7º dia – de Belgrado a Pitesti

Depois de Belgrado tínhamos de seguir para a Romênia. O objetivo no dia anterior era chegar a Pitesti, início da Tranfagarasan, sentido Sul/Norte, devido à boa disposição do grupo. Por “lapso”, tínhamos colocado no GPS Sibiu/Timisoara. O problema é que isso era o fim da Transfagarasan e não o início!

A ideia com que ficamos é que seriam “apenas” 300 km, por isso levantámo-nos tarde. O problema é que, na manhã seguinte, com a mesma “alegria” mas menos “confusão”, verificámos que afinal eram 800 km para Pitesti.

Tudo claro, arrancamos Sérvia afora, porque já era tarde…

A Sérvia é um País muito bonito, ora plano a norte, com paisagens verdejantes, ora montanhoso a sul. Tem boas estradas e auto estradas baratuchas, o que permitiu avançar com alguma tranquilidade e despachar a coisa. A gasolina também é bem mais barata que no restante da europa, como também são quase todos os bens, até os fumantes do grupo andavam satisfeitos a €1,90 o maço.

Depois de percorridos muitos quilômetros e algumas vicissitudes, chegamos à fronteira e imagine-se, a fronteira da Bulgária!!! Falaram os mais estressados do grupo:

– “Malta, Bulgária???? Então não íamos para a Romênia? Estamos fu…d.s!”

Para os menos estressados foi mais:

– “Bulgária ya, sem estresse, quando passamos a Bósnia???”

– “man, já passamos a Bósnia há vários dias atrás!!!”

A Bulgária tem uma fronteira engraçada, enorme e com boas instalações, como se por ali passasse um rol de viaturas todos os dias. Mas pelo que vi, éramos só nós e outro veículo. Foi talvez a surpresa mais agradável de todos os postos fronteiriços.

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O guarda era um BACANO, e depois de observar os passaportes, perguntou:

– “quem é o Zé?”

– “É este aqui”

“Ó Zé você é um jovem!!!

O Zé, embora não soubesse bem onde estava, já tinha palmeado milhares de quilômetros no meio de um grupo de putos malucos e estava na BOA!

O guarda ainda alertou:

“Vocês são Portugueses, o Jogo de Portugal começa dentro de 30 min, façam o favor de arrancar e encontrar um posto de abastecimento na Bulgária para verem o jogo”

– “já agora, sem estresse, daqui a 50 km entram na Romênia”.

Arrancamos bem dispostos e passamos mais um fuso horário…

A Bulgária é um País estranho, pelo menos na zona onde passamos, muito pobre. Na primeira vila com alguma dimensão, praticamente não se via ninguém, muito sinistra, coisa de filme só visto mesmo! Ninguém aceitava euros e só nos safamos numa bomba de combustível onde aceitaram os ditos euros.

Passados os prometidos 50 km e entramos na Romênia, uma fronteira à séria, mas com uma fila de caminhões que impressionava!!! Milhares de caminhões de um lado e do outro da fronteira, parados e filas que se prolongavam por muitos quilômetros! Presumo que tal se deva ao controle dos refugiados. Felizmente passamos por uma portagem de ligeiros, foi a nossa sorte, alguns camioneiros ainda lá devem estar…

Seguimos Romênia fora direito a Pitesti.

A Roménia é um País quente como tudo, muito mal tratado, cheio de barracas a vender artigos junto da estrada, desarrumado, sujo, com estradas manhosas. Mas pior que isso, com condutores que às vezes não cumprem as regras. Andar de moto na Romênia é para duros, sobretudo de nervos! Claro que o Tuga adapta-se e, passados alguns quilômetros, também já somos Romenos. Não damos prioridade a ninguém, andamos pelo meio da estrada a ultrapassar tudo e todos e, safe-se quem puder. Nos cruzamentos e entroncamentos funciona a regra da hesitação, quem hesitar perde a prioridade.

Chegamos a Pitesti ao fim do dia. Ficamos em bungalows de madeira no meio de uma densa floresta. O espaço era muito agradável, os bungalows tinham sido limpos há alguns meses atrás e os empregados eram de uma gentiliza que envergonhava um cão raivoso. Fomos atendidos depois de algumas horas e com uma vontade de nos mandar às ortigas…

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