12º dia: Rio Grande – Punta Arenas

Após o café na pousada, preparamos as motos com uma velocidade de quem parte com o coração partido. Estávamos saindo da Terra do Fogo.

Às 10 horas abrimos o banco para fazer o câmbio e, como não conseguimos transporte para as motos, a Blue and Silver teria que passar novamente no rípio chileno. Estava preocupado se o curativo na asa direita da Águia suportaria tanta trepidação.

Na rotatória de saída, pegamos a proa da Ruta 3, mas depois de andar +/- 6 km sem “estacione de serviços”, voltamos à cidade para “carregar” as motos. Tanque cheio, às 11 horas deixamos Rio Grande para trás. Com 1 hora de viagem, 2 migrações em San Sebastian; primeiro a argentina, um pouco mais à frente, a chilena. Ambas sem stress. As 13 horas voltamos para mais 140 km de rípio até Cerro Sombrero. As condições dele estavam boas, mas não consegui relaxar em nenhum momento. A estrada estava bem mais movimentada do que na ida, em consequência, tomamos muito mais poeira. Apenas um caminhão, para nos aliviar, fez mão inglesa, o que agradecemos – como ele levantava pó. Paramos algumas vezes para fotos, filmagens e drenar os rins. Numa bifurcação, tomei à direita e acabamos andando mais 10/15 km, saindo direto na carretera, fugindo do rípio fofo que tanto me assustou na perna de descida. No asfalto, direita e, 10 km mais, o posto da gasolina mais cara da viagem – Cerro Sombrero. Foram 4 horas de tensão.

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Fiz uma inspeção externa na moto e identifiquei um cabo solto debaixo do banco a esquerda, parecendo entrada para GPS. Deixei quieto, pois o meu continuava funcionando, apertei a silver tape na carenagem – a Blue and Silver resistiu bravamente à prova de fogo, e proa de Bahia Azul. Lá chegando, o transbordador estacionado e rapidamente estávamos a bordo. Como o estreito estava calmo, pudemos descer das motos, subir para a proa e admirar a travessia. Questão de 25 minutos, voltamos ao continente e, no trevo com a Ruta CH 255, encontramos 2 paulistas com uma Gold Win com o pneu traseiro estourado. Paramos, perguntamos se precisavam de ajuda, mas com eles, um hermano de Transalp – encontramos com ele na Bahia de Lapataia, no YPF de Rio Grande, em San Sebastian e depois nos ultrapassou no ripio – dando apoio. Aguardavam um reboque de Rio Gallegos e tentariam um pneu novo em BsAs. Despedimos-nos, desejando-lhes “suerte”.

Na bifurcação da RN 255 com RN 9 (Punta Arenas x Puerto Natales), consultei no GPS combustível e todas as opções foram em direção a Punta Arenas, 45 km adiante. Puerto Natales estava a 192 km e não tinhamos autonomia para tal. Dobramos à esquerda, acompanhando o Estreito de Magalhães. Trecho fantástico. Em PA, no YPF, propus ao João ficarmos alí, considerando o adiantar da hora e a intensidade do vento. Eram 20:30 horas quando entramos no Hostal Ayelen.

Ainda deu tempo para contratar um passeio no dia seguinte à Pingüenera Seno Otway e fomos comer um Côngruo a La Vaca com arroz branco, regrado a um Pinot Noir.

12º dia: Rio Grande – Punta Arenas/CH: 466/6844 km


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