Kayenta (AR) – Hurricane (UT)

Ontem à tardinha, chegando a Kayenta (AR), cidade em uma reserva indígena dos Navajos, procurei vaga em um dos muitos hotéis da cidade: todos lotados e o único que tinha uma vaga, ainda assim de fumante, custava 240 obamas. Só se eu “fumasse” mesmo !

Como se não bastasse, o atendimento era feito pelos próprios índios que olhavam para mim como se eu fosse o próprio General Custer, a impressão é que iam me escalpelar a qualquer momento. Saí dali rápido, temendo pela integridade de meus parcos fios da outrora juba.

Em geral não tenho esse tipo de problema, pois quando saio de uma cidade já estou com uma reserva feita na próxima, mas como saí de Monticello sem saber para onde iria, deixei para fazer depois de decidir.

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Não sei até agora a razão de quase todos os hoteis naquela região estarem lotados, talvez a última semana de férias escolares. O fato é que resolví botar o pé na estrada e ver o bicho que ia dar. Bastou rodar umas 10 milhas e encontrar uma espelunca que era um assalto, mas depois daquilo vinha um baita deserto e resolvi morrer em 100 dólares por um banho quente e uma cama por uma noite.

Hoje, café (pago) e pé na estrada em direção a Hurricane (Utah), cidade que já conheço quando fiz uma parte da Route 66 em 2010 com uma Ultra alugada.

A estrada é quase o tempo inteiro atravessando regiões desérticas, passando por Page (AR) e Kanab (UT) até Hurricane (UT), mas nem por isso desprovida de belezas e algumas surpresas.

Marcha para o Oeste

A primeira das surpresas foi quando olhei o marcador de gasolina e lembrei que não tinha abastecido em Kayenta naquela confusão de hotel. O negócio foi pilotar na ponta dos dedos e conversar, principalmente conversar, com a Helô que só ela poderia nos tirar daquela encrenca que eu, irresponsável e incompetente confesso, fabriquei. E ela não me decepcionou, chegamos a Page com menos de meio litro no tanque !

Um contraste doloroso de se ver, mas gostaria que um desses “ecochatos” fossem lá tentar fechar a termoelétrica. O primeiro obstáculo seria a polícia indígena. Sim, está em reserva indígena e seus proprietários são os Navajos, exímios escalpeladores d’outrora, mas que ainda mantém a tradição se necessário for.

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Quando eu ví de longe não acreditei: “-É uma miragem ou o velho Jack desceu atravessado hoje pela manhã quando firmei o caráter!” pensei. Mas qual o que, era um grande, enorme, monstruoso barco passeando no deserto. Mas esses gringos não pregam prego sem estopa, deve haver uma explicação !

Marcha para o Oeste

Pronto, a explicação esta dada. O rio Colorado represado na região do Glen Canyon, entre Page e Big Water, formando um lago artificial de quilômetros de extensão, além de gerar energia elétrica. Ampliando a foto em que aparece o paredão da barragem ao fundo voces podem ver veículos sobre ele, o que pode dar uma idéia do tamanho da goiaba.

Como não existe almoço de graça, aí está uma das consequências de pilotar moto nesta região no verão, mesmo com bloqueador solar Fator 100 (eu nem sabia que existia). Pilotar de casaco nem pensar, é desidratação na certa. Engraçado que até umas 9 horas faz bastante frio, de repente o calor vem com força total. O negócio é parar a cada 30 minutos, mesmo sem desligar ou descer da moto, e beber um pouco d’água.

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