11º dia – de Marselha a Barcelona

Saímos de Marselha e arrancamos para Saragoça. Mais uma grande etapa. Nos últimos dias de retorno da viagem de moto pelo Leste Europeu percorremos entre 800 a 1000 km por dia. Arrancamos direito a Barcelona e chegamos na altura mais imprópria: atravessar Barcelona em hora de ponta é um desafio.

As autoestradas estavam paradas e era impossível avançar. Com as malas das motos torna-se muito difícil passar pelos corredores. Assim, optamos por sair, entrar na cidade e tentar atravessá-la pelas ruas e vielas.

Foi um teste daqueles. Não havia um espacinho por onde passar e a cada rua que chegavamos, o trânsito nos parecia ainda pior. Fiz cerca de 20 itinerários alternativos no GPS, uma perfeita loucura, com a moto quase sempre parada chegando aos 110 graus. O calor que vinha do motor da Ducati dava para assar sardinhas a uma distância de 5 metros.

Depois de muitas voltas e reviravoltas, conseguimos atravessar aquele inferno.

A estrada para Saragoça deu para arrefecer e ganhar algum ânimo. Bom piso, quase sempre duas faixas e com curvas largas que permitiram à Kawa esticar as rodas.

Antes de chegar a Saragoça, a cerca de 100 km, paramos num restaurante para camioneiros e aproveitamos para repor as energias, jantar e assistir ao jogo entre a espanha e Portugal. Aqueles espanhóis realmente… Não merecem o Ronaldo.

À saída, ainda no rescaldo do “estes espanhóis são uns ingratos” fomos surpreendidos por um caminhoneiro Português que rapidamente entrou na conversa, “de fato, não merecem”

Mas como o Mundo é realmente pequeno, palavra puxa palavra, chegamos à conclusão, imagine-se, então o homem ainda era da família do Pedro. Epá somos todos primos caneco.

Depois de restabelecidos, seguimos pela estrada dos caminhões até Saragoça. Os comboios de veículos pesados estavam a perder de vista. Sorte que as retas nos permitiram ir ultrapassando.

O Pedro, confiando na autonomia da sua crosstourer bem se tramou e teve de fazer uma parada de emergência numa bomba de gasolina. Foi o suficiente para o grupo se partir. Mas como os celulares são como os canivetes suíços, conseguiram dar com o hotel através do GPS do dito.

Chegamos ao Hotel estourados, mas com mais uma etapa de regresso feita.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *