19º dia – Porto de Galinhas/PE – Maceió/AL

Acordei com o barulho da chuva que caía sobre Porto de Galinhas. Arrumei a bagagem e me preparei para viajar na chuva, mas quando acabei de tomar o café, ela havia parado.

Segui para a estrada para continuar minha viagem de moto. A estrada ainda estava molhada e já tinha muito movimento de carros e caminhões, que não eram tantos, mas como a estrada era simples e cheia de curvas, atrapalhavam bastante o rendimento da viagem.

Procurei seguir pela estrada secundária que leva pelo litoral de Pernambuco e Alagoas. Em Pernambuco segue a poucos quilômetros da costa, mas em nenhum momento se vê o mar, existem estradas que levam para as praias. Em Alagoas é conhecida como Rota Ecológica, e parte da viagem você faz com o mar à sua esquerda, (no meu caso, que estou indo para o sul), o que é bem legal. Você vê o mar de um azul absurdo de bonito entre coqueiros. Tem trecho de asfalto, uma balsa (para atravessar o rio Manguaba entre Porto de Pedras e Japaratinga) e trecho com paralelepípedos. Passei também por um trecho de cerca de 500 metros de estrada de chão, mas muito tranquilo para passar.

Em determinado momento, não sei se por erro meu ou se realmente não existe estrada, depois de uma cidade chamada São Miguel dos Milagres, fiz um contorno pelo interior, passando por Passo de Camaragibe e São Luis de Quitunde.

Na região de Porto de Pedras e outros municípios contíguos, fica a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, a maior unidade de conservação marinha do Brasil e que abriga a segunda maior barreira de corais do mundo. Lá ocorre um projeto financiado pela Fundação Toyota, para a conservação dos mangues onde vive o peixe-boi marinho. Logo depois de Porto de Pedra, parei em uma vila onde tem uma cooperativa de guias que levam os turistas para conhecer o ambiente onde vivem os peixes-boi. Parei para pedir informações e resolvi fazer o passeio. Me deixaram guardar a moto dentro da casa. Paguei R$ 40 pelo passeio e, junto com outras sete pessoas, fiz uma caminhada rápida, passei por passarelas de madeira que atravessam o mangue e braços do rio, peguei uma jangada que nos levou para o lugar onde alguns dos bichos foram trazidos a pouco tempo e ficam em período de adaptação antes de serem soltos. Havia um dormindo impassível em um tronco de uma árvore do mangue, uma peixe-vaca (uma fêmea do peixe-boi) levava um rastreador preso à calda e nadou em volta do barco várias vezes, se deixando fotografar e filmar. Havia mais dois em um cercado, mas só vi os focinhos e parte do dorso. Os bichos são enormes, a que nadou perto do barco devia ter quase três metros de comprimento.

Em Maragogi, parei na praia para tirar uma foto. Lindo o lugar.

Cheguei em Alagoas depois de ter percorrido apenas 237,5 km em cerca de 7h30.

Estou hospedado em um bom hotel na Praia de Ponta Verde chamado Hotel Pousada Gogó da Ema. Diária a R$ 80, incluindo café da manhã, internet, estacionamento, quarto com ar, TV e frigobar. Gostei do hotel, preço justo.

À noite saí para uma caminhada pelo calçadão, praia muito bonita, limpa, muitas pessoas caminhando, correndo, pedalando.

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