25º dia – de Mendoza a Córdoba

Após uma ótima noite de descanso, levantamos mais tarde, e saímos do Apart Hotel Xumec, onde hospedamos, por volta de 9h. Um pouco atrasados para o nosso gosto. Tomamos café em um posto logo após sairmos da cidade.

Como nesse dia seriam 664 km até Córdoba não nos preocupamos, pois era bem factível. Sabíamos que a região era toda muito plana. Como era muita monotonia de estradas planas e retas, achamos um trajeto mais “tortuoso”, por onde o Geraldinho disse já ter passado uma vez e que era legal.

Igrejinha – Virgem del Buen Viaje

Pegamos então a Ruta 7, muito plana, de pista dupla e pouquíssimo movimento por aproximadamente 180 km, até Desaguadero, que é divisa do departamento de Mendoza com o de San Luis. Nessa divisa a pista se torna simples, mas continua muito boa. Tem um controle policial, um pequeno hotel e um arco sobre a pista. Demos uma parada nesse lugarejo para descansar um pouco, e visitamos a igrejinha da “Virgem del Buen Viaje” ao lado da pista.

Igrejinha – Virgem del Buen Viaje

Seguimos então para San Luís, onde abastecemos e mudamos de direção, agora sentido norte até Villa Dolores e Mina Clavero. A estrada era sempre muito plana, o que favorecia o desenvolvimento da viajem, mas fazia muito calor e pensamos em parar para tirar um pouco de equipamento, pois estava quase insuportável.

Próximo a San Luís – planura e pista iluminada

De Mina Clavero para frente a história mudou. Pegamos a Ruta 34 e começamos a subir uma serra muito alta, que avistamos muito antes, desde próximo a Villa Dolores, o Serro Champaqui. A pista era estreita, mas bem conservada e sinalizada. Subimos muito e não parava de subir. Andamos perto de grandes desfiladeiros. Chegando lá em cima, a temperatura tinha caído drasticamente. Chegou até a fazer frio, e agradecemos por estar bem protegidos pelos nossos equipamentos.

Serra – vendo muito longe
Desfiladeiro

A visão era muito legal. Vimos diversas cidades lá do alto. O planalto era muito bonito. Região de muitas pedras e vegetação rasteira muito verde. Na medida em que avançávamos, a altitude ia diminuindo aos poucos, até entrarmos em uma vegetação do tipo do cerrado brasileiro. Mais denso e de árvores retorcidas, mas as curvas fechadas ainda continuaram até avistarmos Córdoba.

Córdoba tem aproximadamente 1,3 milhão de habitantes, é a segunda maior cidade da Argentina e tem muitos pontos históricos, políticos e culturais, além de ser industrializada, tendo até montadora de automóveis.

Estava tarde, estávamos cansados por causa do trecho de calor e depois as curvas da serra, que foram muito prazerosas, mas exigiram maior concentração.

O Geraldinho já sabia de um hotel no centro da cidade e estava nos conduzindo para lá. Quando entramos na cidade, percebemos uma movimentação anormal. Daí para frente foi muito trânsito, tumulto de gente e correria, passeata com muitas pessoas gritando, agitando bandeiras e comemorando. Chegando ao centro, o trânsito estava interditado em muitas avenidas e a polícia tentava organizar do jeito que podia. Chegamos a um ponto que não podíamos mais continuar. Não conseguimos chegar ao hotel e paramos em um posto para reabastecer e descansar. Só aí que fomos saber que aquele movimento era das comemorações da decisão da Taça Libertadores de Futebol, que foi decidido naquele dia entre o River Plate e Boca Juniors, sendo River o campeão.

Conversamos sobre isso e vimos um hotel praticamente em frente ao posto. Como já era noite e estávamos meio sem opções, resolvemos ficar nesse hotel, que tinha um preço razoável. Eu estava muito cansado esse dia e resolvi comer alguma coisa no hotel mesmo. O Rogério e o Geraldinho ainda saíram para jantar.

Tirando o stress da chegada em Córdoba, foi um ótimo dia.


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