade curvas de todos os tipos.

Viagem de moto pelos Estados Unidos

Quando não conseguia ver o final da curva, redução levando a máquina (uma Honda Goldwing 1200) a, no mínimo, 4.000 giros, entrada na curva pelo seu lado externo, olhar o mais a frente possíve tentando encontrar o ponto de tangência, leve pressão na manete do lado interno da curva fazendo o contra-esterço, peso do corpo na pedaleira interna da curva, respiração cadenciada, dois ou tres dedos “cobrindo” a embreagem, pé esquerdo SEMPRE por cima do pedal do cambio e manopla do acelerador suavemente acelerada e, claro, um sorriso nos lábios sabendo que estava fazendo um belo trabalho.

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Em alguns casos, quando a curva se acentuava, bastava fechar o punho do acelerador para o “freio motor” atuar reduzindo a velocidade da moto sem desequilibra-la e mantendo-a tracionada, aumentando a inclinação da moto permitindo acentuar o contra-esterço. Em situações bem críticas mesmo (não aconteceu mas simulei para efeito de treinamento), a curva começa de uma forma e vai fechando do meio para o final (no fim da Serra das Araras tem uma que é um ZERO) , primeiro fechava o acelerador e caso o “freio-motor” não reduzisse para uma velocidade adequada rápidamente reduzia para uma marcha inferior. Lembrem-se de que eu estava com tres dedos “cobrindo” a embreagem e o pé direito por CIMA do pedal do cambio, o que me permitia redução de marcha muito rápida e muitíssimo mais segura do que pensar em usar qualquer um dos freios.

Viagem de moto pelos Estados Unidos

Bem amigos, foi assim, bailando com minha Camila, tentando aprimorar minha pilotagem, curtindo paisagens maravilhosas e, vez por outra, pensando em voces que nem me dei conta da chuva chegando. Ainda era cedo mas ela veio com força, com raios e trovões, eu já tinha rodado 180 milhas e estava passando bem em frente a um motelzinho baratim em Philipsburg. Ai também ninguém é de ferro. Combinei com a Camila que prosseguiríamos no dia seguinte, no que ela concordou alegremente e com um certo alívio. Parece que ouvi-a falar: “- Esse porralouca de velho sequelado agora deu para treinar curvas. Quem ele pensa que é, o Giacomo Agostini ? Para mim não passa de mais um Barrichelo da vida”. Injustiça !


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