4º dia – fronteira com a Bósnia – Sarajevo

Passada a fronteira da Croácia com a Bósnia, seguimos com o intuito de encontrar um restaurante. As estradas continuam na montanha rude, mas encontramos uma pequena aldeia e depois de perguntar em língua gestual, encontrámos lá um restaurante.

O dono foi muito simpático e prestável, até nos ajudou a levantar aquelas notas que se esfacelavam no bolso.

O manjar foi verdadeiramente um banquete. Carne grelhada com fartura, salada e uma sopa maravilhosa (oferta da casa). Foi a última vez que comemos salsichas de porco na Bósnia.

No meio do almoço reparamos numa bandeira Croata no meio do jardim, bem grande e hasteada com esplendor.

– “Mau, mas passamos a fronteira ou não?”
– “Acho que sim, pelo menos aquilo parecia uma fronteira.”
– “Ó Sr. nós estamos na Bósnia ou na Croácia?”
– “Na Bósnia.”
– “Mas aquilo não é uma bandeira da Croácia?”
– “É, mas eu sou Croata, não sou Bósnio! Aqui somos todos Croatas e Católicos!! Nada temos a ver com os Bósnios.”

Foi o primeiro sinal da rivalidade daqueles povos, fundada essencialmente na religião e nas influências da europa ocidental e da europa de leste. A guerra acabou, mas o ódio prevalece.

Viagem de moto Europa Balcas Bosnia

Seguimos novamente pelas montanhas, desta vez, por estradinhas de dois metros de largura. A paisagem muda do cinzento para o verde, as montanhas são lindas, uma paisagem verde, imponente, os cumes fazem lembrar os desenhos de criança com os triângulos sobrepostos no horizonte, a perder de vista! Foi onde tiramos a foto deitados na estrada.

– “Ninguém sai da estrada, não é seguro, pode haver minas.”

A estrada é ladeada por capim verde, não dá sequer para ver o que vem após as curvas. O pavimento é mau, cheio de buracos e terra espalhada sobre o pavimento que não permitem andar a mais de 50 km/h. Não há sequer um carro.

Depois de vários quilômetros, começo a desconfiar que o GPS me quer levar para algum lugar do fim do mundo. As nuvens já ameaçam.

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Finalmente encontramos uma estrada boa, mas a coisa continua. Até Mostar, foi sempre a fugir à chuva.

Em Mostar, as marcas de guerra são brutais! Prédios esventrados e marcas de balas por todo lado. Ainda visitamos a ponte de Mostar, um local único, infelizmente cheio de turistas.

Viagem de moto Europa Balcas Bosnia 005 Sarajevo

Aí a chuva deixou de ameçar! Caiu de uma maneira que até os cães bebiam água de pé.

Abortamos a etapa de Tjentiste e seguimos para Sarajevo, debaixo de chuva torrencial que foi dissipando. Chegamos a Sarajevo com um sol radiante.

– “Então Runa, a chuva foi uma chatice, vir atrás dos carros e levar com a água dos camiões é tramado.”
– “Adorei, gosto muito de andar na chuva, foi muito giro…”

Primeira experiência do Zé Runa na chuva. Mais tarde arrepender-se-ia de tais palavras.

Sarajevo é uma cidade multicultural, Muito marcada pela guerra, mas vibrante, as flores e a música nas ruas contrastam com as paredes esburacadas pelas balas e cemitérios a perder de vista. É um misto de emoções!

20h instalados no hostel e com as motos arrumadas

– “Epá porreiro, estão a ouvir? deve haver festa na cidade, estão a cantar!”

Era hora da oração nas mesquitas!

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