A volta

Após três noites e dois dias em San Pedro do Atacama, era hora de voltar, pelo mesmo caminha da ida. Na aduana chilena, foi super rápido e ainda encontrei um ônibus de turismo de SC, voltando de Machu-Pichu com um casal conhecido de minha cidade, que se ofereceu para levar alguma bagagem,
aliviando o volume e me deixando espaço para trazer algumas coisas que comprei na Argentina depois. A volta fiz toda em solitário, não encontrando nenhum motoviajante no mesmo sentido.

Agora em subida, sentido Jama, fortes ventos açoitaram e pelo dia inteiro, as vezes as rajadas fazendo a moto dar umas chicoteadas pelo asfalto. O negócio era reduzir e se segurar. Como não tem árvores de orientação, não dá prá prever quando o vento vai bater mais forte. Sentia o mesmo ao entrar e sair dos espaços protegidos pelas montanhas, nas grandes retas de altura e ao sentir uma perna mais gelada (vento) do que a outra no sol (sem vento). E pelo assobio das rajadas na moto.

Na aduana para entrar na Argentina outra vez, tudo fácil e rápido. Com o vento batendo forte lá fora, o gendarme só me perguntou de onde era, nem revistou a bagagem e logo se recolheu ao seu abrigo outra vez. Soube que ao pessoal do ônibus, a revista foi geral.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

No desvio de terra logo á frente, um tremendo susto. Bem no meio, do nada, uma forte rajada de vento escureceu tudo de poeira e quase levou a moto para o lado da pista, onde por certo iria cair na areia fofa. Naquele ventão, seria um desastre… Leve, mas não iria nem conseguir levantar do chão tão cedo … A rajada passou, endireitei e segui em frente. Detalhe: para conseguir melhor identificar os bancos de areia no desvio, estava de viseira aberta. Comi poeira literalmente… Agora é risos, mas na hora é pavor mesmo…

Abasteci no YPF de Jama, tomei um bom café com medialunas e toquei para Susques (Pastos Chicos) onde só abasteci. Aqui, ao vacilar para botar o troco no bolso ( de luvas), caíram as duas notas no chão e o vento as levou longe. Sai correndo e quase não as pego de volta, foi cômico, batendo com os pés no chão, tentando parar as notas voando…

Toquei direto sem parar 272 km até Guemes, na província de Salta, rodando no dia 551 km, com média de 1 lt. a cada 20,50 km.

Já na Ruta 9, a ainda altitude e o dia nublado, com grossas nuvens cinzentas no céu e vento, trouxeram garoa e frio até considerável. O ritmo após a descida do altiplano aumenta e o 4 cilindros ronca forte.

Em Guemes, fiquei no Hotel Roman, bem localizado, a beira da rodovia, a esquerda. Por R$ 48 a diária, garagem coberta e com café, simples como todos os cafés da maioria dos hotéis na Argentina, mas limpo e com bom atendimento. Recomendo.

Dei uma volta pela cidade pois era ainda cedo. Jantei depois ali ao lado, no Hotel Avenida, um lomito em pão francês, no capricho, com salada, meio litro de vinho e sobremesa de pêssego em calda com doce de leite por R$ 23 tudo. Também liguei para casa do mesmo restaurante (há cabinas telefônicas e sai muito barato ligar da Argentina para o Brasil…), dando notícias da viagem em casa.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *