8º dia: Rio Gallegos – Rio Grande

Acordei com uma grande preocupação: o terrível e assombroso rípio; chegou o dia de encará-lo. Saímos no horário habitual, mas deveríamos ter saído bem mais cedo.

A migração para o Chile foi um teste para a nossa paciência. Salão com over booking, super quente, falta de informações, uma zona. Depois de 3 horas de filas, conseguimos sair com os papéis carimbados. N

os equipamos e, quando posicionamos as motos para passar, um agente da SAG (vigilância sanitária deles) pediu para descermos e abrir as malas. Respirei fundo, contei até 10 e fui atendê-lo. Mexeu nas malas, não encontrou nada de entrada proibida e liberou a nossa passagem.

Pouco andamos e ficamos de frente para o Estreito de Magalhães. Fiquei emocionado em conhecer e atravessar um fato que mudou a historia da navegação no século XV. Mal deu tempo de tirar uma fotografia de longe e o transbordador estacionou no cais. Tivemos que fazer a travessia sobre as motos. O canal estava batendo muito e as motos poderiam tombar. Travessia rápida e logo estacionamos em Cerro Sombrero para abastecer as motos, lanchar e enfrentar o rípio. Que gasolina cara: $ 897 pesos chilenos/litro.

Às 17h tivemos a pior impressão possível do dito cujo. Assim que terminou o asfalto, ele estava fofo, causando uma enorme instabilidade na Harley, além do painel bater todo. Fui mantendo baixa rotação e velocidade. Fiquei super estressado, Quando melhorava e aumentava a velocidade, a moto saia de traseira. Quando vinham as costeletas, batia tudo e parecia que a penteadeira da Harley ia cair. Resumindo, foram 3/4 horas horríveis.

Saldo final da passagem: o parafuso direito de fixação do para-brisa foi arrancado todo junto da fibra, obrigando-me a fazer um reparo com a fita silver tape na Águia. A Electra Glide, definitivamente, não foi feita para andar nesse terreno. A Varadeiro passou sem problemas.

As migrações em San Sebastian foram tranquilas.

Viagem de moto pela Argentina

Com o adiantar das horas, o vento aumentava de intensidade e optamos por pernoitar em Rio Grande e chegar ao nosso destino no dia seguinte. Julgamos que subir e descer a serra à noite, com vento e procurar hotel seria um risco desnecessário, além de, pela primeira vez na viagem, estarmos fadigados, cansados. Ficamos decepcionados; a vontade e a ansiedade de chegar ao Fin del Mundo eram muito grandes. Não tivemos forças nem para sair. A senhora da pousada pediu um X-tudo prá gente por delivery e fomos dormir.

8º dia: Rio Gallegos – Rio Grande: 403/5875 km


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