20º dia: Cañuelas – Paysandu

Ontem no jantar decidimos que iríamos passar para o Uruguai rodando, isso porque a travessia no buquebus iria nos custar um dia e se fossemos rodando ganharíamos mais tempo e também porque no dia anterior, quando eu estava comprando o pneu traseiro,
conheci o Jorge, um argentino morador de Bahia Blanca que tinha muitos amigos em Nova Petrópolis/RS e que conhecia bem este percurso e nos sugeriu fazê-lo. Como de costume, marcamos a saída para as 8 horas. Desta vez saímos no horário exato, às 8 horas estávamos pegando a estrada. O nosso caminho seria por um tipo de anel viário que passa por fora de Buenos Aires para pegarmos a RN14, que é  a estrada que segue a fronteira oeste do Uruguai.

Até então estávamos impressionados com a qualidade das estradas Argentinas, tínhamos rodado mais de 9.000km por estradas excelentes, mas este anel viário de Buenos Aires nos fez repensar, pois estava péssimo, tendo trechos onde mesmo de moto tínhamos que passar em 1ª marcha, o pavimento da estrada é de concreto e nestes trechos a impressão que dá é de estarmos andando no meio de vários icebergs de concreto, pois são placas de concreto afundadas formando pontas para todo lado, e o trânsito fica engarrafado pois os carros e caminhões tem que passar por ali também. Foi surreal ver uma estrada de concreto naquele estado!!!! Isto nos atrasou um pouco, mas depois do rípio chileno, aquilo ali foi fichinha, seguimos em frente.

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Como ja haviam no alertado que os policiais rodoviários da RN14 adoram uma propina, resolvemos atravessar a fronteira pro Uruguai na primeira oportunidade, que seria em Gualeguaychu. A RN14 em si foi moleza, não tivemos problema nenhum com os policiais. A travessia do rio Gualeguaychu é feita sobre uma ponte maravilhosa e logo após o término da ponte se encontra a aduana entre Uruguai e argentina. Como era véspera de feriado, tinha um a fila considerável de carros (na grande maioria argentinos) atravessando para o Uruguai. Ficamos uns 30 minutos ali debaixo de um sol escaldante até chegar nossa vez, a aduana foi muito tranquila e seguimos viagem.

Em Paysandu, já no Uruguai, fizemos um abastecimento com mais calma e já estávamos brincando entre a gente que agora só faltavam 370km para entrarmos no Brasil, que agora já estávamos só no “embalo”. Pequeno engano!!! Já na saída do posto a moto do Sussu não quis ligar, o motor de arranque não conseguiu girar o motor, então tentamos uma chupeta, pois poderia ser a bateria. Nada, o motor de arranque continuava fazendo “tec,tec,tec,tec” e não girava o motor. Pronto, zebra!!!!! Como não tínhamos outra alternativa, resolvemos ligar a moto no tranco, pois não iríamos ficar ali por causa de um motor de arranque, vale lembrar que estava quente pra caramba. E lá fomos nós empurrar a moto para pegar no tranco. Depois de algumas tentativas conseguimos, a poderosa Uly estava funcionando normalmente!!!!

Seguimos vigem para a fronteira do Uruguai com o Brasil. Caramba, já estávamos muito perto de entrar no nosso querido Brasil, já estava com muita saudade de poder conversar em português nos hotéis, restaurantes, etc… Mas não é que depois de 75km eu vejo a moto do Sussu diminuir a velocidade. Já pensei comigo, deu zebra, mais alguns metros e pronto a moto parou!!!! Quando o Sussu falou que “já era” deu até um frio na barriga, mas nós ainda tínhamos o Ito, com seu super scanner!!! A bateria do Sussu tinha zerado, parecendo que tinha queimado o reguladador ou o estator e a moto rodou com o resto de energia que tinha na bateria até parar de vez e pelo scanner do Ito o problema foi até um pouco maior, pois ele nem conseguiu fazer a leitura, dando a entender que o ECM (central eletronica) tinha ido pro espaço!!!

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Infelizmente a valente Uly do Sussu tinha desistido e desta vez a coisa era séria, não tínhamos como resolver alí. Desta vez a moto teria que ser rebocada, que pena!!! O Sussu ligou pra seguradora pedindo um reboque às 15:20 horas. Um dos problemas era que estávamos no meio do Uruguai em uma estrada secundária sem nada por perto, no GPS mostrava que estávamos na RN26. Depois de muito explicar a seguradora disse que iria abrir um chamado e que retornaria em 20 minutos, não tínhamos o que fazer senão sentar e esperar. Dica: sempre tenha com vc uma garrafa de água, pois este dia estava um forno, a moto do Sussu estragou no final de uma subida sem sombra por perto e acabamos passando muita sede. Se passaram muitos minutos e fizemos muitas ligações para a seguradora e a resposta era sempre a mesma “já abrimos o chamado, é só esperar que entramos em contato”. Como não tínhamos nenhuma confirmação de que a seguradora tinha ou não enviado um guincho e já eram 17 horas, combinamos que o Ito voltaria para Paysandu e procuraria um guincho por la e que se ele encontrasse nos ligaria antes de fechar, pois se chegasse o guincho da seguradora não gastaríamos dinheiro a toa. O Ito saiu de lá as 17:10 horas e levaria pelo menos 40 minutos até chegar na cidade. Eu e o Sussu resolvemos que pararíamos todos os carros para ver se conseguíamos uma carona pra moto (ali era uma região agrícola, ja haviam passado varias camionetes). E não é que já na primeira tentativa já me aparece uma camionete, não pensei duas vezes e fiz sinal, quando a camionete se aproximou é que vimos que era da policia!!!! E não é que ela parou, nessa hora não me esqueço da frase do Sussu “mas logo da policia…”. Eu falei “é essa que temos Sussu vamos lá pedir ajuda”. Bem, o guarda era gente muito boa, deixou a gente colocar a moto na caçamba e nos deu carona até Paysandu e no caminho já arrumou pro Sussu um amigo dele que levaria a moto até a fronteira por U$ 300,00. o guarda deixou a moto na frente da casa da pessoa que iria levar a moto e o Sussu até a fronteira, neste momento conseguimos falar com o Ito, que tbm já tinha conseguido um guincho. Carregamos a moto do Sussu em uma picape Corsa e nos despedimos. Infelizmente perdemos ali um dos Cavaleiros, mas podemos dizer que este também foi vencedor, pois já estava no quintal de casa. Tudo acertado e Sussu ja tinha ido com sua moto. Encontramos com o Ito e nos hospedamos no Hotel Bulevar, para dormir e continuar nossa viagem no dia seguinte!!!!

580 km

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By Dudu
Fotos: Ito, Dudu e Bosco

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