3º dia – Pres. Roque Saenz Peña a Tilcara

Neste dia, a pilotagem começa na vastidão e solidão das grandes retas da Ruta 16 e termina a 2.461 m.s.n.m. em Tilcara, na Quebrada de Humahuaca, patrimônio da humanidade (Unesco), na província de Jujuy. O céu nublado amortizou o forte calor, usual quase o ano todo na região.

Após Avia Terai, já se sente o isolamento do Chaco chegando aos poucos, pois vão sumindo as plantações e para alguma necessidade, somente nas pequenas vilas e poucas cidades, bem espaçadas entre si. Mas há combustível. Após Monte Quemado, até choveu por uns 10 minutos, amenizando um pouco mais. O asfalto não está bom após esta cidade, por uns 30 km. Requer cuidados, pois há grandes buracos na pista, assim como com animais soltos pelo caminho. Destaco a fauna do Chaco, grandes gaviões de penacho e milhares de pombas.

Ali no posto YPF, encontrei os primeiros motoviajantes, em regresso de SPA. Um de Porto Alegre, já sênior, em viagem solo, com uma G 650 GS e logo chegou um casal de SP (Santo André) de F 800GS. Felizes pela oportunidade, trocamos idéias da viagem e seguimos em frente.

Viagem de moto ao Atacama 18

No final da Ruta 16, inicia-se a subida aos vales temperados de Salta e Jujuy, já com montanhas, curvas e descidas, pelas Rutas 9-34, em autopista e com mais movimento. Muitas obras e desvios ao cruzar por S.S. de Jujuy e em seguida, a transição na subida ao entrar na Quebrada, do verde dos campos para as montanhas de pedra multicoloridas, somente com os grandes cáctus (cardones) nas encostas, que vivem entre os 1800 e os 3000 m.s.n.m.

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No posto YPF de Tilcara, encontrei os motoviajantes do 4 RidersAtacama, de SP, em ida a SPA. Aqui, a moto sendo carburada, já acusou a altitude, morrendo em neutro.

Viagem de moto ao Atacama 18

Já havia decidido ficar um dia em Tilcara, para aclimatar e conhecer as atrações da cidade. Fiquei uma noite no Hotel Tilcara Turismo, bem no centro a R$ 66 – diária com café e garagem coberta. À noite, jantar no La Peña de Carlitos, na esquina da praça principal. Restaurante muito bom, com música típica ao vivo após as 21h30 e preços honestos. Ótimo churrasco de lhama, salada, purê e cerveja Salta negra no ponto, tudo por R$ 31. O ambiente é multicultural, os músicos fazem todos os presentes dizerem de onde vem. Vários países representados, sendo eu o único brasileiro. Aqui um detalhe. Tenho o idioma espanhol fluente, por conta de muitas viagens e atividades de comércio exterior realizadas. Para quem não é fluente, recomendo levar um dicionário de viagem, pois irá facilitar muito o dia-a-dia e contatos. Já li relatos onde o motoviajante não sabia pedir para encher o tanque ou um suco…, mas enfim, não é impedimento.

Na segunda noite, me mudei para o Hostal Waira, a duas quadras morro acima da rua principal. R$ 29 a diária em pequeno quarto com banheiro e pátio aberto nos fundos, em ambiente mais informal. O dono tem moto GSA, andou muito pela Argentina e batemos bons papos sobre motos e outros temas, regados a uma Salta pilsen gelada, tortilla e empanadas de queijo, mirando os cerros de colores da região.

Neste dia, conheci o Pukará, com seu jardim botânico de altura, o Museu Arqueológico de Tilcara (muito interessante, com oito salas e peças demonstrando o passado pré-colombiano de toda a região noroeste da Argentina, Chile, Bolívia e Peru).Fiz um mini-trekking para a garganta do diabo, mas voltei antes de chegar, pois não estava com calçado apropriado (chinelos na ocasião) e deu um ventão de dar medo, estando sozinho e a trilha subia muito em um caminho estreito e entre paredões de pedras.

Nota: já conhecia as cidades de Salta e Purmamarca de outra viagem (não em moto). Por isto, passei batido nesta. Para quem não conhece, recomendo fortemente as duas. Para aclimatar na ida, Purmamarca a 2.192 m.s.n.m é também ideal. E Salta, na volta é excelente opção de parada vindo desde SPA . É linda cidade, com sua praça principal de entorno em estilo colonial e muito bem conservado, com boa comida, bons vinhos, segura e de povo hospitaleiro.

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

Viagem de moto ao Atacama

777 Km
Consumo médio do dia 1 litro a cada 17,80 km.

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