Choveu bastante durante a madrugada, o que me fez ficar maturando se iria facilitar ou dificultar o retorno para Jijoca pilotando a moto. De manhã, depois que tomei o café e acertei a conta da pousada, fui para a praça da vila, para saber como estava a estrada. Ao percorrer as ruas, notei que a areia estava mais compactada, mais fácil de passar do que quando cheguei, dois dias antes.
Na praça, conversei com alguns bugueiros e motoristas de 4 X 4 e me falaram que estava mais fácil em alguns trechos por causa da chuva, mas outros trechos a areia estava muito fofa e a chuva não foi suficiente para compactar. Perguntei para um motorista de uma pickup se ele aceitaria levar a moto na caçamba até a parte onde acabava a estrada de areia e ele topou.
Levei a moto para cima da calçada da praça para que ficasse mais alta para subir na pickup. Alguns bugueiros, que estavam do outro lado da rua, protestaram. O pessoal com quem eu havia conversado os acalmaram. O motorista endireitou a pickup com o meio fio da calçada, mas a tampa da caçamba ainda ficou um pouco alta. Juntaram umas seis pessoas e colocaram com dificuldade a roda da frente da moto na caçamba. Depois a de trás.
Moto amarrada, sentei ao lado e fiquei apoiando e segurando o freio dianteiro, para diminuir a força sobre a caixa de marchas. O motorista me falou para bater na lateral do carro se precisasse chamar sua atenção. A pickup sacolejou pela trilha. Em uma subida, vi uma 4 X 4 atolada. Passamos por outro caminho, com muita dificuldade.
Chegamos ao ponto onde terminava a trilha de areia e começava a estrada de terra. Aproveitando uma pequena elevação, descemos a moto da pickup com a ajuda de alguns rapazes que passavam pelo local. O motorista reclamou que o peso da moto empenou a tampa da caçamba. Dei a ele um valor maior que o combinado, como agradecimento, e ele pareceu ficar satisfeito.
Segui com facilidade pelos 10 km da estradinha coberta com terra vermelha compactada, até chegar em Jijoca de Jericoacoara. Cumprido o desafio, abasteci a moto, calibrei os pneus e retornei para a boa CE-364 até Granja, de lá até Camocim, trechos que já havia passado dois dias antes.
Depois peguei a CE-202 em direção à divisa com o Piauí. Excelente estrada, com longas retas. Depois da divisa peguei a PI-210, também muito boa. Passei pela Praia de Barra Grande, pertencente à cidade de Cajueiro da Praia. Parei em uma barraca na praia e pedi um PF (aqui não chamavam de prato executivo). Um almoço muito bom e farto, pelo qual paguei R$ 10. A praia é muito bonita, o lugarejo pequeno e com muitos praticantes de kitesurf, alguns demonstrando grande habilidade.
Segui em frente até a cidade de Parnaíba, no litoral de Piauí. Uma cidade grande, com avenidas largas e um comércio forte. Enquanto rodava pela Avenida Beira Lago, a procura de um hotel, um senhor me fez sinal para parar e perguntou se precisava de ajuda. Ele indicou um hotel próximo. Disse que ao lado de sua lanchonete ficava a sede de um moto clube e que seus membros se reuniam lá partir das 18 horas. Me convidou a voltar mais tarde.
Fui para o hotel que ele havia me indicado. Apesar de bem barato (R$45), a internet não funcionava e a cama, que pedi para ver antes de fechar, não me pareceu confortável. Além disto, próximo dali havia um bar com um carro com a tampa do porta malas aberta e caixas de som com música nas alturas. Corri de lá. Achei uma pousada bem legal chamada Vila Parnaíba, nova e bem organizada, por R$ 95.
Mais tarde voltei à lanchonete, em frente da qual havia várias motos. O pessoal era do Asas do Delta, que me recebeu muito bem, um grupo super simpático. Conversamos por um bom tempo sobre viagens, estrada e motos.
Depois, retornei para o hotel e fui dormir. Percorri 258 km no dia.
Cidade | Bandeira | Litros | Valor R$ | Distância | R$ / Litro | km / litro |
Jijoca | Ale | 8,470 | 24,99 | 106,1 | 2,950 | 12,5 |
Luís Correa | SB | 15,849 | 45,76 | 199,4 | 2,887 | 12,6 |
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