Hurricane Zion National Park

Hoje resolví tirar o dia para descansar, pois o sol no lombo desgasta uma barbaridade, apesar de todo o líquido ingerido.

Como estava de bobeira, a moto sem a bagagem em cima e o dia convidadivo, resolvi dar uma chegada à região do Zion National Park e filmar a estrada que leva até a entrada do parque.

Logo no ínicio da estrada, deparo-me com o Fort Zion onde, em 2010, minha vida esteve por um fio, num terrível combate com os índios moicanos comandados pelo abominável “Nine Fingers”. Esta história está narrada no meu blog, no post referente à viagem pela Route 66 em outubro de 2010. De qualquer forma, resolví passar no Fort Zion e ver como estavam as coisas.

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Meus amigos, foi entrar e as emoções afloraram.

Alí naquela pedra, lembro-me perfeitamente, que cheguei rastejando qual um tigre, com todos os sentidos ligados (os 2 ou 3 que ainda funcionavam), controlando a adrenalina, pois os patifes mantinham um cerco instranponível e “Nine Fingers”, escondido como de hábito, ficava berrando: “- Avante meus bravos, nunca antes na história desta nação moicana, bla, bla, bla….”. Biltre !

Marcha para o Oeste

O Forte estava sem água e tentei trazer o carro pipa para dentro, mas faltaram-me forças. Até hoje me emociono lembrando dos gritos daquela gente sofrida, velhos, mulheres e crianças, me incentivando: “- Vamos lá, velho coxinha !”; “- Força velho filho da puta !”; “- Parece um viadinho, deve ser do HOG…” além de outras palavras que, apesar de altamente estimulantes, não me trouxeram as forças necessárias.

Bem, mas isso é passado e tratemo-lo como tal. O interior do Fort Zion é um empório que vende de tudo, principalmente artesanado índigena, roupas e adereços de cow-boys, um sorvete caseiro de se saborear ajoelhado, fora os ovos.

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Foi quando filosofava sobre a consistencia do sorvete que ví as duas entrando, pareciam saídas de um daqueles filmes de bang-bang bem antigos. Quase fui lá fora ver se eu é que não estava no século errado. As duas muito bonitas, com penteados super trabalhados cheios de tranças e com roupas da época. Pela conversa delas com a vendedora, espichando um pouco o ouvido que ainda mantém um pouco de audição, a ponto de quase cair do banco, soube, estava na cara, que eram Mórmons. Pena que só pude fotografa-las disfarçadamente e de costas, mas acreditem em mim, eram realmente lindas.

Marcha para o Oeste

Depois disso, quando saio para pegar a moto, vejo uma aglomeração em volta da Helô. Pensei no ato: “- São os credores. Patifes !”. Qual nada, era um grupo de turistas japoneses que estava em uma Van e ficou encantado com a Helô. Duas moças muito sorridentes pediram para tirar fotos ao lado da moto, falei com elas que poderiam subir (na moto) e fazer as fotos em paz. Elas adoraram e ao final pediram para fazer umas fotos comigo. Talvez para mostrar aos filhos, ou aos alunos e dizer que se não estudarem vão ficar igual a esse velho maluco, na melhor das hipóteses.

Dali, segui em direção ao Zion, parando quando a paisagem exigia uma foto. Numa dessas paradas, encontrei um grupo de espanhois e ficamos um bom tempo conversando e trocando impressões sobre a minha viagem. Eles são de Barcelona e torcem, lógicamente pelo Botafogo e pelo Barça, nesta ordem.

Marcha para o Oeste

Conversamos uns 20 ou 30 minutos sobre os mais diversos assuntos, tudo numa extrema camaradagem e bom humor. Quando nos despedimos, apesar de termos nos conhecido tão recentemente, eles mostraram uma grande preocupação comigo e pareciam irmãos mais novos fazendo inúmeras recomendações a um irmão mais velho e meio “desmiolado”. Com promessas de troca de e-mails e uma ida à Espanha, principalmente a Barcelona, ficamos trocando acenos e risos até o carro deles desaparecer na curva.

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Eu continuei fazendo as fotos e pensando: não sei se são socialistas, comunistas, burgueses, democratas ou o raio de catalogação que se queira dar, só sei que eram pessoas alegres, interessadas e preocupadas comigo. Muito bom isso, muito bom mesmo.

Daí prá frente, com o astral lá em cima, foi só registrar em fotos algumas paisagens que não podem deixar de ser apreciadas.

E para fechar o dia com chave de ouro, resolvi tomar posse, em nome dos políticos brasileiros (quem sabe os moicanos de “Nine Fingers” não os escalpelem a todos ?), de um pedaço do território índigena.

E assim mais um excelente dia me foi concedido. Que o Criador continue, como sempre, nos iluminando e guardando a todos.

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